segunda-feira, 20 de setembro de 2010

[26]

Matem-me que eu ajudo-vos. Só tenho mais um capítulo escrito ._. E as minhas santas aulas começam amanhã, portanto não sei quando volto a postar mas certamente é em breve. Assim que tiver mais dois ou três capitulos escritos eu começo, novamente, a dizer os dias que vou postar. (Confusos? Eu também não interessa.)


Mas onde é que ele tinha a cabeça quando disse que tirar fotografias era giro? Provavelmente num qualquer lugar que não o seu pescoço.
Atirou-se para o sofá e pousou os pés sobre a mesa de madeira em frente. Estava morto, tipo literalmente.
- Bill. – chamou.
- Que é que foi? – o irmão sentou-se ao lado dele imitando-o, estava também visivelmente cansado.
- Nós temos mesmo que ir à entrevista amanhã? – perguntou infantilmente.
- Porquê? O meu maninho está cansadinho e não aguenta, é? – Bill gozou com ele ao fazer voz fininha como se Tom se tratasse de um bebé em birra.
- Ah, olha a graça! – espetou-lhe um murro no braço. – Mas ya estou cansado. – descalçou-se e tirou a t-shirt. Só queria um banho e uma cama, não pedia mais nada.
- Tens.
- Foda-se, que chatice. – disse ironicamente enfadado, era claro que sabia mas fazer um bocado de fita nunca fizera mal a ninguém. Pegou na t-shirt que despira e nos ténis e dirigiu-se ao andar de cima, mas não sem antes ter que parar a meio das escadas para ir buscar o telemóvel que vibrava sobre a mesa da cozinha. – Merda. – sussurrou. Virou a rota deixando as coisas cair.
- É a Bea. – Bill, que se tinha dirigido à cozinha quando Tom subiu, passou-lhe o telemóvel.
- A Bea a esta hora? – perguntou-se olhando o relógio conferindo que era praticamente uma da manhã.

**
- Estou? – atendeu, mas não foi Beatriz que falou.
- Tom? – fora Sofia.
- Sofia? – ele perguntou sem perceber, já Bill assim que ouviu o nome Sofia despertou num estalar de dedos. Tom olhou-o, mais morto que vivo. – Passa-se alguma coisa? – Tom ouviu Beatriz refilar do outro lado da linha, mas não percebeu o que dissera. – O que é que aconteceu? – sentou-se numa das cadeiras que, tecnicamente escolhidas por Bill, faziam conjunto com a mesa mármore.
- Foi no clube. – Sofia falou, olhando Beatriz que se mantinha de costas para si, totalmente apática.
- O que é que aconteceu no clube?! – instintivamente Tom levantou-se da cadeira, começando a andar de um lado para o outro já completamente acordado.
- Foi o Charles… - Sofia falou a medo.
- Esse cabrão… - disse entre dentes - … que fez ele desta vez?
- Tentou violá-la…
- Eu mato esse gajo!! – quem olhasse Tom certamente reconheceria nos seus olhos uma chama flamejante de raiva. “Mas quem é que aquele filho da puta se julgava? Dono do mundo e de toda a gente?! Achava que por acaso podia ter tudo o que queria?” o pensamento de Tom era totalmente assombroso. – Estou aí em cinco minutos! – desligou bruscamente o telemóvel voltando a pô-lo no bolso das calças. Procurou a t-shirt e os ténis e vestiu-se.
**

- O que é que se passou?
- Foi o idiota do gerente do Magnólia. – Tom respondeu com a ira nas veias.
- Calma. – Bill sentou-se ao lado dele nas escadas, enquanto Tom se calçava.
- Calma, Bill?! Calma?! – disse-lhe furioso. – Então ele tenta violá-la e tu pedes-me para ter calma?! Mas és doido!? – levantou-se com a cólera a falar por si e pegou nas chaves do carro. – Aquele gajo é um homem morto. – remordeu fechando a porta num estrondo.
- TOM! – Bill não teve sequer tempo de o travar ou de lhe dizer fosse o que fosse, mas aquele estado psicótico de Tom assustava-o. No entanto, o que quer que fosse que ele fizesse o melhor era ninguém se pôr à frente ou ele levava tudo e, naquele estado, Tom não deixaria que ninguém se aproximasse e isso talvez o protegesse, mas ainda assim Bill estava preocupado com aquilo que o irmão podia fazer.

Saiu dos portões que demarcavam o território da propriedade que partilhava com o irmão e decidiu-se a provar que não tinha um R8 meramente para estilo. Acelerou a fundo e chegou a casa de Beatriz antes dos cinco minutos combinados.
- Onde é que ela está? – perguntou demasiado calmamente, encostado à ombreira, assim que Sofia lhe abriu a porta.
- Na sala. – respondeu apontando. – Eu vou deixar-vos sozinhos. – Tom agradeceu-lhe com um gesto de cabeça.
- Bea… - chamou. Beatriz, que até então se mantivera de costas para a porta do compartimento, virou-se e não aguentou as lágrimas assim que viu o corpo de Tom dirigir-se ao seu. Abraçou-o pelo pescoço com toda a força que tinha na altura, não se queria acreditar que tudo o que tinha acontecido naquela noite era verdade. – Calma, eu estou aqui agora. Não te vai acontecer nada. – afagou-lhe carinhosamente a cabeça contra o seu peito definido. – Queres contar-me? – perguntou sentando-se no sofá, ajeitando o corpo encolhido de Beatriz no seu colo e de cabeça enterrada no seu pescoço. Tom podia senti-la tremer a cada golfada de ar que dificilmente respirava.
- Foi tão mau… - soluçou - … não sei como é que consegui sair dali. – olhou sinceramente os olhos de Tom deixando-o vasculhar a sua alma e o seu passado num mero olhar. Estava totalmente apaixonada por ele e sentia-se cada vez melhor nos seus braços. O seu toque acalmava o seu espírito em momentos como este e fazia o seu coração disparar cada vez que estava intimamente com ele. Sabia que lhe podia contar tudo, sabia que podia tornar-se num livro aberto com ele e que nunca a iria julgar pois sabia os motivos. Sabia que podia confiar nele e no seu beijo para simplesmente sarar a dor de que a sua alma sofria. Tom era, por assim dizer, a sua cura natural para tudo.
- O que é que ele te fez? – abraçou-a mais pela cintura e, sem sequer se aperceber, balançava suavemente o corpo como se ela se tratasse de um bebé que tinha acordado a meio da noite com medo do papão. Beatriz estava visivelmente afectada e, para Tom, não era difícil ver isso.
- Não conseguiu nada do que queria… travei-o a tempo e consegui sair. – disse a custo. – Só quero esquecer. – disse honestamente encostando-se mais a Tom. Ele suspirou. Não queria acreditar que a história passada de Beatriz quase se repetira e nas suas barbas. Não podia permitir que ele tentasse sequer vê-la novamente. Podia soar muito mal, podia muita gente julgar que nem fazia parte da sua personalidade mas Tom Kaulitz também tinha um coração e sabia usá-lo.
- Bea… - afastou-lhe a franja dos olhos e olhou-a fundo. - … eu quero que venhas comigo em Tour. – disse. – Não quero sequer saber o que pensas nem tão pouco a tua resposta. Eu quero que estejas a salvo e fora daquela coisa que te tem morto aos poucos, e sei que comigo estás bem porque não deixo que ninguém te toque. – Beatriz deixou que novas lágrimas se formassem nos seus olhos. É claro que queria ir com ele, era claro e isso nem se punha em questão, mas o clube era a única maneira de sustentar a casa e Ryan! Simplesmente não podia deixar aquilo assim, sem mais nem menos.
- Mas é o meu trabalho, Tom é como ganho dinheiro e maneira de sustento! – contrapôs.
- Enquanto estiveres comigo, eu pago. Não quero saber, a tua vida é muito mais importante para mim do que o dinheiro. Não quero saber. – Beatriz agarrou-se ao seu pescoço novamente.
- O Ryan…
- O Ryan também vem! – beijou-lhe carinhosamente a testa. – Quero os dois a salvo comigo.
- Tens noção do que isso significa para mim?
- Tenho noção que não deixo a minha namorada nas mãos daquele filho da puta e tenho noção de que, apesar de ser arriscado, vai resultar.
- A tua namorada… - no meio daquilo tudo conseguiu abrir um leve sorriso.
- A minha namorada. – confirmou levando os seus lábios aos dela selando o compromisso. Era feliz e ninguém lhe podia estragar tal coisa. Muito menos alguém sem escrúpulos alguns. Passou-lhe a mão pelas costas e Beatriz encolheu-se emitindo um gemido de dor. – O que é que tens aqui? – perguntou-lhe, fazendo a mão esquerda entrar pelo seu top do pijama.
- Espetei-me.
- Espetaste-te? – perguntou sem perceber. Beatriz ajeitou-se no seu colo de costas para ele e deixou que lhe subisse o top negro. – O que é que…? – não percebia bem o que era aquilo, estava roxo e coagulado, parecia que tivera sangrado bastante. – Foi ele? – perguntou.
- Atirou-me contra a secretária, não faço ideia no que é que me espetei. – respondeu baixando o top novamente.
- Eu mato-o, sinceramente. – respondeu para si mesmo, levando a mão à testa. Beatriz suspirou aninhando-se nele. – Não seria melhor descansares? – perguntou-lhe fazendo-lhe festas pelo comprido cabelo ruivo.
- Fica comigo… - olhou-o. - … por favor. – Tom sorriu-lhe dando-lhe um beijo na testa.
- Claro que fico.

(…)

O cheiro a café fizera o seu estômago dar sinais de vida e acordar o seu cérebro, o que o fez mexer e refilar de dores devido à posição em que estava. Tinha adormecido novamente no sofá à espera de Tom e a coisa tinha novamente corrido mal. Tinha o corpo dorido do dia anterior e a juntar-se-lhe a isso tinha sobre si o facto de ter dormido todo torcido. Se Tom não lhe desse uma boa explicação certamente que lhe dava um estalo, ou algo mais.
Levantou-se e estalou as costas e o pescoço, dirigindo-se à cozinha.
- Bom dia. – sentou-se pesadamente sobre uma das cadeiras e a cara que Tom trazia naquela manhã imediatamente lhe apagou do memória a noite mal passada.
- Bom dia. – Tom pousou-lhe à frente uma caneca de café acabado de fazer e um prato com duas torradas.
- Chegaste há muito tempo? – perguntou olhando o irmão enquanto dava um gole no café quente, queimando-se. – Merda. – queixou-se.
- 10 minutos, se tanto. – respondeu olhando o relógio, sentando-se à frente do irmão, também acompanhado de uma caneca de café.
- Como é que ela está? – perguntou.
- Mal, é um trauma, Bill. – explicou sucintamente olhando-o.
- E agora?
- Está proibida de pôr os pés no clube e vai em Tour connosco, mais o Ryan. – disse encolhendo os ombros. Bill sorriu, Tom estava extremamente preocupado com ela e notava-se em todos os seus poros que Beatriz não mexia apenas com o seu coração, fazia-lhe muito mais.
- Fazes bem. – bebeu mais um gole do café. – E tu? Estás bem? – perguntou.
- Estou cansado, não dormi nada. – disse sinceramente. Tinha passado a noite toda a observar a maneira de Beatriz dormir e a certificar-se de que ela permanecia bem. A sua veia de protector tinha-se sobreposto a si mesmo e, segundo o seu próprio pensamento, naquela manhã estava um traste, um zombie autêntico.
- Podes dormir na carrinha. – Bill olhou-o.
- Claro e depois nem sequer acordo. – conseguiu emitir um sorriso. Sabia que assim que adormecesse no estado em que estava, provavelmente só acordaria dois dias depois. – Vou tomar um banho e ver se ao menos relaxo. – disse arrumando o prato e a caneca na máquina. Bill acenou afirmativamente e também ele subiu ao andar de cima, esperava-os um dia em cheio.

4 comentários:

  1. Fantastico, maravilhoso, nem tenho palavras! Esta historia é mesmo a melhor *.*
    E eu sei o quanto é dificil organizar a vida quando estamos na escola (afinal passo pelo mesmo ha 17 anos) mas por favor tenta escrever naqueles bocadinhos que tenhas livres. Nao quero parecer egoista mas nao aguento mt sem um capitulo novo +.+ Continua com o maravilhoso trabalho!
    Bjinhoss*

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  2. Ohh obrigada *.*
    Pois exacto, eu tbm! E apesar de já ter tudo estruturado no cérebro, concretizar não é sempre o mais fácil, mas vou mesmo tentar escrever o mais depressa possivel! Prometo ;)
    Fico feliz que gostes tanto, Inês a sério obrigada!

    beijinho*

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  3. De nada, o bom trabalho merece ser reconhecido! =D

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  4. "mas Tom Kaulitz também tinha um coração e sabia usá-lo." $: aiin. gostei deste. mas ainda estou triste pelo outro Carla Sofia :c
    e vou pó next!

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