domingo, 24 de janeiro de 2010

#23




- Importas-te? – perguntou Tom, correndo para dentro da loja onde Carol se encontrava sentada ao balcão, estavam de momento sem movimento.
- Tás parvo?! Vens para aqui sem segurança?! – perguntou-lhe repentinamente Carolina. – E sem me avisares?!
- Não podia fazer nada, foi decisão de última hora!
- Está bem.
– disse - Então prepara-te, a Joana é tua fã! – riu-se ao vê-la sair de um dos pequenos estúdios que a loja continha.
- Quem? – perguntou.
- Atrás de ti! – Tom virou-se.
- Joana? – perguntou. – Nome estranho, também és portuguesa? – Joana encolheu-se com a pergunta, estava na presença do ídolo, acenou afirmativamente com a cabeça.
- Não me assustes a rapariga tu vê lá! – gozou Carolina rindo mais ainda.
- Eu não! – olhou Carol com um sorriso.
- Um autógrafo? Uma foto? Um beijinho? – perguntou Joana a Tom, com os olhos a brilhar.
- Um autógrafo, uma foto e dois beijinhos! – sorriu-lhe Tom cumprimentando-a. – Tens papel? – perguntou.
- Sim. – dirigiu-se a Carol e pediu-lhe uma das folhas. Carol passou-lha com um sorriso.
- Caneta? – perguntou Tom olhando Carolina.
- Aí está! – sorriu mandando-lhe uma caneta de feltro que Tom prontamente agarrou.
- Falta a foto! – riu Joana.
- Dá que eu tiro! – disse Carolina.
- És um amor, Estrelinhas! – riu Joana.
- Estrelinhas? – perguntou Tom. Carolina levantou-lhe o braço esquerdo e o pulso direito.
- Talvez por isto? – perguntou com um sorriso, exibindo as duas tatuagens com estrelas.
- Certo. – Lá tiraram a fotografia e Joana deixou-os.

- E o que é que vieste cá fazer? – perguntou Carol.
- Vim ver-te, não é óbvio? – perguntou aproximando-se dela agarrando-a pela cintura.
- Não estamos em casa, Tommy… - beijou-o e de seguida afastou-se dele. - As paredes têm ouvidos e as portas olhos. – Tom riu.
- Concordo.
- Então? Só me vieste ver?
- Não. Vim fazer outra coisa.
- Hum. O quê?
– perguntou curiosa.
- Algum sítio onde possamos não ser apanhados? – riu.
- Sim! – puxou-o pela mão e levou-o para um dos estúdios. Tom olhou à volta. Queria mesmo fazer aquilo? – Vá, já podes. Desbobina. – pediu Carol.
- Quero escrever ‘Borboleta’ aqui. – sorriu colocando a mão na sua bacia do lado direito. O mesmo sítio onde Carol tinha ‘Tommy’.
- O quê?! – berrou em espanto. Estaria a ouvir bem?
- Mais baixo. – riu – E sim, foi isso que ouviste!
- Estás a gozar comigo Tom Kaulitz!
– disse estupefacta.
- Não!
- Estás!
- Não!
– riu-se e agarrou-a. – Quero ter-te marcada em mim… - sussurrou ao seu ouvido. – … tal como tu me tens marcado em ti. – beijou-a.
- Queres mesmo isso? – perguntou pendurando-se no seu pescoço.
- Quero.
- Tu não gostas de tatuagens Tom.
- É por uma boa causa!
– riu-se.
- Queres mesmo?
- Quero!
- E queres que seja eu a fazer, é?
– perguntou beijando-lhe os lábios.
- Sim! – respondeu tal e qual uma criança. – Senão nem tinha graça. Eu sei que vais ter cuidadinho a tratar de mim! – sorriu-lhe beijando-a.
- Ok. – suspirou também com um sorriso. – E como queres o desenho? – perguntou afastando-se dele e pegando num lápis e numa folha de papel branca.
- Igual ao teu, só muda o nome! – disse. Carol desenhou a palavra borboleta, ia ser com a mesma letra e do mesmo tamanho da sua.
- Assim? – perguntou virando a folha para ele.
- Perfeito!
- Óptimo, despe-te e deita-te.
– disse-lhe.
- Isso soa tão bem vindo de ti! – riu abraçando-a.
- Totó. – soltou uma gargalhada.
- Ai. Isto vai doer! – respirou fundo despindo o casaco e ambas as t-shirts que trazia vestidas.

- Tens a certeza que queres fazer isto, Tommy? – perguntou uma última vez.
- Tenho. – respondeu confiante olhando-a nos olhos. Carol debruçou-se sobre ele e beijou-lhe carinhosamente os lábios.
Colou o papel sobre a bacia de Tom e deixou o nome lá marcado. Colocou as luvas de plástico e preparou as tintas e o aparelho com a agulha.
Alguém bateu à porta.

- Sim? – respondeu Carol.
- Posso? – perguntou Joana do lado de fora.
- Entra. – riu. Joana ia ter um ataque ao ver Tom naquelas figuras.
- Tens um cliente para falar contigo! – disse-lhe ao entrar. Descaiu o queixo.
- Não te babes miúda, vê lá! – gozou rindo.
- Não, não! – disse timidamente.
- Vamos lá ver o que querem. – riu-se. – Tom, eu já venho. – informou saindo com Joana do compartimento.
- Certo. – sorriu-lhe.

- O que é que tens com ele? – perguntou Joana.
- Han?
- Parecem muito íntimos vocês…
- Convivemos durante meses e meses juntos é normal não achas?
– sorriu.
- Oh, sim mas…
- Mas nada.
– respondeu. – Boa tarde… - falou para o homem todo ele tatuado.

*

- Ok, é desta! – disse Carolina pegando no aparelho.
- E rápido! – pediu Tom.
- Calma, isto não é assim do pé para a mão! – avisou.
- Pois eu calculo. – inspirou fundo. – Ai, ai! – gemeu.
- Oh Tom que maricas! - riu-se.
- Eu odeio agulhas ya? – disse-lhe.
- Então porque merda queres uma tatuagem?! – perguntou.
- Porque tem significado! – disse seriamente. – Muito significado mesmo. -Carol beijou-lhe o umbigo.
- Calma. – sorriu-lhe.

(…)

- Feito Tommy feito! – sorriu-lhe – Parabéns!
- Já está?
– perguntou.
- Sim! – disse – Vai ver como está. – apontou-lhe o espelho de corpo inteiro, arrumando as coisas e deitando fora as luvas.
- Ai está linda, borboleta! *.*
- Gostas?
– perguntou abraçando-o por trás, pela barriga.
- Sim! Deixa comparar com a tua! – disse feliz levantando a camisola de Carol de maneira a mirar ao espelho ambas as tatuagens. – Bru-tal! – soletrou.
- Está mesmo perfeito! – sorriu beijando-o. – Vá agora veste-te! – ordenou, colocando-lhe antes uma liga sobre a tatuagem.

Saíram do estúdio, na loja encontrava-se Joana.
- O pessoal e companhia? – perguntou Carol.
- Estão todos ocupados. Ah e tens aí um desenho para melhorar! – informou Joana.
- Ok, obrigada. – sorriu-lhe – Tu vai para casa! – disse a Tom.
- Sim, apanho-te logo? – perguntou dando-lhe um beijo na cabeça. Lembrou-se a tempo de não a beijar nos lábios, afinal não estavam sozinhos.
- Pode ser. Para irmos onde? – perguntou.
- Fugir deste mundo por um bocado… - sussurrou-lhe ao ouvido.
- Parece-me bem! – disse-lhe. – Até logo, óh pinguim!
- Até logo avestruz!
– riram.

- Não me importava nada de ter a relação com ele que tu tens… - suspirou Joana.
- Tens algum amor platónico por ele? – perguntou Carolina directamente.
- Não! – respondeu de imediato com uma gargalhada. – Tenho namorado!
- Pois isso eu também sei, mas sei lá!
- Oh, não, acho-o é absolutamente bom
! – riu.
- Ah nisso tenho que concordar! – riu Carol. Mal Joana sabia aquilo que ela já tinha feito, no ‘bom’ do Tom Kaulitz.

*
- Já fizeste? – perguntou Bill feliz da vida ao irmão que acabava de chegar a casa.
- Fizeste o quê filho? – perguntou Simone que estava sentada ao lado de Bill na sala.
- Uma tatuagem. – respondeu timidamente. Simone riu e a seguir esbugalhou os olhos em espanto.
- Tu?! Meu filho que odeia tatuagens e quase dá na cabeça do irmão por as fazer, fez uma tatuagem? Estás a gozar comigo!! – disse.
- Não mãe. – sorriu Tom.
- Mostra lá páh! – era Bill. Tom levantou a t-shirt e desceu um pouco o elástico dos boxers, mostrou a palavra.
- Borboleta? – leu Simone confusa.
- É o nome carinhoso por que ele trata a Carol! – respondeu Bill feliz, tinha gostado da tatuagem.
- Que querido Tom! – Simone abraçou-o pelo pescoço. – Estás a crescer. – disse-lhe ao ouvido. Era um facto que aquilo simbolizava muita coisa na vida de Tom e, Simone como mãe, sabia-o. Se Tom tinha feito aquela tatuagem que com certeza carregava muito amor é porque a relação com Carolina era séria e que ele realmente a amava. E é claro, isso deixava o coração de Simone feliz, afinal os filhos estavam felizes!
Tom sorriu-lhe. – A Carol também tem!
- Vocês têm noção que isso agora é para sempre não têm?!
- Mesmo que não seja para sempre marcou muito.
– sorriu carinhosamente.
- Lamechas! – gozou Bill.

(…)

- Mana do meu coração! – chamou Carol assim que entrou em casa, eram precisamente 20h.
- Diz! – disse da sala.
- Eu não janto nem durmo em casa hoje… - informou dando-lhe um beijo na testa em forma de cumprimento.
- Uuh, vais sair com o Tom? – perguntou rindo como se já não calculasse que sim.
- Claro! – riu. – Nem sei a que horas é que ele me vem apanh… - foi interrompida pelo som da campainha.
- Acho que já veio! – disse Ana.
- Tu e eu. – dirigiu-se à porta. Sim, era Tom.
- Boa noite. – cumprimentou dando-lhe um sentido beijo nos lábios.
- Boa noite.
- Vamos?
- Cheguei agora a casa!
– informou dirigindo-se para a sala sendo seguida por Tom.
- Só agora? – perguntou cumprimentando Ana com dois beijinhos.
- Só! Eu trabalho sim?
- Sim.
– riu-se.
- Vou tomar banho e já volto, ok? – perguntou.
- Ok. – disse Tom sentando-se no sofá ao lado de Ana. – Que vês? – perguntou.
- Nada, nunca dá nada de jeito na televisão! – refilou.
- Dá cá isso! – riu tirando-lhe comando das mãos.

*

Carol tinha saído do banho com uma toalha enrolada à volta do pulso que sangrava abundantemente. Por muito que quisesse parar de se mutilar não conseguia. Tinha aberto novamente a cicatriz do coração que desenhara. Não esperava é que Tom estivesse dentro do seu quarto e à sua espera, logo foi imediatamente repreendida:
- Carolina! – chamou com um ar sério e superior. – Não, diz-me que não!
- Sim.
– respondeu baixinho.
- Isso faz-te mal, não é mesmo nada bom para ti, perdes muito sangue!
- Oh!
– virou-lhe costas e fez um curativo apressado.
- Oh nada! Tens que parar. – disse abraçando-a por trás. – Por favor. – pediu sussurrando contra o seu pescoço.
- Não é fácil Tom, e depois da cena que tivemos eu não consigo parar de pensar que tenho que me fazer sofrer pelo sofrimento que te causei a ti! – explicou voltando-se para ele.
- Não quero que penses isso! Deixa o passado no passado! Vamos viver o presente! Vamos traçar um futuro juntos! Mais nada importa… - agarrou-a pelo pescoço e encostou os seus lábios aos dela. - … não me voltes a pregar sustos destes. Por favor… - pediu mais uma vez.
- Ok. – Carol beijou-o agarrando-o pela cintura.
- Vá agora veste-te, estou lá fora à tua espera. – disse dando-lhe um rápido beijo nos lábios.

1 comentário: