Penúltimo
Quantas vezes ele a violou? Porquê? Era alcoólico? Drogava-se? Viu a morte da sua mãe? Como foi? Sabe porquê? Conhece mais alguém que possa estar envolvido? Para além de a violar ele batia-lhe? Tinha uma vida estável monetariamente? Ele trabalhava? Sabia se tinha alguma amante? Tem notícias recentes dele?
Todas as perguntas faziam a cabeça de Melanie dar 30 voltas num segundo e o seu coração diminuir cada vez mais de tamanho. Era mesmo preciso estar a recordar este tipo de coisas? Seria realmente necessário fazerem chegar à sua cabeça novas hipóteses?
Estava louca, só queria sair daquela sala e dirigir-se de novo ao Hotel onde encontraria Tom à sua espera, onde ele a faria esquecer tudo com um simples sussurro.
- Obrigado, entraremos em contacto consigo se precisarmos de mais alguma coisa, mas segundo estes dados ele deverá ser preso assim que o encontrarmos. – um dos polícias, completamente fardado a rigor, dirigiu-se a David.
- Com certeza, obrigado. – virou costas e dirigiu-se a Melanie. – Vamos para o Hotel, Mel. – disse-lhe beijando-lhe a cabeça.
*
- Então? Muito difícil? – perguntou Tom assim que sentiu a porta do quarto abrir e a figura apática de Melanie dirigir-se a si.
- Não quero falar. – disse deitando-se ao lado de Tom abraçando-se a ele.
- Foi assim tão mau?
- Eles fizeram muitas perguntas… e no fim disseram que ele tinha que ser preso.
- E em relação a seres filha do David? – perguntou fazendo-lhe festas pelo cabelo negro.
- Ficaram com os testes, mas temos que ir a tribunal… - disse.
- O David ganha, tem mais condições.
- Eu sei, mas terei que o ver. – aconchegou-se mais a Tom e ele abraçou-a.
- Algum dia tinha que acontecer… - murmurou. - … mas eu ainda não desisti da ideia de que vou contigo!
- Tommy… - foi interrompida.
- Não, Mel. Eu vou. Está mais que decidido. – ela suspirou contrariada.
- Ok, mas vais sair de lá inteiro! – disse-lhe.
- Sim, e contigo nos braços! – beijou-lhe os lábios e mostrou-lhe um sorriso fazendo também ela sorrir na sua direcção.
- Prometido. – beijou-o novamente.
(…)
David tinha parado em frente à casa que pertencia ao irmão. Não tinha informado Melanie nem ninguém que ali iria, mas tinha mesmo que o fazer. Precisava de esclarecer tudo muito bem esclarecido, precisava de, antes de o confrontar em tribunal, lhe dizer que Melanie nunca fora sua filha e que Sofia apenas estava com ele por motivos que não eram o amor.
Precisava de deixar Melanie fora desta situação, sabia bem que ela estava em pânico só com o pensamento de ter que dar de caras com Peter outra vez e, além disso, Tom estava disposto a tudo para a defender, por isso não podia arriscar a que eles o vissem.
Tocou à campainha e esperou que a porta se abrisse.
- David…? – Peter tinha o queixo descaído e uma cara de espanto.
- Olá, Peter. – respondeu David.
- Que é que fazes aqui? – perguntou dando-lhe passagem para que entrasse.
- Tenho informações para te dar. – disse.
- Se tu sabes daquela miúda diz-me! – respondeu imediatamente.
- A Melanie? Sim sei… sei muitas coisas até. – disse indiferente enraivecendo o outro.
- Diz-me! – agarrou David pelos colarinhos.
- Mas solta-me! – empurrou-o contra a parede. – A Melanie não é tua filha. – despachou.
- O quê? – riu-se – Vai gozar com outro!
- Não, é verdade. Eu sou pai da Melanie, e também já soube que foste tu que mataste a Sofia! – atirou encostando-o aos poucos contra a parede de novo, prendendo-o.
- Mas o que é que tu vieste aqui fazer, afinal? Acusar-me de coisas que não fiz?!
- Que não fizeste? – olhou-o furiosamente. – Mataste a tua mulher à frente da própria filha! Violaste-a durante anos e nunca lhe deste uma vida com qualidade!! – agarrou-o pelo pescoço e esmagou-o contra a parede.
- Quem te disse isso? – falou.
- Não interessa, só interessa que a Melanie vai ficar comigo e tu vais acabar na prisão! – disse simplesmente enervando muito mais o outro com a sua calma e cortesia.
- Porquê? Quais são as provas de que a Melanie é tua filha? – livrou-se dele.
- Um teste de ADN! – cuspiu-lhe. Peter empurrou David contra a porta da entrada e a campainha soou. David levou a mão ao trinco e abriu-a.
- David? – era a vez de Sarah ficar surpresa com a presença de David ali.
- Sarah? – ele olhou-a – Que fazes aqui? – à séculos que não via tal pessoa, nem sabia que ela ainda se encontrava por aqueles lados e, acima de tudo não sabia que mantinha contacto com Peter.
- Eu posso ser a resposta a muitas das tuas perguntas. – limitou-se a dizer-lhe. – Ah e Peter, larga o teu irmão se faz favor. – pediu olhando os dois homens presentes naquela sala. Peter assim o fez e David ajeitou-se olhando melhor a rapariga que, em tempos, tivera sido sua namorada.
- Como assim? – perguntou.
- Como te chegou a cartas às mãos? – perguntou ela.
- Foste tu… - associou. – …mas como? Como tinhas tu isso?! – perguntou parvo.
- A Sofia deixou-me a carta, achou por bem a verdade vir ao de cima um dia… - sentou-se no sofá e cruzou as pernas, olhando David.
- E porque é que só agora me decidiste mandar a carta?! – estava efectivamente parvo.
- Porque só agora a Melanie fugira, e só agora eu podia saber que ela iria ter contigo.
- O QUÊ?! – Peter estava passado, com que então a mulher que estava com ele era, nem mais nem menos, uma defensora da pátria. Mas atenção, ela não se podia ficar a rir com isso. – Tu estás a dizer-me que me usaste?! – podia esperar tudo daquela situação, menos isto.
- Mais ou menos… eu nunca simpatizei muito contigo, mas até nem eras de deitar fora… - disse - … à que juntar o útil ao agradável!
David olhou-os e decidiu por bem pirar-se dali. Enfiou-se no carro em que ali tinha chegado e partiu de novo em direcção ao Hotel.
- Eu quero ver essa miúda! Ela não pode sair ilesa desta brincadeira! Não pode! – Sarah quase podia jurar que via, reflectidas nos seus olhos, chamas ardentes de vingança. Se era para consigo, para com Melanie ou com as duas isso já não sabia.
- Faz como quiseres, eu já não tenho nada a ver com isso. – ia sair mas Peter impediu-a.
- Nem penses que te ficas a rir minha menina. – encostou o corpo dela à parede e roçou o seu no dela. – Já que me usaste eu também tenho o direito de te usar, não? – perguntou com um sorriso sujo na cara e os lábios já encostados ao seu pescoço.
- Não. – elevou o joelho e cravou-o nas partes íntimas de Peter. – Não hoje, não nunca mais. – saiu daquela casa em direcção à sua, deixando Peter agarrado às partes baixas estendido no chão.
(…)
- David! – Melanie chamou-o ao o ver um tanto ou quanto “desarrumado”, na sala de almoços do Hotel. – Que se passou?
- O Peter já sabe de tudo… - disse olhando-a.
- Han? Tu estiveste com ele?! – perguntou assustada e confusa.
- Sim! – abraçou-a – Mas não te preocupes… - disse – Já sei quem enviou a carta.
- Quem? – perguntou curiosa.
- A Sarah. – respondeu.
- Sarah? Quem é a Sarah? – perguntou pois não se lembrava de tal nome na sua vida.
- Eras pequenina, é normal que não conheças… Ao que parece elas mantiveram contacto durante bastante tempo…
- Espera! – um flash lhe percorreu a memória e Melanie lembrou-se. – A Sarah esteve muitas vezes comigo e com a minha mãe… quando saíamos e o Peter não ia connosco. Esteve lá em casa, mas sempre que o Peter não estava… - associou.
- Faz tudo sentido… - disse David sentando-se num dos sofás que a sala do Hotel possuía. Melanie sentou-se ao lado dele. - … a Sofia planeou tudo ao pormenor. – disse.
- Parece que sim. – suspirou. – Só uma coisa… ele quer ver-me, não quer?
- Quer, Mel, mas só te vai ver no julgamento.
- Que é?
- Se tudo correr como o previsto… dentro de um mês. – respondeu. Tinham-lhe ligado pouco tempo depois de ele ter saído de casa de Peter a dizer que ele tinha sido preso preventivamente e, dado a gravidade que o caso tomava, o julgamento seria o mais rápido possível.

dá-me o resto carla sofia! :o
ResponderEliminarwow, :o falta o fim! x)
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