
- Melanie? – Tom chegava às 5 da manhã ao pequeno compartimento que fazia de cozinha no grande TourBus. – Já aqui? – perguntou coçando um olho.
- Diz antes, ainda aqui. – bufou, não tinha tido coragem de se deitar, não tinha de todo coragem sequer de fechar os olhos. Sabia que dia era aquele e sabia que cada vez que ele passava, pregar olho era impossível.
- Porquê? – perguntou sentando-se na mesa à frente dela.
- Porque não consigo dormir. – disse como se fosse totalmente normal.
- Experimentas-te ao menos deitar-te e tentar? – fazia-lhe confusão o porquê dela não dormir, já não era a primeira vez que a encontrava ali àquela hora, ou a ouvia levantar-se a meio da noite, ou simplesmente via nos olhos dela que não tinha dormido absolutamente nada.
- Hoje mesmo que o fizesse não iria conseguir sem que os pesadelos me assaltassem. – encostou a cabeça para trás e fechou levemente os olhos.
- Pesadelos? – perguntou intrigado – Tens sempre pesadelos? – Melanie não se tinha apercebido de ter mandado aquela verdade, era um facto que apenas David naqueles elementos todos sabia o porquê deles, e sinceramente não estava interessada em que mais ninguém soubesse.
- Sim. – respondeu apenas.
- Porquê?
- Estás a querer saber de mais não? – Tom baixou a cabeça atrapalhado.
- Desculpa.
- Volta para a cama e tenta tu dormir. – sorriu-lhe – Ainda falta muito para chegarmos.
- Fazes-me confusão. – olhou-a.
- Faço? Porquê? – perguntou docemente.
- És estranha. – ajeitou-se melhor na cadeira e cruzou os braços sobre o peito despido mirando a rapariga de cabelos pretos e roupas largas. – Dormes pouco, tens pesadelos e a história de quereres vir para aqui só para viajar não me cabe na cabeça. – disse. Já andava a matutar naquilo desde que ela se tinha juntado a eles há quase uma semana e meia, e desta vez tinha que se esclarecer.
- Não te cabe na cabeça? – olhou-o de boca aberta. Porque raio é que aquele gajo tinha que vir mexer no seu passado? – Porquê? O que é que achas que eu estou aqui a fazer então?
- Não sei, mas terá alguma coisa a ver comigo? – deitou ao ar a ver se pegava, o seu nome ser proferido por ela há cerca de quatro dias atrás ainda não tinha saído da sua cabeça e a sua curiosidade começava a rebentar!
- Contigo? – perguntou olhando-o, e Melanie podia jurar que o olhava com a maior cara de parva de sempre. – Mas tu és o quê? O rei do mundo? Eu nem sequer te conheço, não faço ideia quem sejas e antes de estar aqui tinha-me cruzado contigo uma vez! Uma única e mísera vez e a única coisa que fizemos foi chocar! – disse-lhe num tom mais elevado.
- Hey calma! – elevou as mãos no ar em defesa.
- Como é que queres que tenha calma, se te chegas aqui e fazes-me perguntas que nem sequer me passariam pela cabeça? – olhou-o.
- Desculpa, sim, mas é que eu ouvi-te dizer o meu nome numa conversa qualquer tua ao telemóvel e associei! – explicou.
- O quê?! – levantou-se bruscamente, mas que raio de conversa é que ele podia ter ouvido? Pensou melhor e associou àquele dia em que conversava com Joe e que se lembrava de o ouvir dizer que ela estava interessada nele. Lembrava-se de algo a ver com a sua… Tom interrompeu-lhe os pensamentos.
- Olha foi sem querer, fui ao quarto chamar-te e ouvi! E senta-te. – disse-lhe.
- E se me apetecer ficar de pé, impedes é?
- Não, faz-me confusão só isso. E podes-me satisfazer a curiosidade em relação ao eu ter ouvido o meu nome… - disse com um sorriso.
- Não! – respondeu-lhe forte e saiu do compartimento dirigindo-se ao seu quarto batendo com a porta fazendo Bill, que ia a passar mandar um salto.
- Hey que se passou? Que raio de barulheira que ninguém consegue dormir!? – refilou ao irmão.
- Desculpa, cenas com a Melanie.
- Já tens cenas com a Melanie? Eh lá a coisa está a avançar! – riu-se.
- Não parvo, confrontei-a.
- Oi? – Bill não percebeu – Com o quê?
- Tudo, tudo o que me passava pela cabeça, e além disso descobri que tem pesadelos todas as noites, ou algo assim. – levou uma mão à testa e massajou-a, estava a ficar com dores de cabeça.
- Hum, e são porquê?
- Não sei, ela não quis dizer.
- É bom, eu cheira-me que vais arranjar problemas, ai cheira cheira. – Bill sentou-se.
- Não é melhor ires dormir? Estás com uma cara de sono que mete medo ao susto, e antes de qualquer outra coisa são apenas 6 da manhã. – disse rapidamente ao irmão que se perdeu.
- Não sei o que disseste mas se tem a ver com a minha estada aqui a estas horas a culpa é inteiramente tua e da Melanie! – refilou passando uma mão pelos cabelos aninhando o corpo no sofá.
- Desculpa. – riu-se da cara de Bill – Vai para a cama, ó diva. – riu-se ao que Bill o olhou com uma sobrancelha no ar. – Não é mentira absolutamente nenhuma.
- Oh sim, miss. – atalhou e levantou-se dirigindo-se novamente à sua adorada cama.
Tom deixou-se ficar a pensar nas palavras de Melanie que lhe atacavam os pensamentos com uma força brutal e sem razão aparente. “Ela é realmente estranha.” Suspirou e deixou que o seu corpo cansado subisse as escadas metálicas.
Melanie tinha-se sentado na cama de joelhos ao peito abraçando-os.
- Porquê? – murmurou para si mesma. – Porque é que ele tinha que desconfiar de algo impossível de ser desconfiado? – no seu pensamento não encaixava, mas porque é que Tom tinha que desconfiar da verdadeira razão de Melanie ali estar? – Não compreendo. – suspirou.
Tom passou pelo quarto dela e ouviu-a falar numa língua que talvez fosse português. “Agora também fala sozinha, boa veio meter-se num bom sítio não há dúvida!” rumou até ao seu quarto e apenas voltou a sair dele quando o David o acordou com um berro aos ouvidos.
(…)
- Tu dormiste? – perguntou David a Melanie que estava mais uma vez sentada na cozinha de copo de leite na mão a olhar o vazio.
- Não. – respondeu mecanicamente olhando depois o tio.
- Porquê? Pesadelos?
- Nem experimentei dormir hoje. – suspirou contendo as lágrimas, odiava aquele dia, aquela noite era a mais dolorosa de todas.
- Então mas isso não pode ser pote de mel. – olhou a rapariga com um ar doce.
- Foi durante a noite de ontem David. – olhou-o cruelmente, aquele olhar tão inocente e que já demonstrava uma história gigante e mal contada. David percebera a que ela se referia. – Foi durante a noite de ontem que aquele cretino assassin… - interrompeu-se ao ouvir os passos dos gémeos corridos numa guerra de quem chegava primeiro.
- BOM DIA! – berrou Bill. David olhou-o, mas não sabia se havia de rir pelas figuras de Bill ou se havia de deixar as lágrimas escorrerem pelo sofrimento que via espelhados nos olhos avelã de Melanie. – Wow, que caras. – olhou ambos e apercebeu-se que Melanie limpara uma lágrima. – Está tudo bem? – perguntou à rapariga trocando um olhar com o irmão. Tom tinha razão Melanie era de facto estranha.
- Sim. – sorriu-lhe, o seu sorriso falso, o sorriso que sempre usara com o seu pai depois da morte da mãe.
- Mentirosa. – Tom sussurrou e Melanie olhou-o bruscamente. O rapaz que ao início simpatizara com uma verdadeira gargalhada começava a revelar-se outro tipo de pessoa. Tom encolheu-se. – Ouviste? – perguntou parvo olhando-o.
- Tudo aquilo que me diz respeito ouço. – David e Bill olharam aqueles dois.
- Ahm… - David hesitou - … Mel, veste o biquíni e relaxa, vamos todos para a piscina do Hotel. Chegámos. – anunciou e Melanie suspirou levantando-se.
- Ok.
(…)
- Onde merda é que aquela fedelha se enfiou?! – Peter não via a filha à uma semana e começava a perder a paciência. Onde raio ela se enfiara? O que fora fazer? E para onde? Mas acima de tudo, porquê?! – Até parece que não lhe dava uma boa vida. – abanou a cabeça e sentou-se no sofá com uma cerveja na mão direita e o comando colado com fita-cola na outra.
Sentiu o telefone tocar algures num dos bolsos e apressou-se a procurá-lo e atendê-lo.
**
- Estou? – perguntou.
- Peter? – ouviu uma voz feminina e algo provocadora falar-lhe.
- Sim, sou eu. Quem és?
- Sarah. – murmurou. Peter sentiu o seu coração acelerar. Se havia mulher que o conseguia satisfazer esse alguém era ela.
- Estás onde?
- Uh ainda agora ouviste a minha voz e já me queres? – perguntou com uma gargalhada. - Quero.
**
O resto da chamada não tinha o mínimo interesse apenas deu para ele passar mais uns tempos sem pensar em Melanie e no porquê de não a ver.
- Diz antes, ainda aqui. – bufou, não tinha tido coragem de se deitar, não tinha de todo coragem sequer de fechar os olhos. Sabia que dia era aquele e sabia que cada vez que ele passava, pregar olho era impossível.
- Porquê? – perguntou sentando-se na mesa à frente dela.
- Porque não consigo dormir. – disse como se fosse totalmente normal.
- Experimentas-te ao menos deitar-te e tentar? – fazia-lhe confusão o porquê dela não dormir, já não era a primeira vez que a encontrava ali àquela hora, ou a ouvia levantar-se a meio da noite, ou simplesmente via nos olhos dela que não tinha dormido absolutamente nada.
- Hoje mesmo que o fizesse não iria conseguir sem que os pesadelos me assaltassem. – encostou a cabeça para trás e fechou levemente os olhos.
- Pesadelos? – perguntou intrigado – Tens sempre pesadelos? – Melanie não se tinha apercebido de ter mandado aquela verdade, era um facto que apenas David naqueles elementos todos sabia o porquê deles, e sinceramente não estava interessada em que mais ninguém soubesse.
- Sim. – respondeu apenas.
- Porquê?
- Estás a querer saber de mais não? – Tom baixou a cabeça atrapalhado.
- Desculpa.
- Volta para a cama e tenta tu dormir. – sorriu-lhe – Ainda falta muito para chegarmos.
- Fazes-me confusão. – olhou-a.
- Faço? Porquê? – perguntou docemente.
- És estranha. – ajeitou-se melhor na cadeira e cruzou os braços sobre o peito despido mirando a rapariga de cabelos pretos e roupas largas. – Dormes pouco, tens pesadelos e a história de quereres vir para aqui só para viajar não me cabe na cabeça. – disse. Já andava a matutar naquilo desde que ela se tinha juntado a eles há quase uma semana e meia, e desta vez tinha que se esclarecer.
- Não te cabe na cabeça? – olhou-o de boca aberta. Porque raio é que aquele gajo tinha que vir mexer no seu passado? – Porquê? O que é que achas que eu estou aqui a fazer então?
- Não sei, mas terá alguma coisa a ver comigo? – deitou ao ar a ver se pegava, o seu nome ser proferido por ela há cerca de quatro dias atrás ainda não tinha saído da sua cabeça e a sua curiosidade começava a rebentar!
- Contigo? – perguntou olhando-o, e Melanie podia jurar que o olhava com a maior cara de parva de sempre. – Mas tu és o quê? O rei do mundo? Eu nem sequer te conheço, não faço ideia quem sejas e antes de estar aqui tinha-me cruzado contigo uma vez! Uma única e mísera vez e a única coisa que fizemos foi chocar! – disse-lhe num tom mais elevado.
- Hey calma! – elevou as mãos no ar em defesa.
- Como é que queres que tenha calma, se te chegas aqui e fazes-me perguntas que nem sequer me passariam pela cabeça? – olhou-o.
- Desculpa, sim, mas é que eu ouvi-te dizer o meu nome numa conversa qualquer tua ao telemóvel e associei! – explicou.
- O quê?! – levantou-se bruscamente, mas que raio de conversa é que ele podia ter ouvido? Pensou melhor e associou àquele dia em que conversava com Joe e que se lembrava de o ouvir dizer que ela estava interessada nele. Lembrava-se de algo a ver com a sua… Tom interrompeu-lhe os pensamentos.
- Olha foi sem querer, fui ao quarto chamar-te e ouvi! E senta-te. – disse-lhe.
- E se me apetecer ficar de pé, impedes é?
- Não, faz-me confusão só isso. E podes-me satisfazer a curiosidade em relação ao eu ter ouvido o meu nome… - disse com um sorriso.
- Não! – respondeu-lhe forte e saiu do compartimento dirigindo-se ao seu quarto batendo com a porta fazendo Bill, que ia a passar mandar um salto.
- Hey que se passou? Que raio de barulheira que ninguém consegue dormir!? – refilou ao irmão.
- Desculpa, cenas com a Melanie.
- Já tens cenas com a Melanie? Eh lá a coisa está a avançar! – riu-se.
- Não parvo, confrontei-a.
- Oi? – Bill não percebeu – Com o quê?
- Tudo, tudo o que me passava pela cabeça, e além disso descobri que tem pesadelos todas as noites, ou algo assim. – levou uma mão à testa e massajou-a, estava a ficar com dores de cabeça.
- Hum, e são porquê?
- Não sei, ela não quis dizer.
- É bom, eu cheira-me que vais arranjar problemas, ai cheira cheira. – Bill sentou-se.
- Não é melhor ires dormir? Estás com uma cara de sono que mete medo ao susto, e antes de qualquer outra coisa são apenas 6 da manhã. – disse rapidamente ao irmão que se perdeu.
- Não sei o que disseste mas se tem a ver com a minha estada aqui a estas horas a culpa é inteiramente tua e da Melanie! – refilou passando uma mão pelos cabelos aninhando o corpo no sofá.
- Desculpa. – riu-se da cara de Bill – Vai para a cama, ó diva. – riu-se ao que Bill o olhou com uma sobrancelha no ar. – Não é mentira absolutamente nenhuma.
- Oh sim, miss. – atalhou e levantou-se dirigindo-se novamente à sua adorada cama.
Tom deixou-se ficar a pensar nas palavras de Melanie que lhe atacavam os pensamentos com uma força brutal e sem razão aparente. “Ela é realmente estranha.” Suspirou e deixou que o seu corpo cansado subisse as escadas metálicas.
Melanie tinha-se sentado na cama de joelhos ao peito abraçando-os.
- Porquê? – murmurou para si mesma. – Porque é que ele tinha que desconfiar de algo impossível de ser desconfiado? – no seu pensamento não encaixava, mas porque é que Tom tinha que desconfiar da verdadeira razão de Melanie ali estar? – Não compreendo. – suspirou.
Tom passou pelo quarto dela e ouviu-a falar numa língua que talvez fosse português. “Agora também fala sozinha, boa veio meter-se num bom sítio não há dúvida!” rumou até ao seu quarto e apenas voltou a sair dele quando o David o acordou com um berro aos ouvidos.
(…)
- Tu dormiste? – perguntou David a Melanie que estava mais uma vez sentada na cozinha de copo de leite na mão a olhar o vazio.
- Não. – respondeu mecanicamente olhando depois o tio.
- Porquê? Pesadelos?
- Nem experimentei dormir hoje. – suspirou contendo as lágrimas, odiava aquele dia, aquela noite era a mais dolorosa de todas.
- Então mas isso não pode ser pote de mel. – olhou a rapariga com um ar doce.
- Foi durante a noite de ontem David. – olhou-o cruelmente, aquele olhar tão inocente e que já demonstrava uma história gigante e mal contada. David percebera a que ela se referia. – Foi durante a noite de ontem que aquele cretino assassin… - interrompeu-se ao ouvir os passos dos gémeos corridos numa guerra de quem chegava primeiro.
- BOM DIA! – berrou Bill. David olhou-o, mas não sabia se havia de rir pelas figuras de Bill ou se havia de deixar as lágrimas escorrerem pelo sofrimento que via espelhados nos olhos avelã de Melanie. – Wow, que caras. – olhou ambos e apercebeu-se que Melanie limpara uma lágrima. – Está tudo bem? – perguntou à rapariga trocando um olhar com o irmão. Tom tinha razão Melanie era de facto estranha.
- Sim. – sorriu-lhe, o seu sorriso falso, o sorriso que sempre usara com o seu pai depois da morte da mãe.
- Mentirosa. – Tom sussurrou e Melanie olhou-o bruscamente. O rapaz que ao início simpatizara com uma verdadeira gargalhada começava a revelar-se outro tipo de pessoa. Tom encolheu-se. – Ouviste? – perguntou parvo olhando-o.
- Tudo aquilo que me diz respeito ouço. – David e Bill olharam aqueles dois.
- Ahm… - David hesitou - … Mel, veste o biquíni e relaxa, vamos todos para a piscina do Hotel. Chegámos. – anunciou e Melanie suspirou levantando-se.
- Ok.
(…)
- Onde merda é que aquela fedelha se enfiou?! – Peter não via a filha à uma semana e começava a perder a paciência. Onde raio ela se enfiara? O que fora fazer? E para onde? Mas acima de tudo, porquê?! – Até parece que não lhe dava uma boa vida. – abanou a cabeça e sentou-se no sofá com uma cerveja na mão direita e o comando colado com fita-cola na outra.
Sentiu o telefone tocar algures num dos bolsos e apressou-se a procurá-lo e atendê-lo.
**
- Estou? – perguntou.
- Peter? – ouviu uma voz feminina e algo provocadora falar-lhe.
- Sim, sou eu. Quem és?
- Sarah. – murmurou. Peter sentiu o seu coração acelerar. Se havia mulher que o conseguia satisfazer esse alguém era ela.
- Estás onde?
- Uh ainda agora ouviste a minha voz e já me queres? – perguntou com uma gargalhada. - Quero.
**
O resto da chamada não tinha o mínimo interesse apenas deu para ele passar mais uns tempos sem pensar em Melanie e no porquê de não a ver.
Sem comentários:
Enviar um comentário