quinta-feira, 29 de dezembro de 2011

[ 25 ]

Cá está ;)



- Consegues aguentá-lo agora? – Joe perguntou a Silvie, referindo-se a Tom que acabava de cair podre de bêbado sobre a cama.

- Sim, leva o Bill… - olhou o amigo e não conseguiu conter o riso. Se Tom não se conseguia mexer, Bill era o extremo oposto estava mais eléctrico que o costume. - … e vê se o acalmas ou se fazes alguma coisa com ele que lhe tire alguma energia! – piscou-lhe o olho e Joe riu-se.

- Boa noite. – desejou e Silvie retribuiu.

Logo na noite em que as coisas não estavam totalmente bem é que tinha que cuidar da bebedeira de Tom.

- Tom… - chamou por ele quando se ajoelhou sobre a cama. Ele gemeu. – Vem tomar um banho e depois deitas-te…

- Mas eu estou aqui tão bem. – disse e levantou muito dificilmente a cabeça: - Cheiro mal para ir tomar banho? - ela levou a mão à testa e riu-se nem ia argumentar.

- Anda lá! – puxou-o por um braço arrastando-o da cama, aterrando no chão.

- Oh atão! – Tom ficou confundido. – O que é que aconteceu? – perguntou sentindo Silvie puxá-lo por um braço. – Vais-me violar?! – e desatou a rir desalmadamente. – Vais? Vais, vais vais?!

- Tom, cala-te e levanta-te! – pediu continuando a arrastá-lo.

- Tu estás a puxar-me não preciso de me levantar… - disse na sua lógica.

- Mas estás gordo eu não aguento contigo! – respondeu sem paciência.

- Oh!, - exclamou puxando o braço dela que o agarrava e Silvie sentou-se repentinamente ao seu lado, largando-o. Tom sentou-se também com alguma dificuldade e desapertou a camisa olhando os abdominais. – isto é músculo. – apalpou-se. - Não estou gordo. – olhou-a. – Estou gordo? – perguntou confuso.

- Levanta-te. – descalçou os saltos e com uma das mãos agarrou parte do vestido branco comprido que trazia vestido; com a outra mão puxou novamente por ele e desta vez Tom pendurou-se nos seus ombros. – Banho. – disse quando chegaram à casa de banho e Silvie lhe despiu a camisa e lhe desapertou o cinto das calças, enquanto Tom perguntava o que é que estavam ali a fazer.

- Vais mesmo violar-me… - disse muito sério olhando o que ela fazia.

- Vou, mas para isso preciso que me ajudes! – Tom olhou-a na dúvida. – Tira as calças, as meias e os ténis enquanto eu abro a água. – pediu. Tom fez continência, ou uma espécie de continência melhor dizendo. Sentou-se na sanita e com bastantes dificuldades despiu-se até ficar somente de boxers.

- E agora? – Tom olhou-a inocentemente.

- Banheira. – apontou como se fosse óbvio.

- Mas não me ias violar primeiro? – perguntou quando Silvie o ajudou a entrar.

- Eu faço as duas coisas ao mesmo tempo! – respondeu. – Sou muito versátil.

- De vestido? – perguntou com um arrepio ao sentir a água fria escorrer pelas suas costas. – Ahhh! Está fria! – deu um salto encostando-se à parede fugindo da água.

- Foi de propósito, precisas de arrefecer as ideias.

- Porquê? Por causa da nossa mini discussão? – como um verdadeiro bêbado não conseguia mentir ou esconder o que lhe ia na mente. – Discussão que nem foi discussão… - começou a divagar.

- Tom! – interrompeu-o. Ele olhou-a. - Põe-te lá de baixo de água, se fazes o favor! – pediu com as mãos na cintura.

- Está fria! – arregalou-lhe os olhos.

- Assim não te violo! – ameaçou. Tom ficou novamente confuso.

- Não te percebo. – desabafou. – Ficaste toda coisinha quando eu disse que já éramos praticamente um casal, mas agora queres-me violar… não te percebo. – olhou-a.

- Foste tu que fugiste à conversa! – respondeu bruscamente. – E põe-te debaixo de água! – ordenou.

- Obriga-me. – Silvie conhecia aquele olhar. Era o olhar de desafio típico dele.

- Depois não te queixes! – puxou o chuveiro do suporte e apontou-o a Tom, molhando-o das cabeça aos pés.

- ‘Tá fria, ‘tá fria! – dizia aos saltinhos tentando fugir dela, mas inutilmente.

Tom parou finalmente encostando-se à parede e deixando que a água que Silvie teimava em fazer escorrer sobre si lhe lavasse a alma. Sentia-se menos tonto e mais apto a raciocinar. Passou as mãos pela cara e pelas tranças.

- Melhor? – Silvie perguntou desligando a água fria e ligou a quente.

- Sim. – respondeu mais calmo e mais consciente do que se estava a passar.

- Aquece-te e depois seca-te, - passou-lhe uma toalha. – vou buscar alguma coisa para tu vestires.

- Só preciso que me tragas uns boxers, mais nada. – pediu. Ela assentiu.


- Estão aqui. – deixou-os sobre a cadeira existente ao lado do lavatório e virou costas saindo do compartimento.

- Silvie! – chamou-a.

- Que foi, Tom? – recuou. – Falta-te alguma coisa? – perguntou encostando-se à ombreira, farta de o aturar.

- Falta. – olhou-a. – Faltas-me tu! – alcançou-a e puxou-a contra si debaixo de água.

- O que é que tu est… - Tom calou-a com um beijo. Os seus pensamentos ainda estavam turvos mas os seus movimentos eram instintivos quando estava com ela. Deixou-se levar pelo seu sabor até a sentir separar-se de si. – Qual é que foi a tua? – queixou-se. Tom riu-se. – Qual é a graça? Estou toda molhada! – refilou.

- Ficas bem de todas as maneiras… - olhou-a nos olhos e decidiu seguir o conselho do irmão.

- Sim, sim… - tentou sair, mas Tom puxou-a de encontro a si pela cintura, impedindo-a.

- Olha para mim, Si. – pediu agarrando gentilmente o seu queixo com uma das mãos. Ela tentou desviar-se. Se olhasse Tom nos olhos não conseguiria segurar-se nas pernas. Sentia o vestido totalmente colado ao seu corpo, a água quente escorrer sobre si e uma das mãos de Tom percorrer a sua cintura de forma calma e delicada, estava num cenário idílico mas…

- Estás bêbado! – argumentou.

- A bebida não modifica o que eu sinto… e também não devia modificar o que tu sentes… - tentou procurar uma luz positiva nos olhos verdes dela mas tudo que conseguia ler era insegurança. Ela estava a barrá-lo.

- O que é que interessa dizer-te o que sinto agora se amanhã, quando a bebedeira passar, nem te vais lembrar?!

- Eu não me esqueço, prometo.

- Estás bêbado!

- Eu já percebi, já o disseste!

- Falamos amanhã quando estiveres curado! – largou-se dele.

- Não! – Tom puxou-a novamente. – Nenhum de nós vai conseguir dormir e eu não aguento até amanhã! – pousou ambas as mãos sobre o seu pescoço e fulminou-a. – Deixa-me ler-te. – pediu.

- Para quê? Funcionámos tão bem até aqui, porque é que agora queres saber das coisas? – perguntou num tom mais calmo do que o previsto. Sentir Tom olhá-la daquela maneira deixava-a fraca.

- Eu preciso que me digas, Si. Por favor. – implorou enquanto a água quente continuava a cair sobre os ombros dos dois. – Diz-me!

Silvie aproximou-se ainda mais de Tom agarrando-o pela cintura e encostou os seus lábios aos dele. A vida mostrara-lhe que um beijo pode carregar muito mais sentimento que as mais belas palavras de amor. Enlaçou os seus lábios nos dele e perscrutou a sua boca brincando com a língua de Tom num duelo doce pelo domínio.

Tom sorriu ao quebrar o beijo. Agora parecia-lhe totalmente óbvio que ela sentia algo mais. – Porque é que levaste a mal o que eu disse sobre nós? – deslizou as suas mãos pelo corpo dela, através do vestido agora praticamente transparente.

- Eu não levei a mal… - roçou o seu nariz no dele e depositou-lhe um breve beijo sobre os lábios. - … só queria que me tivesses dito o que sentias. – suspirou.

- Desculpa. – pediu abraçando-a mais a si e beijando os seus lábios com uma força renovada. Precisava de a sentir em si. – Posso mostrar-te agora se quiseres… - sorriu-lhe fazendo-a rir-se.

- Eu quero que mo digas, Tom. – pediu olhando fixamente os olhos do rapaz de tranças.

Tom suspirou. – Eu gosto mesmo muito de ti, Silvie. – beijou-a. – Mesmo muito. – sentiu Silvie suspirar contra os seus lábios e levar as mãos às suas costas molhadas.

- Ainda bem.

1 comentário:

  1. Agora que isto melhorou, vem a passagem de ano? :c
    Quero mesmo ler a continuação. Mesmo mesmo mesmo. :)

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