Mexeu-se na cama e deu com a sua mão ainda pousada na cintura descoberta dela. Se bem se lembrava da noite anterior, Melanie apenas vestira as suas cuecas e se enroscara nele no momento seguinte. Tinha-lhe sabido tão bem tê-la como sua. Talvez muita gente não pensasse nele assim, mas saber que Melanie tivera a coragem e o desejo de se tornar mulher, por assim dizer, com ele enchia-lhe, não só o ego, como também o coração. Apertou-a mais contra si e sentiu-a dizer qualquer coisa.
- Tom? – a sua voz saiu fraca e entaramelada, sabia que Tom não tivera percebido. Espreguiçou-se, voltou-se para ele e com um sorriso na cara beijou-lhe os lábios da maneira mais doce que conseguiu arranjar.
- Bom dia, miúda. – sorriu-lhe Tom.
- Bom dia! – estava feliz, estava mesmo feliz.
- Que felicidade! – riu-se dela.
- E não tenho razões para isso?
- Se estás a falar desta noite… meu deus tens todas as razões! – beijou-a novamente.
- Acho melhor ir, daqui a nada está aí o meu tio e não me apetece nada levar com ele nesta situação. – disse Melanie levantando-se da cama começando-se a vestir. Tom olhava-a atentamente, aquele corpo…
- Tu dás-te bem com o teu pai? – perguntou do nada e ela virou-se bruscamente para ele.
- Porquê a pergunta? – estava parva.
- Não sei, para teres vindo connosco em Tour… e estares aí a dizer que não queres que o David nos apanhe… - disse cruzando os braços atrás da cabeça, coberto apenas até à cintura. Fazia-lhe confusão não saber a história da vida dela.
Melanie suspirou.
- Eu tenho muita história, sabes? E não, não estou aqui só porque é giro viajar pelo mundo, e também não estou aqui por tua causa… - respondeu às perguntas feitas por Tom anteriormente - … mas… - parou, não tinha coragem de lhe contar aquilo agora.
- Mas o quê? – perguntou Tom curioso levantando-se da cama e dirigindo-se até ela abraçando-a pela cintura. Melanie susteve as lágrimas, de cabeça encostada ao peito de Tom.
- Mas é difícil, Tom… Eu prometo-te que um dia, talvez não muito longe, te conte o porquê, no entanto agora não consigo. – disse sinceramente.
- Ok. – Tom sussurrou agarrando a face dela entre as mãos. Depositou-lhe um beijo sentido e prolongado nos lábios e deixou apenas que Melanie, já vestida saísse do seu quarto.
- David? – Mel petrificou assim que, ao abrir a porta do quarto, deu de caras com o tio, que pelo movimento estava com intenções de bater à porta do quarto de Tom.
- Mel? Aqui? – perguntou sem muito sentido. – Que fazes aqui a estas horas? – perguntou olhando-a e desviando o olhar até ao interior do quarto, onde Tom levava as mãos à cabeça. “Merda!” pensou.
- Vim buscar uma coisa com… com que ele ficou ontem! – disse atabalhoadamente.
- Hum, e agora a verdade? – perguntou como se não fosse nada. David sabia perfeitamente de como Tom se comportava com as raparigas, mas no entanto parecia que com Mel a coisa girava de outra maneira.
- Oh David, não és meu pai! – ela própria se arrependeu de dizer aquilo, desejava por tudo voltar atrás no tempo, e que realmente David fosse seu pai, afinal aquilo a que chamava pai não o era de todo! – Desculpa. – baixou o olhar e depositou-lhe um beijo na face.
- Não faz mal, foi instinto, eu percebi. – beijou-lhe a testa e deixou-a ir. – Tu… - apontou Tom.
- Eu…
- Veste-te, tens entrevistas para dar! – limitou-se a dizer, o que quer que fosse que tinha acontecido entre eles, viria ao de cima em breve.
(…)
Era mais um dia passado na estrada. Estavam algures em França, Melanie não sabia muito bem onde, a única coisa que sabia é que tinha mais sono que o costume e que não conseguia dormir por nada deste mundo. Levantou-se da cama, onde o seu relógio marcava 10 horas da manhã, e dirigiu-se à cozinha improvisada onde encontrou Bill.
- Já estás a pé? – perguntou-lhe.
- Não consigo dormir. – disse.
- Nem eu. – sentou-se cruzando as pernas à chinês.
- Oh Mel… - começou, ela olhou-o - … porque é que tens pesadelos? – ela suspirou.
- Queres mesmo que te diga? – sentiu alguma coisa tocar no andar de cima. – Desculpa já venho. – sorriu-lhe, era o seu telemóvel.
[Flashback]
- Puto, tu vais dizer-me! Vais dizer-me onde ela está e é já! – Peter tinha apanhado Joe à saída da escola e encostava-o, no momento, a uma das paredes agarrando-o pelo colarinho. – Onde está a Melanie?! – perguntou.
- Não sei… - disse a algum custo, começava a faltar-lhe o ar.
- Não me mintas, óh…! – apertou-o mais. – Diz-me!
- Mas eu não sei da Mel, também gostava era de saber… - tentou parecer credível.
- Mentiroso. – olhou-o com aquele olhar nojento e largou-o. – Onde está a Melanie? Ou me dizes ou morres! – falou pausadamente terminando numa gargalhada.
- Eu não sei, lamento. – baixou a cabeça como se realmente não soubesse.
- Tu estás a mentir puto, já não caio nessa outra vez!! – revistou o corpo de Joe e tirou-lhe o telemóvel de um dos largos bolsos das calças, igualmente, gigantes. Procurou no telemóvel dele o número de Melanie, talvez ele o tivesse. Peter já tentara vezes sem conta ligar à filha mas o telemóvel dizia que ‘o número para o qual tentava ligar não existia’.
Encontrou ‘Mel’ e copiou o número para o seu telemóvel rasca.
- Não voltes a cruzar-te comigo! – atirou-lhe o telemóvel e saiu dali.
[/flashback]
Melanie foi de encontro ao seu telemóvel e reparou que o número era desconhecido.
**
- Sim? – atendeu, e pelo sim pelo não, falou em alemão.
- Oh a minha rica filha está a falar a minha língua. – Peter, do outro lado da linha, falou. Melanie engoliu em seco e respirou fundo em choque. “Como?”
- Que é que me queres? – perguntou com desprezo.
- Onde andas, boneca?
- Não tens nada a ver com isso, sou maior e vacinada faço o que quiser e bem me apetecer! – refilou do lado de cá.
- Não é bem assim… ainda és minha filha! – respondeu indignado.
- A maneira como me tratavas não era a maneira de como um pai devia tratar uma filha! – atirou.
- Estás onde, minha cabra!? – perguntou, não queria mais conversas mansas com ela.
- Não te vou dizer!
- Melanie Jost… - salientou o seu apelido, visto Melanie nunca o usar, usava apenas o da mãe, Turpin. - … diz-me onde estás, ou alguém morre!
- Alguém? Só se fores tu! – riu-se ironicamente – Nunca saberás onde estou! – não sabia de onde aquela força toda para o enfrentar vinha, mas de qualquer das maneiras era bem recebida.
- Não sei, - começou – talvez o puto das rastas… - lembrou-se de Joe.
- Não… - arrastou a palavra - … não eras capaz.
- Tens certezas, amor? – perguntou. Melanie sentiu um arrepio percorrer-lhe a espinha.
- NÃO PODES! – berrou, estava a ficar de pé atrás, não podia pôr Joe em risco. Tom que ia a passar ouviu o berro e entrou bruscamente no quarto. Deu com Melanie sentada na cama, em lágrimas, e de telefone ao ouvido.
- Mel? – chamou baixinho. Ela levantou a cabeça e olhou-o, levantou-se e abraçou o corpo de Tom que, imediatamente, correspondeu.
- Eu faço tudo o que quiser… - disse - … e quero-te aqui. – respondeu Peter.
- Eu não vou! – Melanie largou Tom e começou a andar de um lado para o outro no compartimento.
- Ele morre!
- Não, ele não morre, mas tu podes não sobreviver! – respondeu irritada sentindo novamente as lágrimas picarem-lhe os olhos.
**
Tom sentou-se na cama e puxou-a para o seu colo.
- Que se passou? Quem é que morre? – perguntou confuso, não percebeu a conversa de Melanie ao telefone.
- Vou-te contar a minha vida, queres ouvir?
- Sim. – beijou-lhe o pescoço.

wow, :o
ResponderEliminarGOD :O e o Joe? ;_; ai de ti que mates o Joe o.o' mas não vais matar que eu sei ^^
ResponderEliminaropáá, o David é pai dela o.o' não é?
CONTINUA !