
- Vem connosco, que raio ficas aqui a fazer? – perguntou Gustav a Melanie.
- Vejo televisão e pouco mais. – encolheu os ombros.
- É mais giro se viesses connosco! – intrometeu-se Bill. Estavam no TourBus dos gémeos e de Melanie a tentar convencê-la que fosse com eles para o pavilhão onde dariam o concerto desta noite, visto ela nunca ir e ficar solitária no Hotel horas a fio.
- Que é que fazem por lá? – perguntou a rapariga.
- Jogamos matraquilhos, ping pong, coisa que ganho sempre, e mais algumas coisas interessantes! – disse Tom seguro de si.
- Ok, ok, eu vou então! – sorriu aos rapazes.
- Fixe! Sai uma t-shirt do Staff para a Melanie! – berrou Bill. Ela riu-se e dirigiu-se com eles ao tão aguardado concerto dessa noite.
(…)
- Eu faço equipa com ela que de certeza ganhamos! – disse Bill falando de si e de Melanie – Por isso joguem vocês os quatro primeiro! – segundo Bill as equipas tinham ficado: Georg e Tom, Gustav e David, ele e Melanie.
- Ok. – Tom encolheu os ombros. – Quem ganhar joga com vocês e depois logo se vê!
- Sabes jogar não sabes, Melanie? – perguntou Bill preocupado olhando a rapariga sentada ao seu lado.
- Claro que sei óh tóto! Não te preocupes que vamos ganhar! – riu-se.
- Fixe. – Bill suspirou de alívio.
- És mesmo tóto! – outra gargalhada surgiu nos lábios de Melanie e Bill sorriu por isso, gostava de a ver rir, gostava da maneira de ela agir, gostava daquela rapariga de uma maneira especial. Não sabia porquê mas sentia como se pudesse confiar tudo nela, que ela guardaria e ainda o aconselharia, começava a ficar com o feeling que Mel seria uma excelente amiga para a vida.
- Merda Tom! – Georg queixou-se ao ver Tom deixar entrar a bola na sua baliza. – Mas para onde estás a olhar!? – perguntou. Tom acordou do transe em que se mantivera por escassos segundos ao ouvir Melanie rir. Mas porquê? Porque é que a gargalhada dela lhe era tão agradável de ouvir? Porque é que o mundo parava de girar quando ela ria? Estava com certeza a ficar louco!
- Han? – abanou a cabeça da direita para a esquerda e olhou Georg. Este virou o corpo para onde Tom olhava à minutos atrás.
- Outra vez a olhar a miúda? Não será já demais? – perguntou baixinho ao amigo para que David não ouvisse.
- Parem de cochichar e joguem! – ordenou Gustav.
- Sim andem lá! – apoiou Bill que queria jogar.
- Vamos jogar sim. – falou Tom olhando Georg e seguidamente David. Lançou a bola e voltaram ao jogo.
- GANHÁMOS! – berrou Tom. – Han diz lá que eu não sou bom nisto!
- … lá que eu não sou bom nisto! – gozou Georg.
- Parvo! – deu-lhe um calduço. – Bill, Melanie bora, venham perder!
- Isso era o que tu querias! – disseram os dois em uníssono, rindo.
- Lá coordenados vocês estão! – riu Georg. – Mas preparem-se! – esfregou as mãos uma na outra e olhou o “campo”.
- E vamos ganhar! – Melanie deitou-lhes a língua de fora.
- Veremos. – sorriu-lhe Tom.
- Bolas. – Tom sussurrou ao deixar passar a bola de Melanie.
- 1-0! – disse a rapariga. Voltaram ao jogo. – 2-0! Então eram tão bons, afinal…!
- Era só garganta! – segredou-lhe Bill mas de maneira a que os outros ouvissem.
- O tanas! – disse Georg. Podiam continuar o jogo as vezes que quisessem mas o facto é que pela baliza de Melanie nenhuma bola passava. – Desisto! Chiça!
- És boa nisto miúda… - disse Tom olhando a rapariga.
- Eu sou boa em tudo! – sorriu-lhe encolhendo os ombros.
- Aposto que não!
- Estás a desafiar-me? – olhou-o.
- Mais ou menos…
- Hum, em que achas que és melhor que eu? – perguntou.
- Sexo. – não se podia ter lembrado de outra coisa, já que queria provar o corpo dela, desafiá-la a tal coisa podia dar resultado.
- Não pensas em mais nada pois não? – Mel riu-se, é que não podia fazer mais nada. Aquele rapaz vivia para sexo estava visto e sinceramente ela não via mal nenhum nisso, mas aquela saída era clara de que ele queria ter sexo consigo.
Tom ficou parvo a olhar para ela. “Porque é que se ri? Porque é que ela não me leva a sério?” pensou para si mesmo, mas as respostas não as tinha.
- Não propriamente, também penso na música, nos concertos, em dormir… - enumerou.
- Poupa-me, meu. – sentou-se ao lado de David e olhou os três elementos que ainda estavam de pé e que a miravam. – Que é? – perguntou.
- Ganhámos, vamos jogar outra v… - um segurança interrompeu a fala de Bill.
- Cinco minutos, estão prontos?
- Já?! – perguntou Gustav – Foi rápido! A culpa é tua! – apontou Melanie com um sorriso.
- Uuhh cuidadooo! – riu-se.
(…)
Voltou a investir nela, voltou a beijar o seu pescoço e a deixar o seu corpo ser invadido por um calor diferente do normal. Deixou que a rapariga lhe cravasse as unhas nas costas e a sentisse gemer aos seus ouvidos. Movimentou mais uma vez o seu corpo contra o interior do dela até sentir o seu corpo contrair num espasmo carregado de adrenalina e ser mostrado por um gemido mais alto que os anteriores. Beijou os lábios vermelhos da rapariga e sentiu-a morder o seu piercing ao ouvi-la suspirar de maneira mais carregada também ela atingindo o seu clímax.
Acordou de respiração ofegante e suado. Olhou o telemóvel e reparou nas horas: 3:26 da manhã.
Não podia acreditar naquele sonho que tivera, não conseguia acreditar com aquilo que sonhara. Sabia que a desejava, talvez mais do que o que devia, mas chegar ao ponto de a imaginar nua sob si e de se imaginar no seu interior, não seria demais? Deitou fortemente a cabeça na almofada e respirou fundo tentando acalmar-se, o sonho tinha sido forte e Tom estava visível e sexualmente excitado. Virou-se na cama depois de mais calmo e tentou adormecer novamente, mas a única imagem que lhe vinha à cabeça era dela, apenas dela.
Levantou-se e pensou ir à cozinha passear, beber água e depois voltar, mas pelo caminho parou à porta do quarto da rapariga dos seus sonhos.
Melanie estava a gemer quando Tom ali parou e, curioso, encostou o ouvido à porta apercebendo-se de que ela estava a sonhar. Abriu vagarosamente a porta e mirou a cama onde ela permanecia deitada contorcendo-se e emitindo frágeis gemidos. Aproximou-se da rapariga e fitou-a. Melanie era uma rapariga bastante bonita, tinha a pele semi-morena e não era visível nenhuma marca ou cicatriz imperfeita. Reparou apenas que, no sobrolho, tinha um pequeno corte, talvez uma brincadeira em criança ou talvez em adolescente. Olhou mais uma vez a rapariga e quando ia sair do quarto…
- Tom? – Melanie acordara estremunhada de um sonho estranho que estava a ter, não estava nos seus famosos pesadelos, mas num mundo ao contrário em que a personagem principal não era ela, mas Tom.
Tom estacionou de costas para ela. E agora o que é que lhe dizia?
- Sim? – optou por se virar e encará-la.
- Que estás aqui a fazer? – perguntou sentando-se na cama fitando o rapaz que apenas em boxers se apresentava à sua frente.
- Não conseguia dormir, e quando passei por aqui estavas a gemer, vim ver o que se passava.– explicou.
- Hum, estranho… - passou uma mão pelos cabelos.
- Estranho?
- Sim, estava a sonhar contigo. – inspirou.
- Comigo? – Tom acordou de repente. “Estava a sonhar comigo e a gemer?!”
- Sim, algo estranho era um mundo esquisito e eu apenas te via andar de um lado para o outro meio atarantado da vida. – explicou-se.
- Ah. – suspirou de alívio. – Pensei que era outra coisa… Bem vou para a cama, boa noite.
- Boa noite… - disse – Tom… - chamou a atenção dele - … pensavas que era o quê? – perguntou curiosa.
- Um dia conto-te. – sorriu-lhe e saiu do quarto da rapariga dirigindo-se ao seu.
- Está bem. – murmurou para si mesma, “A que raio se referia ele?”
(…)
- Bom dia. – cumprimentou Tom chegando à cozinha onde Bill e Melanie conversavam alegremente.
- Bom dia. – responderam os dois em uníssono.
- Lá estão vocês a falar em coro. – riu-se Tom preparando o seu pequeno-almoço.
- É assim, a nossa empatia bate tudo…
- Tudo não, aposto que não bate a vossa! – Melanie apontou ora Bill ora Tom.
- Claro que não! – riu-se Bill – Mas em comparação com outras bate! – disse.
- Não me falem em bater! - disse Tom sentando-se com a tigela de cereais à frente.
- Porquê? – Bill levantou a sobrancelha direita.
- Andei a bater com a cabeça nas paredes a noite toda.
- Não conseguiste voltar a dormir? – perguntou Melanie trincando um croissant.
- Mais ou menos. – suspirou.
- Han? Vocês os dois às vezes têm conversas que eu… - foi interrompido.
- Eu levantei-me às 3 da manhã e cruzei-me com ela, só isso!
- Cruzas-te o tanas! – disse Mel – Foste ter comigo! – sorriu-lhe.
- Oi? – Bill estava à nora.
- Estava a sonhar contigo que é que querias?! – descuidou-se.
- Estavas a sonhar comigo?
- Estavas a sonhar com ela!? – perguntou Bill ao mesmo tempo que Melanie.
- Hey, hey menos! – refilou. – Sim estava.
- Então era isso… - disse Melanie - … estranho eu também estar a sonhar contigo.
- MELANIE!! – era David que entrava no Bus interrompendo a conversa.
- Sim?
- Vem comigo se faz favor, enquanto eles acabam de comer.
- Ok. – e saiu deixando-os pendurados.
- Vocês estavam a sonhar um com o outro? – riu-se Bill fascinado.
- Ya, mas o sonho dela era muito diferente do meu.
- Como assim?
- O dela era abstracto e o meu demasiado real!
- Han? Que tipo de sonho era o teu? – perguntou.
- Numa palavra? – olhou Bill – Erótico! – suspirou.
- Tu desejas mesmo a miúda! – riu-se.
- Não gozes! Eu se não a tiver dou em louco! Demente completamente!
- Mesmo ninfomaníaco!
- A questão nem é essa, porque não é só o corpo dela, é a sua maneira de ser, aquele mistério e a maneira como me desafia… deixa-me louco!
- Estás lixado, cheira-me que não levas nada dela!
- Também eu já sei isso. – suspirou levando uma colher com cereais à boca.
- Agora vocês! Chegámos! – David estava meio desnorteado durante esta manhã e Melanie já reparara nisso no entanto voltou a sentar-se ao lado dos gémeos e não tocou no assunto.
- Oh sim está bem, mas deixa-me comer. – refilou Tom.
- ‘Tás mal-humorado tu! – disse-lhe David.
- E tu também. – atirou.
- Eu não estou mal-humorado. – refilou cruzando os braços sobre o peito encostando o corpo a uma das paredes falsas.
- Nota-se. – respondeu. – Que é que tens?
- Problemas de família!
- Está tudo bem? – perguntou Melanie.
- Sim, pote de mel não te preocupes. – sorriu-lhe. Sim, aquilo que descobrira e os seus problemas de família tinham a ver com Mel mas ele não podia fazer nada agora, não podia simplesmente confrontá-la com aquela verdade insana! Se bem que para ela até era melhor saber… mas não, não iria contar, pelo menos para já.
- Ok. – encolheu os ombros.
- Bem pessoal, é despachar que temos que ir ao Hotel e são quase duas da tarde.
- Sim, David. – responderam os gémeos em coro.
- Tu vais com eles para o recinto? – perguntou a Melanie.
- Sim, vou aquilo é divertido. – sorriu ao tio.
- Oh sim! Mas desta vez não ganhas aviso já! – era Tom.
- Oh claro que sim! – ironizou. – A propósito, Tom… - ele olhou-a acenando-lhe para que continuasse. - … o teu sonho comigo era sobre o quê? – Tom ficou branco.
- Nada de especial, uma coisa absolutamente natural. – olhou o irmão e Bill riu-se.
- Então se é podes contar…
- Um dia Melanie. – limitou-se a dizer. David saiu e minutos mais tarde eles acompanharam-no.
- Vejo televisão e pouco mais. – encolheu os ombros.
- É mais giro se viesses connosco! – intrometeu-se Bill. Estavam no TourBus dos gémeos e de Melanie a tentar convencê-la que fosse com eles para o pavilhão onde dariam o concerto desta noite, visto ela nunca ir e ficar solitária no Hotel horas a fio.
- Que é que fazem por lá? – perguntou a rapariga.
- Jogamos matraquilhos, ping pong, coisa que ganho sempre, e mais algumas coisas interessantes! – disse Tom seguro de si.
- Ok, ok, eu vou então! – sorriu aos rapazes.
- Fixe! Sai uma t-shirt do Staff para a Melanie! – berrou Bill. Ela riu-se e dirigiu-se com eles ao tão aguardado concerto dessa noite.
(…)
- Eu faço equipa com ela que de certeza ganhamos! – disse Bill falando de si e de Melanie – Por isso joguem vocês os quatro primeiro! – segundo Bill as equipas tinham ficado: Georg e Tom, Gustav e David, ele e Melanie.
- Ok. – Tom encolheu os ombros. – Quem ganhar joga com vocês e depois logo se vê!
- Sabes jogar não sabes, Melanie? – perguntou Bill preocupado olhando a rapariga sentada ao seu lado.
- Claro que sei óh tóto! Não te preocupes que vamos ganhar! – riu-se.
- Fixe. – Bill suspirou de alívio.
- És mesmo tóto! – outra gargalhada surgiu nos lábios de Melanie e Bill sorriu por isso, gostava de a ver rir, gostava da maneira de ela agir, gostava daquela rapariga de uma maneira especial. Não sabia porquê mas sentia como se pudesse confiar tudo nela, que ela guardaria e ainda o aconselharia, começava a ficar com o feeling que Mel seria uma excelente amiga para a vida.
- Merda Tom! – Georg queixou-se ao ver Tom deixar entrar a bola na sua baliza. – Mas para onde estás a olhar!? – perguntou. Tom acordou do transe em que se mantivera por escassos segundos ao ouvir Melanie rir. Mas porquê? Porque é que a gargalhada dela lhe era tão agradável de ouvir? Porque é que o mundo parava de girar quando ela ria? Estava com certeza a ficar louco!
- Han? – abanou a cabeça da direita para a esquerda e olhou Georg. Este virou o corpo para onde Tom olhava à minutos atrás.
- Outra vez a olhar a miúda? Não será já demais? – perguntou baixinho ao amigo para que David não ouvisse.
- Parem de cochichar e joguem! – ordenou Gustav.
- Sim andem lá! – apoiou Bill que queria jogar.
- Vamos jogar sim. – falou Tom olhando Georg e seguidamente David. Lançou a bola e voltaram ao jogo.
- GANHÁMOS! – berrou Tom. – Han diz lá que eu não sou bom nisto!
- … lá que eu não sou bom nisto! – gozou Georg.
- Parvo! – deu-lhe um calduço. – Bill, Melanie bora, venham perder!
- Isso era o que tu querias! – disseram os dois em uníssono, rindo.
- Lá coordenados vocês estão! – riu Georg. – Mas preparem-se! – esfregou as mãos uma na outra e olhou o “campo”.
- E vamos ganhar! – Melanie deitou-lhes a língua de fora.
- Veremos. – sorriu-lhe Tom.
- Bolas. – Tom sussurrou ao deixar passar a bola de Melanie.
- 1-0! – disse a rapariga. Voltaram ao jogo. – 2-0! Então eram tão bons, afinal…!
- Era só garganta! – segredou-lhe Bill mas de maneira a que os outros ouvissem.
- O tanas! – disse Georg. Podiam continuar o jogo as vezes que quisessem mas o facto é que pela baliza de Melanie nenhuma bola passava. – Desisto! Chiça!
- És boa nisto miúda… - disse Tom olhando a rapariga.
- Eu sou boa em tudo! – sorriu-lhe encolhendo os ombros.
- Aposto que não!
- Estás a desafiar-me? – olhou-o.
- Mais ou menos…
- Hum, em que achas que és melhor que eu? – perguntou.
- Sexo. – não se podia ter lembrado de outra coisa, já que queria provar o corpo dela, desafiá-la a tal coisa podia dar resultado.
- Não pensas em mais nada pois não? – Mel riu-se, é que não podia fazer mais nada. Aquele rapaz vivia para sexo estava visto e sinceramente ela não via mal nenhum nisso, mas aquela saída era clara de que ele queria ter sexo consigo.
Tom ficou parvo a olhar para ela. “Porque é que se ri? Porque é que ela não me leva a sério?” pensou para si mesmo, mas as respostas não as tinha.
- Não propriamente, também penso na música, nos concertos, em dormir… - enumerou.
- Poupa-me, meu. – sentou-se ao lado de David e olhou os três elementos que ainda estavam de pé e que a miravam. – Que é? – perguntou.
- Ganhámos, vamos jogar outra v… - um segurança interrompeu a fala de Bill.
- Cinco minutos, estão prontos?
- Já?! – perguntou Gustav – Foi rápido! A culpa é tua! – apontou Melanie com um sorriso.
- Uuhh cuidadooo! – riu-se.
(…)
Voltou a investir nela, voltou a beijar o seu pescoço e a deixar o seu corpo ser invadido por um calor diferente do normal. Deixou que a rapariga lhe cravasse as unhas nas costas e a sentisse gemer aos seus ouvidos. Movimentou mais uma vez o seu corpo contra o interior do dela até sentir o seu corpo contrair num espasmo carregado de adrenalina e ser mostrado por um gemido mais alto que os anteriores. Beijou os lábios vermelhos da rapariga e sentiu-a morder o seu piercing ao ouvi-la suspirar de maneira mais carregada também ela atingindo o seu clímax.
Acordou de respiração ofegante e suado. Olhou o telemóvel e reparou nas horas: 3:26 da manhã.
Não podia acreditar naquele sonho que tivera, não conseguia acreditar com aquilo que sonhara. Sabia que a desejava, talvez mais do que o que devia, mas chegar ao ponto de a imaginar nua sob si e de se imaginar no seu interior, não seria demais? Deitou fortemente a cabeça na almofada e respirou fundo tentando acalmar-se, o sonho tinha sido forte e Tom estava visível e sexualmente excitado. Virou-se na cama depois de mais calmo e tentou adormecer novamente, mas a única imagem que lhe vinha à cabeça era dela, apenas dela.
Levantou-se e pensou ir à cozinha passear, beber água e depois voltar, mas pelo caminho parou à porta do quarto da rapariga dos seus sonhos.
Melanie estava a gemer quando Tom ali parou e, curioso, encostou o ouvido à porta apercebendo-se de que ela estava a sonhar. Abriu vagarosamente a porta e mirou a cama onde ela permanecia deitada contorcendo-se e emitindo frágeis gemidos. Aproximou-se da rapariga e fitou-a. Melanie era uma rapariga bastante bonita, tinha a pele semi-morena e não era visível nenhuma marca ou cicatriz imperfeita. Reparou apenas que, no sobrolho, tinha um pequeno corte, talvez uma brincadeira em criança ou talvez em adolescente. Olhou mais uma vez a rapariga e quando ia sair do quarto…
- Tom? – Melanie acordara estremunhada de um sonho estranho que estava a ter, não estava nos seus famosos pesadelos, mas num mundo ao contrário em que a personagem principal não era ela, mas Tom.
Tom estacionou de costas para ela. E agora o que é que lhe dizia?
- Sim? – optou por se virar e encará-la.
- Que estás aqui a fazer? – perguntou sentando-se na cama fitando o rapaz que apenas em boxers se apresentava à sua frente.
- Não conseguia dormir, e quando passei por aqui estavas a gemer, vim ver o que se passava.– explicou.
- Hum, estranho… - passou uma mão pelos cabelos.
- Estranho?
- Sim, estava a sonhar contigo. – inspirou.
- Comigo? – Tom acordou de repente. “Estava a sonhar comigo e a gemer?!”
- Sim, algo estranho era um mundo esquisito e eu apenas te via andar de um lado para o outro meio atarantado da vida. – explicou-se.
- Ah. – suspirou de alívio. – Pensei que era outra coisa… Bem vou para a cama, boa noite.
- Boa noite… - disse – Tom… - chamou a atenção dele - … pensavas que era o quê? – perguntou curiosa.
- Um dia conto-te. – sorriu-lhe e saiu do quarto da rapariga dirigindo-se ao seu.
- Está bem. – murmurou para si mesma, “A que raio se referia ele?”
(…)
- Bom dia. – cumprimentou Tom chegando à cozinha onde Bill e Melanie conversavam alegremente.
- Bom dia. – responderam os dois em uníssono.
- Lá estão vocês a falar em coro. – riu-se Tom preparando o seu pequeno-almoço.
- É assim, a nossa empatia bate tudo…
- Tudo não, aposto que não bate a vossa! – Melanie apontou ora Bill ora Tom.
- Claro que não! – riu-se Bill – Mas em comparação com outras bate! – disse.
- Não me falem em bater! - disse Tom sentando-se com a tigela de cereais à frente.
- Porquê? – Bill levantou a sobrancelha direita.
- Andei a bater com a cabeça nas paredes a noite toda.
- Não conseguiste voltar a dormir? – perguntou Melanie trincando um croissant.
- Mais ou menos. – suspirou.
- Han? Vocês os dois às vezes têm conversas que eu… - foi interrompido.
- Eu levantei-me às 3 da manhã e cruzei-me com ela, só isso!
- Cruzas-te o tanas! – disse Mel – Foste ter comigo! – sorriu-lhe.
- Oi? – Bill estava à nora.
- Estava a sonhar contigo que é que querias?! – descuidou-se.
- Estavas a sonhar comigo?
- Estavas a sonhar com ela!? – perguntou Bill ao mesmo tempo que Melanie.
- Hey, hey menos! – refilou. – Sim estava.
- Então era isso… - disse Melanie - … estranho eu também estar a sonhar contigo.
- MELANIE!! – era David que entrava no Bus interrompendo a conversa.
- Sim?
- Vem comigo se faz favor, enquanto eles acabam de comer.
- Ok. – e saiu deixando-os pendurados.
- Vocês estavam a sonhar um com o outro? – riu-se Bill fascinado.
- Ya, mas o sonho dela era muito diferente do meu.
- Como assim?
- O dela era abstracto e o meu demasiado real!
- Han? Que tipo de sonho era o teu? – perguntou.
- Numa palavra? – olhou Bill – Erótico! – suspirou.
- Tu desejas mesmo a miúda! – riu-se.
- Não gozes! Eu se não a tiver dou em louco! Demente completamente!
- Mesmo ninfomaníaco!
- A questão nem é essa, porque não é só o corpo dela, é a sua maneira de ser, aquele mistério e a maneira como me desafia… deixa-me louco!
- Estás lixado, cheira-me que não levas nada dela!
- Também eu já sei isso. – suspirou levando uma colher com cereais à boca.
- Agora vocês! Chegámos! – David estava meio desnorteado durante esta manhã e Melanie já reparara nisso no entanto voltou a sentar-se ao lado dos gémeos e não tocou no assunto.
- Oh sim está bem, mas deixa-me comer. – refilou Tom.
- ‘Tás mal-humorado tu! – disse-lhe David.
- E tu também. – atirou.
- Eu não estou mal-humorado. – refilou cruzando os braços sobre o peito encostando o corpo a uma das paredes falsas.
- Nota-se. – respondeu. – Que é que tens?
- Problemas de família!
- Está tudo bem? – perguntou Melanie.
- Sim, pote de mel não te preocupes. – sorriu-lhe. Sim, aquilo que descobrira e os seus problemas de família tinham a ver com Mel mas ele não podia fazer nada agora, não podia simplesmente confrontá-la com aquela verdade insana! Se bem que para ela até era melhor saber… mas não, não iria contar, pelo menos para já.
- Ok. – encolheu os ombros.
- Bem pessoal, é despachar que temos que ir ao Hotel e são quase duas da tarde.
- Sim, David. – responderam os gémeos em coro.
- Tu vais com eles para o recinto? – perguntou a Melanie.
- Sim, vou aquilo é divertido. – sorriu ao tio.
- Oh sim! Mas desta vez não ganhas aviso já! – era Tom.
- Oh claro que sim! – ironizou. – A propósito, Tom… - ele olhou-a acenando-lhe para que continuasse. - … o teu sonho comigo era sobre o quê? – Tom ficou branco.
- Nada de especial, uma coisa absolutamente natural. – olhou o irmão e Bill riu-se.
- Então se é podes contar…
- Um dia Melanie. – limitou-se a dizer. David saiu e minutos mais tarde eles acompanharam-no.
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