
Seguro as lágrimas que insistem em cair em conformidade com as gotas vermelho vivo que escorrem do meu pulso mutilado. Calo mais uma vez o silêncio, e ouço o barulho que salta e ressalta nos vidros baços das janelas. Olho novamente a folha acastanhada e gasta pelo tempo, onde a ponta da caneta embirra em deslizar, escrevendo a minha alma quebrada em bocados de frases aladas.
Há um odor característico nesta sala, um odor que me, infelizmente, é familiar.
O teu perfume invade o meu corpo e entranha-se na pouca roupa que tenho vestida. Este perfume doce e de textura suave que invade o ar, teima em não me sair da mente, teima em não deixar o meu coração livre e teima em fazer-me pressionar a faca contra o pulso tatuado. Mais uma vez. Na escuridão do último luar. Mais uma vez ao brilhar do primeiro raio solar, cravo a faca bem fundo e sinto um gemido aproximar-se dos meus lábios. Não. Não vou gritar de dor. Essa… não a sinto. Vou gritar de prazer pelo acto que estou prestes a cometer.
Há um odor característico nesta sala, um odor que me, infelizmente, é familiar.
O teu perfume invade o meu corpo e entranha-se na pouca roupa que tenho vestida. Este perfume doce e de textura suave que invade o ar, teima em não me sair da mente, teima em não deixar o meu coração livre e teima em fazer-me pressionar a faca contra o pulso tatuado. Mais uma vez. Na escuridão do último luar. Mais uma vez ao brilhar do primeiro raio solar, cravo a faca bem fundo e sinto um gemido aproximar-se dos meus lábios. Não. Não vou gritar de dor. Essa… não a sinto. Vou gritar de prazer pelo acto que estou prestes a cometer.
Volto a dar lugar à vida na caneta e volto a olhar o papel manchado de sangue e lágrimas. Não sei por que ainda escrevo sobre uma vida que apenas existiu, que apenas disfarçou uma farsa e que, actualmente, alimenta uma ilusão perdida.
Não percebo porquê continuar a sonhar num mundo onde os sonhos não me são permitidos de realizar. Vou acabar com esse mundo e vou viver numa dimensão à parte. Longe daqui, longe do mundo carnal, longe da fronteira emocional que ainda crio quando olho para ti, ou quando simplesmente volto à caixa onde guardo o passado. Ver fotografias nossas parte-me o coração e congela-me o cérebro. Parecíamos tão felizes… Mas era isso mesmo, um parecer e não mais.
Largo bruscamente a caneta ao sentir que o meu controlo se perde. Largo a caneta ao voltar a escrever essa palavra marcante com a qual me deixaste. Largo a caneta com o ímpeto de pegar na faca. No meu porto de abrigo, no meu porto seguro. Cravo-a novamente no pulso, novamente faço um corte longo e profundo à volta do teu nome, à volta porque, por muito que queira rasgá-lo e esquecer-te, não consigo.
Não percebo porquê continuar a sonhar num mundo onde os sonhos não me são permitidos de realizar. Vou acabar com esse mundo e vou viver numa dimensão à parte. Longe daqui, longe do mundo carnal, longe da fronteira emocional que ainda crio quando olho para ti, ou quando simplesmente volto à caixa onde guardo o passado. Ver fotografias nossas parte-me o coração e congela-me o cérebro. Parecíamos tão felizes… Mas era isso mesmo, um parecer e não mais.
Lembras-te daquilo que fiz por ti?
- Não eras capaz sua tola! – disseste-me com aquele sorriso adorável abraçando a minha cintura por trás e depositando um beijo molhado no meu pescoço, mas eu fui. Eu fui capaz de tatuar essas três letras no meu pulso. Tatuei o teu nome esperando em troca o teu amor a corresponder ao meu, mas não foi isso que sucedeu.
- Desculpa. – tenho a certeza que foi a última coisa que me disseste no dia em que me abandonaste. Não me disseste onde ias, nem porquê, apenas desculpa.
- Desculpa. – tenho a certeza que foi a última coisa que me disseste no dia em que me abandonaste. Não me disseste onde ias, nem porquê, apenas desculpa.
Largo bruscamente a caneta ao sentir que o meu controlo se perde. Largo a caneta ao voltar a escrever essa palavra marcante com a qual me deixaste. Largo a caneta com o ímpeto de pegar na faca. No meu porto de abrigo, no meu porto seguro. Cravo-a novamente no pulso, novamente faço um corte longo e profundo à volta do teu nome, à volta porque, por muito que queira rasgá-lo e esquecer-te, não consigo.
Sinto um gemido aproximar-se novamente e deixo-me respirar o ar que agora, com mais facilidade, circula no meu fraco sistema respiratório. O som da pele separar-se em dois é pura música para os meus ouvidos que insistem em não ouvir nada mais com essa excepção. Sou imune à dor e sensível a este prazer. Não controlo o sentimento de corte. Não controlo o meu falar, ouvir, respirar.
Sei que não vou voltar a ver o teu olhar brilhar na minha direcção. Sei que não vou sentir de novo o meu coração bater por ti. Sei que não aguento e sei que já resisti de mais. Sei que nada volta atrás e sei que se for para um mundo melhor, nunca sentirás a minha falta. Afinal, se para ti fui alguma coisa, nunca cheguei a saber.
Por isso vou sem pudor da dor que causo, provavelmente em mim mesma, porque sim, ainda há uma parte de mim que quer que voltes. Uma parte de mim quer ter-te novamente deitado na minha cama, a observar o meu corpo lenta e demoradamente. O meu coração, quer novamente sentir-te e voltar a bater por ti.
Mas agora não quero controlar mais nada, quero apenas que controlem o meu ser em plenitude e que seja melhor viver em altitude. Talvez o céu, se é que realmente existe, seja melhor que este mundo demasiadamente humano.
A caneta perde a cor e o meu corpo perde a vontade de viver neste mundo. A única fonte de vida que tinha desapareceu à um ano atrás. Tu. Desapareceste da minha vida no dia em que o mundo te caiu aos pés. No dia em que, um simples nome, duas palavras apenas, modificaram o teu ser. A pessoa carinhosa que conheci desapareceu em fumos brancos expelidos mais tarde pelo meu coração. Era o teu nome, que pintado na cor da paz em mim, evaporou.
Agora, de faca cravada no peito sinto o rasgar do meu coração e sangue escorrer em mim sem ser fruto de ilusão. Esta carta, este diário antigo e erodido pelo tempo, nunca mais verá a ponta de uma caneta, nem uma solução salgada em forma de gota. Não irá ver mais nada, nem sentirá absolutamente mais nada.
O meu controlo acabou.
- Estás em casa? – algo ressoou no atendedor de chamadas, situado sobre a carta, agora amachucada e mergulhada em sangue. – Tenho saudades tuas. Voltas? – um sussurrou soou antes de chamada cair.
Por isso vou sem pudor da dor que causo, provavelmente em mim mesma, porque sim, ainda há uma parte de mim que quer que voltes. Uma parte de mim quer ter-te novamente deitado na minha cama, a observar o meu corpo lenta e demoradamente. O meu coração, quer novamente sentir-te e voltar a bater por ti.
Mas agora não quero controlar mais nada, quero apenas que controlem o meu ser em plenitude e que seja melhor viver em altitude. Talvez o céu, se é que realmente existe, seja melhor que este mundo demasiadamente humano.
A caneta perde a cor e o meu corpo perde a vontade de viver neste mundo. A única fonte de vida que tinha desapareceu à um ano atrás. Tu. Desapareceste da minha vida no dia em que o mundo te caiu aos pés. No dia em que, um simples nome, duas palavras apenas, modificaram o teu ser. A pessoa carinhosa que conheci desapareceu em fumos brancos expelidos mais tarde pelo meu coração. Era o teu nome, que pintado na cor da paz em mim, evaporou.
Agora, de faca cravada no peito sinto o rasgar do meu coração e sangue escorrer em mim sem ser fruto de ilusão. Esta carta, este diário antigo e erodido pelo tempo, nunca mais verá a ponta de uma caneta, nem uma solução salgada em forma de gota. Não irá ver mais nada, nem sentirá absolutamente mais nada.
O meu controlo acabou.
- Estás em casa? – algo ressoou no atendedor de chamadas, situado sobre a carta, agora amachucada e mergulhada em sangue. – Tenho saudades tuas. Voltas? – um sussurrou soou antes de chamada cair.
Oh My Gosh, que lindo :'$
ResponderEliminarDa próxima vez que te vir vou-te pedir um autógrafo porque és das melhores escritoras que descobri no mundo das ff's *--*
a sério, a one está mesmo bonita.
beijinhoos.
tá mesmo.. não há palavras, está magnifico! ainda dizem que eu é que tenho o dom.
ResponderEliminaracho que ele te pertence, :')
O meu controlo é que acabou! :O Já viste o jeitão que tu tens?!
ResponderEliminarParabens!!