Por descargo de consciência devo dizer que este capítulo merece bolinha vermelha.
- Que é que queres óh besta? – perguntou-lhe descendo as escadas passando por Tom, dirigindo-se à sala.
- A que horas é o avião amanhã? – perguntou seguindo o irmão.
- Ao meio-dia, por isso não te estiques. – avisou voltando atrás no caminho, planeando ir à cozinha buscar pipocas e uma lata de Coca-Cola. Iria fazer uma maratona de filmes completamente sozinho até lhe dar o sono. Tom virou também a rota e seguiu-o novamente.
- Isso quer dizer que tenho que vir a casa trocar de roupa para depois irmos para o aeroporto. Isso dá quanto tempo? – pensou alto enquanto seguia o irmão à volta dos armários.
- Convém estares cá por volta das 10 ou um bocadinho antes. – disse. – Precisamos de pelo menos uma hora no aeroporto. – acrescentou – E sai-me da frente, rapaz! – riu-se ao ver que Tom o seguia para todo o lado, ocupando-lhe espaço para as manobras normais numa cozinha.
- Desculpa. – riu-se e encostou-se à ilha, no centro da cozinha.
- E vai-te embora, estou farto de te ouvir. – gozou-o. Tom não respondeu, aparentemente estava a fazer contas de cabeça. – Tom, a matemática não é o teu forte. Baza. Vai ter sexo ou qualquer outra coisa semelhanto-parecida que possas fazer com a tua pseudo-qualquer-coisa. Sai-me da frente. Desampara-me a loja. Põe-te na alheta. Raspa-te daqui. Pisga-te! Queres mais sinónimos?! – Bill olhava-o de mãos na cintura. – Não deixes a miúda à espera. Olha que parece que tens esse dom, já da outra vez a deixaste à esper… - foi interrompido.
- Eu não a deixei à espera porque ela não sabia que eu ia. Quantas vezes é preciso dizer-te isso? – refilou. – Ah e deixa os sinónimos em casa se faz favor. – os filmes que Bill começava a fazer matavam-no.
- Tom, eu estou em casa. – olhou-o sem perceber.
- Esqueçamos. – sorriu-lhe dando-lhe uma palmada amigável no peito. – Até amanhã, maninho. – pegou no telemóvel, nas chaves de casa e do carro e, por uma das palavras do irmão, pisgou-se dali.
Beatriz sentou-se com um suspiro no sofá da sala ao lado de Sofia, sonhando acordada, depois de Ryan ter praticamente desmaiado de sono na cama.
- Oh miss! – Sofia deu-lhe uma cotovelada.
- Que foi? – olhou-a.
- Olha o telemóvel! – riu apontando o aparelho que vibrava sobre o tampo da mesa de vidro.
- O Tom chegou! – levantou-se num pulo, ninguém diria que Beatriz envergava uns saltos de 12 centímetros e um vestido branco curto e justo ao corpo, tal era a facilidade com que se movimentava. – Até à próxima.
- Até amanhã! – Sofia riu-se. Era demasiado bom ver a amiga tão feliz.
Entrou no desportivo carro de Tom e deu-lhe um beijo nos lábios em modo de cumprimento.
- Apresentável como sempre. – Tom sorriu-lhe ao quebrar o beijo com ela, referindo-se ao vestido que ela envergava.
- Isso é porque ainda não me viste de pijama. – riu-se.
- Estou ansioso por isso. – riu com ela voltando a beijar-lhe os lábios arrancando em direcção ao Hotel e ao quarto que tivera reservado, de propósito, para a noite mais quente que alguma vez tiveram.
- Onde vamos mesmo? – perguntou curiosa.
- Até ao paraíso, parece-te bem? – perguntou.
- Completamente! – riu-se e deixou que as paisagens, sempre iguais, de Berlim a guiassem por pensamentos. Seria possível estar tão ansiosa por estar novamente nos braços de Tom? Tanto seria como era, Beatriz até tremia!
Chegaram ao destino: um Hotel de 5 estrelas recatado num dos cantos da magnífica cidade de Berlim.
- Wow. – sorriu ao sair do carro e ver Tom vir ao seu encontro.
- Ainda não entraste por isso guarda um bocadinho da surpresa, ok? – riu-se abraçando-a pela cintura dando-lhe passagem à sua frente, trancando o R8.
- Tu não me digas isso! – ela riu-se olhando-o e Tom sorriu-lhe.
Um flash.
“Mas quem é o doido que está a tirar fotografias a estas horas?” Tom perguntou-se, mas estupidamente, afinal era óbvio que lhe estavam a tirar fotografias a si.
- Acelera o passo, amanhã estamos em capa de tudo o que é imprensa cor-de-rosa. – disse. Beatriz apenas fez o que ele pediu não questionando nada pois também ela sentira o flash sobre si.
Tom dirigiu-se à recepção do Hotel, pedindo a chave da suite que reservara naquela tarde. Já Beatriz mantinha os olhos fixos em todos os meros detalhes daquela sala. O candeeiro de lustre sobre as suas cabeças, os sofás pérola que contrastavam com os tapetes felpudos da mesma cor, já para não mencionar os móveis cor de pinho que adornavam o espaço. Tom tinha escolhido demasiado bem.
- Impressionada o suficiente para prosseguir? – sorriu-lhe quando a viu encantada a olhar cada pormenor. Ele compreendia pois, também ele, tivera aquela reacção da primeira vez que ali entrara.
- Vamos, mas já tenho medo daquilo que vou encontrar. – riu-se e Tom acompanhou-a.
Apanhado o elevador até ao último piso do luxuoso Hotel, Tom passou o cartão electrónico na porta, anunciando que era a suite presidencial.
- Estás a gozar! – ela olhou-o. – Não te chegava apenas uma cama e uma casa de banho? – riu-se e entrou. Agora sim tudo lhe tinha caído aos pés. O quarto era todo decorado em tons creme e laranja, no centro um varão de metal estendia-se do chão ao tecto (o que lhe lembrou o Magnólia), a cama rasteira e enorme estava encostada a uma das quatro paredes e, no lado oposto, a entrada para a varanda onde se encontrava um jacuzzi. Do lado direito situava-se a casa de banho, enorme e com hidromassagem. Ela tinha mesmo aterrado no paraíso.
Tom olhava-a encantado pela surpresa que ela mantinha no olhar. Era certo que não estava propriamente habituada àquele tipo de luxúria, mas havia sempre uma primeira vez para tudo. Sorriu ao vê-la voltar da varanda e levar as mãos varão que se encontrava no meio da divisão. Ele bem podia tentar controlar os sentidos, controlar o animal que naquele momento a queria possuir mas não conseguia. Tentar esperar por ela não dava, tentar que o seu corpo se dirigisse ao dele de livre vontade começava a ser doloroso. Preparava-se para avançar sobre ela quando Beatriz impulsiona o corpo contra o varão, deixando apenas de o apreciar. Tom sentiu uma fraqueza parva apoderar-se das suas pernas e deixou-se cair sobre o puff redondo alaranjado que se encontrava atrás de si.
Beatriz, de cabeça para baixo no varão, olhou Tom e captou bem aquela expressão e sorriso. Não se lembrava daqueles traços desde a última vez que o vira sentado numa mesa do clube. Não se lembrava já o quão homem primitivo ele podia ser ao ver o seu corpo elevado num poste de metal. Sentiu as costuras do vestido romperem-se ao contorcer-se, aquilo talvez não tivesse sido boa ideia, pelo menos não vestida daquela forma. Saltou do varão colocando-se mesmo à frente de Tom e arrancou o vestido do corpo. Não falo apenas figurativamente, Beatriz arrancou mesmo o vestido do corpo acabando com as outras costuras, deixando a lingerie negra, as ligas e as meias rendadas da mesma cor à mostra. Tom deixou cair o queixo, para variar. Aquela mulher era fogo.
Levantou-se do puff e, num acto de perícia, agarrou a sua cintura com uma mão levando a outra ao seu pescoço. Arrastou os lábios dela de encontro aos seus e deixou-se guiar por aquele sabor característico a que ela sabia. Não fazia ideia do que era, se era batom ou se era simplesmente o seu sabor genuíno, mas sabia demasiado bem para se separar dele. No entanto, ela obrigou-o a tal coisa quando o empurrou do seu corpo levando as mãos aos seus ombros, fazendo com que a camisa que trouxera vestida se perdesse no quarto.
- Hás-de experimentar não usar t-shirt por baixo. – piscou-lhe o olhou assim que se viu livre da t-shirt branca que ele usava por baixo. Tom riu-se.
- Tu tens hipótese de ver o que está por baixo das t-shirts por isso não refiles. – brincou e Beatriz soltou uma gargalhada exagerada, fazendo Tom sorrir abertamente, gostava de a ver rir.
Tom puxou-a pelas nádegas para o seu colo e encostou-a contra a parede mais próxima.
- Ainda vou descobrir o que é que tu tanto tens com as paredes… - disse-lhe interrompendo cada palavra com o beijo no seu pescoço.
- Vais ter muito tempo para isso… - murmurou, pois a sua voz não dava para muito mais. O poder que ela tinha sobre o seu corpo era demasiado grande para ele conseguir, sequer, falar. A única coisa que queria daquela noite era poder unir-se a ela de forma mais real, mais leal, mais apaixonante do que alguma vez o tinha feito. Queria entregar-se a ela como nunca se entregara a ninguém.
Deslocou-se da parede à cama e, deixando que ela lhe removesse as largas calças de ganga, caiu sobre o seu corpo beijando o seu peito. Beatriz rapidamente se voltou fazendo-se assumir controlo sobre ele. Deixou-lhe um chupão no pescoço e desceu com a língua até à cintura, acariciando cada abdominal por que passava. Adorava o corpo de Tom, adorava a maneira como ele andava, a maneira segura mas desconjuntada com que ele metia um pé à frente do outro. Adorava a sua maneira de beijar, sempre protector e selvagem. Adorava o seu lado fofinho, adorava-o por inteiro. Passou a mão direita sobre o alto visível nos boxers justos de Tom e olhou-o, vendo-o revirar os olhos anunciando que, aquela zona, talvez estivesse demasiado sensível para ela brincar. Riu-se e dirigiu-se aos lábios dele, sentindo Tom desapertar o seu soutien já com alguma experiência.
Tom virou-a na cama e deu-se ao luxo de explorar o seu peito com os lábios. Aquele piercing situado no seu mamilo endoidecia-o e a perfeição das suas curvas tão bem desenhadas também. Usou as mãos para a explorar e a língua para a conseguir saborear. Lá estava o sabor que ela tinha a dar-lhe a volta, a torná-lo mais animal do que aquilo que já estava. Sim, porque quem olhasse para o seu corpo não diria que Tom estava excitado, diria que Tom já estava em êxtase.
Percorreu o seu ventre com as mãos até chegar à liga e às fitas que a prendiam. Sorriu-lhe perversamente e Beatriz riu-se, ele tinha ideias para tudo.
Beijou a sua virilha e foi descendo à medida que a liga, que acompanhava a meia negra rendada, se deslocava pela sua coxa e mais tarde perna. Repetiu o movimento na perna direita e sorriu-lhe dando o trabalho por completo.
Beatriz enlaçou uma perna à volta da cintura de Tom e puxou-o para si, fazendo-o cair sobre o seu corpo já ofegante. Beijou-lhe os lábios da forma mais ousada que conseguia e virou-o na cama, levantando-se. Tom ficou parvo a vê-la desaparecer da sua vista com um sorriso que o deixava pior (no bom sentido, claro!) do que já estava. Levantou-se, ainda que contrariado mas curioso, e foi ver onde ela se deslocava.
- Ansioso por matar saudades de como nos conhecemos? – perguntou, novamente pendurando-se no varão.
- Estás com tão pouca roupa no corpo… - rodou a cabeça para a esquerda de modo a acompanhar os seus movimentos. - … não seria melhor… - aproximou-se dela, parecia completamente enfeitiçado.
- O que seria melhor era juntares-te a mim. – disse-lhe e assim que Tom se colou ao varão, Beatriz rodeou a sua cintura com as coxas, fazendo Tom levar as mãos ao seu rabo, amparando-a.
- … isto vai ficar no meio? – riu-se, apontando o varão de metal. Ela puxou o corpo para cima fazendo Tom largá-la e sentir as pernas dela aproximarem-se da sua cara para o abraçarem pelo pescoço.
- Só se tu quiseres. – se Tom já estava doido até ali, agora que tinha as coxas dela à volta da sua cara e o ponto alto da noite mesmo em frente aos seus olhos, não estava melhor certamente. Beijou-a sobre o ponto mais sensível que sabia existir no corpo de qualquer mulher e sentiu-a contorcer-se. Beatriz estava tão excitada como ele. Num movimento brusco e, de todo, amador agarrou Beatriz pelas pernas e pousou-a no chão, agora, sem ter um varão a atrapalhar as coisas. Levou as mãos ao seu peito e não se conteve em massajá-lo com tudo aquilo que tinha para dar. Brincou com o piercing e sentiu-a rir, afinal já sabia que naquele sítio ela tinha cócegas. Sorriu e beijou os seus lábios lenta e apaixonadamente, queria realmente senti-la por inteiro.
Beatriz tomou a iniciativa de os empurrar de novo até à cama, caindo por cima de Tom. Roçou o seu peito no dele e pôde sentir a rigidez dos seus mamilos em contacto com os de Tom, o grau de excitação naquela cama era elevado. Gemeu com o contacto físico e, fechando os olhos para apreciar o momento, desceu as mãos até ao interior dos boxers de Tom, removendo-lhos num ápice. Beijou as virilhas, os vincos, o umbigo, o peito, o pescoço e, quando chegou aos lábios, procurou sobre a cama a caixa de preservativos que lá tinha pousado.
Tom deu-lhe tempo de ela retirar um preservativo da caixa mas não lhe deu tempo de lho colocar. Virou-a na cama apartando do seu corpo a única peça de roupa que ela ainda vestia. Beijou-lhe o pescoço dando tempo para colocar o preservativo sobre a sua, acentuada, excitação.
Inspirou fundo e sorriu na direcção dela antes de corromper a barreira que os uniria de maneira mais sentimental que o normal. Penetrou-a com uma calma não característica dos seus movimentos e escondeu a cara na curva do pescoço dela, aumentando o ritmo aos poucos. Sentia Beatriz cravar as unhas nas suas costas e ouvia-a gemer baixinho ao seu ouvido. Isso fazia-o sorrir. Ter descoberto a paixão fazia-o sorrir. Tê-la descoberto a ela não o fazia apenas sorrir, fazia-o sentir e isso era sem dúvida a maior coisa que lhe tinha acontecido. Sentiu Beatriz chegar ao seu extremo pela primeira vez na noite, diminuiu o ritmo e deixou-a recuperar. Podia ir para obter o seu orgasmo, mas fazê-la vir-se era simplesmente… bonito. A maneira como ela contorcia os lábios e fechava os olhos sentindo-o apenas a ele, a maneira como trincava sensualmente o lábio inferior e a maneira como gemia o seu nome era, realmente bonito, pelo menos aos seus olhos.
Sentiu o seu próprio corpo contorcer para distender no segundo seguinte e uma onda de prazer inundar o seu corpo da maneira mais quente que alguma vez sentira. Beatriz também o sentira e Tom pôde ver isso pelo seu sorriso e pela forma como o seu corpo ficara hirto entre as suas mãos.
Rebolou para o seu lado da cama e colocou o braço sobre os olhos. Estava satisfeito, totalmente.
- Quando é que vais de férias? – Beatriz perguntou depois de também ela recuperar daquilo que ambos viveram. Não havia mais ninguém no mundo que a levasse onde Tom levava.
- Amanhã. Tenho avião ao meio-dia. – disse sentindo-a pousar a cabeça no seu peito.
- E quando voltas?
- Dentro de uma semana. – Beatriz beijou-lhe o ombro e sorriu-lhe. – Promete-me que não vais ao clube. – pediu.
- Eu tenho que ir ao clube. – disse-lhe.
- Mas…
- Mas vou-me manter pela dança. – interrompeu seriamente. Tom suspirou e beijou-lhe o topo da cabeça.
- Ainda bem. – deixou que o corpo de Beatriz subisse para cima do seu e não o deixasse descansar um segundo que fosse. Se dependesse dela, aquela caixa de preservativos iria acabar no lixo, no final daquela noite.

mas que grande bola vermelha O.O xD não me lembro de nenhum capítulo ser tão... intenso como este (: tens jeito pá coisa! :)
ResponderEliminarnem te digo em que estado estou, xD
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