
- Eu não acredito que já acabou, não acredito! – era Bill que andava de um lado para o outro no seu quarto, a tour pelos Estados Unidos tinha acabado naquele dia. Ana observava-o.
- Porquê? Queres mais, ou é por estarem aí as férias? – perguntou.
- As férias! As férias contigo, assim numa praia deserta… - suspirou imaginando. Deitou-se sobre o corpo da namorada.
- Hum, já pensaste bem onde? – perguntou agarrando-o pelo pescoço.
- Talvez Maldivas… já lá estiveste? – perguntou beijando os lábios da rapariga pousando uma das mãos na sua cintura.
- Não…
- Então vens comigo, está decidido! – sorriu. Beijou-a.
- Mas e o Tom…? – perguntou – Ele vai sempre de férias contigo…
- Eu já estive a falar com ele…
- E?
- Ele disse que queria umas férias só com a Carol! – sorriu.
- Uuh, isso quer dizer que vamos só os dois para as Maldivas? – perguntou beijando-lhe o pescoço.
- Han, han… - sorriu subindo a pequena camisola através do seu curvilíneo corpo e beijou-a.
(…)
- Vocês não vão para lado nenhum? – perguntou Georg a Tom e Carol. Estavam todos em casa delas.
- Por enquanto não… - disse Tom recostando-se no sofá ao lado da namorada.
- Porquê? – perguntou Gustav – Têm alguma na manga não? – riu.
- Não propriamente. – disse Carolina – Mas também não chegámos a um acordo para onde ir, logo ficamos por aqui. – sorriu.
- Certo!
- Mas e vocês? Cuba à vista hein?
- Hum, hum. Aquelas cubanas todas boas! – sorriu Georg desenhando um corpo no ar.
- Estás mesmo desesperado tu! – riu Tom.
- Ah até parece. – riu-se – Mas man, elas são tão boas!!
- Ai Ge já chega! – riu Bill. – Já percebemos!
- Mas acima de tudo vai ser bom descansar numa praia! – suspirou Gustav.
- Sim! – era Ana. – Quero passar o dia e a noite na praia! – sorriu.
- Os teus desejos são ordens! – disse-lhe Bill. Os outros riram.
- Mesmo? – sussurrou Ana ao seu ouvido.
- Mesmo. – respondeu Bill no mesmo tom encostado à sua orelha.
Partiam esta tarde. Bill e Ana para as Maldivas e Georg e Gustav para Cuba, Tom e Carolina ficariam em casa delas durante no mínimo uma semana, depois logo se via.
- Vamos fazer o quê mesmo? – perguntou Carol.
- Não sei, mas está a apetecer-me comer um bolo! – riu-se.
- Uhh o pinguim está com desejos! – gozou.
- É! Estou grávido!
- Mas se estás grávido tens mesmo que satisfazer o desejo! – riu.
- Então ‘bora! – puxou-a pela mão em direcção à cozinha.
- Vais fazer um bolo?
- Correcção: Vamos fazer um bolo!
- Ah ok! – riu. Tom chegou ao frigorífico e espalhou uma quantidade infindável de natas, chocolates e ovos sobre a mesa. Abriu o armário e retirou o açúcar e a farinha. – E agora mãos à obra!
- Sim senhora! – fez continência. Carol riu.
Começaram por abrir os pacotes de natas e juntar o chocolate que derreteram.
- Oh Carol… - chamou Tom aproximando-se dela por trás.
- Diz lá oh Tom…
- Tens aqui coisas a mais! – disse-lhe apoiando as mãos sobre a cintura dela puxando-lhe a t-shirt para cima.
- Isso é uma coisa a mais para cozinhar? – perguntou Carolina virando-se para ele depois de a despir.
- Sim, para aquilo que vamos cozinhar sim… - respondeu desapertando-lhe o cinto das calças, abrindo o botão e descendo a braguilha, tirou-lhas. Carolina ficou apenas em lingerie.
- Hum, pois bem, então tu também tens algo a mais não? – cruzou os braços e viu-o despir-se até ficar apenas em boxers à sua frente. – Sim, Tom e agora? – perguntou.
- Agora vamos aproveitar aquilo que já fizemos! – Carol olhou-o sem perceber. Tom soltou uma gargalhada e dirigiu-se à mesa pegando na tigela que tinha o chocolate. Com um dedo tirou um pouco do chocolate e espalhou-o sobre o peito de Carolina. Pousou a tigela e agarrou a rapariga pela cintura, levando a língua de encontro ao chocolate que estava no peito dela. Lambeu-o.
- Tu queres brincar está visto… - riu Carol agarrando a cabeça de Tom que se mantinha mergulhada no seu peito.
(…)
- Wow! Isto é lindo! – disse Ana assim que pôs os pés numa das praias de areia branca.
- É não é? – perguntou Bill agarrando-a por trás.
- É. – suspirou.
- Anda! – Bill pegou na mão dela e puxou-a.
- Onde? – perguntou sentindo-se levada pela força do seu amor, Bill.
- Água!!! – berrou à puto pegando nela e atirando os dois para o mar.
- Mas tu és louco?! – perguntou Ana a rir-se.
- Sou. – respondeu aproximando-se dela agarrando-a pelo pescoço. – Por ti… - disse beijando os lábios dela suavemente.
*
- Epáh a Carol e o Tom é que podiam ter vindo para aqui! – disse Gustav olhando em volta.
- Mesmo a sériiii… - foi interrompido por um olhar e um acenar de uma rapariga alta, morena, praticamente despida e de olhos verdes esmeralda. Acenou-lhe também com um sorriso.
- Isto é cena à filme só pode! – riu Gustav puxando Georg por uma manga. – Vamos para o hotel, meu amigo, para o hotel! – dizia com a típica voz que se chama um gato.
- Ela é boa! – disse olhando bruscamente Gustav.
- Sim, pois era, mas come-la mais tarde pode ser? – perguntou continuando a arrastá-lo, sem ligar muito à conversa.
- Ai. – suspirou – Ah… Já agora… podias parar de me alargar a manga? – perguntou regressando à realidade.
- Peço desculpa sim! – sorriu-lhe angelicalmente e seguiram até ao hotel.
*
- Eu tenho razão quando digo que tu me matas! – disse Tom ofegante deitado no chão da sala com Carol ao lado que, com o braço sobre os olhos, tentava controlar a respiração.
- Eu mato-te? Então e o que é que tu me fazes a mim? – perguntou olhando Tom.
- O mesmo. – riu-se colocando o corpo sobre o da namorada lambendo ainda um pouco do chocolate que ela tinha espalhado no pescoço. Carol abraçou-o e escondeu a cara no seu pescoço, sentia-se estranha. Não sabia que sentimento tinha em si. Sabia que estava feliz, mas isso era inevitável cada vez que se unia a Tom, ficava sempre no seu auge da felicidade e com um estúpido sorriso nos lábios, mas hoje esse sorriso não existia, existia a felicidade e um misto de frustração. Mas por que raio estaria frustrada?
Precisava de voltar às lâminas, precisava de sentir dor, precisava de ver o seu sangue escorrer pelos seus pulsos, precisava daquele vermelho vivo que aos seus olhos era lindo. Nunca se tinha sentido assim, com tanta vontade de se cortar, nunca! Mas talvez fosse por ter prometido a Tom que nunca mais o voltava a fazer que esteve tanto tempo sem o fazer e que agora o seu psicológico sentia falta. Não era fácil deixar um vício que se tinha vindo a ganhar de à quase quatro anos para cá, antes pelo contrário. Como qualquer vício precisava de ser alimentado, precisava de mais e mais e mais, e agora não tinha, tudo porque Tom lho houvera pedido.
[Flashback]
Estavam deitados sobre a cama do hotel em que estavam e Tom tinha a cabeça sobre a barriga de Carol, brincava com o piercing dela, quando instintivamente olhou para o lado e observou o pulso de Carol. Tinha novos cortes, não o coração, mas outros cortes, pareciam diferentes, mais profundos e maiores.
- Carol… - chamou-a.
- Sim? – respondeu desviando o olhar da TV e cravando-o no de Tom, continuando a passear os dedos sobre as costas nuas do rapaz.
- Promete-me uma coisa para que nunca mais tenhamos que ter esta conversa… - começou levantando a cabeça da barriga de Carol agarrando o seu braço mostrando os cortes. Carol olhou-o já adivinhava o que aí vinha.
- Diz… - disse num sopro fechando os olhos por momentos.
- Promete-me que não voltas a cortar-te, por favor. – pediu.
- Prometo. – disse fitando os seus lábios.
- Olha-me nos olhos e diz-me isso! – pediu desviando os seus olhos até aos dele.
- Prometo. – respondeu fitando os olhos de Tom.
- Obrigado. – respondeu com um sorriso beijando os lábios de Carolina.
[Fim do flashback]
Tom apercebeu-se que algo se passava com ela, aquele sorriso que ela tinha nos lábios cada vez que faziam amor, não existia.
- Que se passa? – perguntou carinhosamente sentando-se e encostando-se ao sofá puxando-a para o seu peito.
- Nada. – sussurrou.
- Não mintas, não a mim… que tens? Fiz alguma coisa errada? – perguntou fitando-a nos olhos.
- Tenho vontade de me cortar… - admitiu aconchegando-se mais a Tom, para além de namorado era o melhor amigo. - … preciso, mas tu pediste-me e eu prometi e…
- Shhh. – pediu Tom afagando-lhe o corpo que se colava ao seu. – Tem calma. Precisas mesmo de o fazer? – perguntou.
- Sim, senão não sei o que me dá. Estou há muito tempo sem o fazer…
- Mas isso faz-te mal, borboleta… - Tom não queria que ela se voltasse a mutilar, queria curá-la daquilo.
- Eu sei, mas… é como se fosse uma droga.
- Por isso mesmo é que tens que deixar… a droga é péssima.
- Eu sei disso, mas… - olhou Tom nos olhos - … por favor. – pediu.
- Tu estás a pedir-me autorização para te cortares? – perguntou efectivamente parvo.
- Sim. Eu não gosto de quebrar promessas, mas desde que tu apareceste que tem sido constante. A promessa de não voltar a amar, está completamente quebrada, a promessa de não chorar idem aspas, mas a promessa de não me voltar a cortar foi a ti que prometi e não consigo quebrá-la assim do nada… custa-me. – explicou em sussurros.
- Então não vou deixar que quebres essa promessa. – disse Tom beijando os lábios de Carol. Ela tremeu. Aguentaria resistir ao encanto que para si tinha o sangue que jorrava do seu pulso? Por Tom esperaria que sim. – Vou estar sempre contigo… - sussurrou.
- Obrigada. – disse-lhe beijando o seu peito ainda achocolatado. – Tenho fome… - admitiu sentando-se ao lado de Tom encostada ao sofá.
- É, eu também! Vou encomendar uma pizza, que tal? – perguntou levantando-se.
- Perfeito! – sorriu Carolina.
- Vai tomar banho que já lá vou ter contigo! – ordenou beijando-a mais uma vez antes de vestir os boxers. Carolina pegou na roupa e regressou ao quarto, pousou as coisas em cima da cama e encaminhou-se até à casa de banho. Lembrou-se que tinha os cremes no quarto e voltou a ele para os ir buscar, deixando a banheira a encher de água a ferver. Dirigiu-se à cómoda e apanhou os cremes, mas não conseguiu evitar de abrir a primeira gaveta e retirar de lá de dentro uma das lâminas que levou consigo até ao duche.
Enfiou-se na banheira e olhou os pulsos. Tinha ainda visível o coração com o T no pulso esquerdo, abaixo da sua tatuagem, e no pulso direito que se prolongava pelo antebraço tinha cortes mais profundos e maiores, que ao seu ver, até nem eram assim tão feios como Tom dizia. É um facto que deixar a mutilação iria ser demasiado difícil, afinal desde os seus 15/16 anos que o fazia, actualmente tinha 19 e assim que os cortes cicatrizavam ela voltava a abri-los, coisa que lhe dava prazer fazer. Sentou-se encostando-se cuidadosamente ao rebordo olhando a lâmina. Devia? Ou não devia? Cumpria a promessa? Ou não cumpria? Para ela estava em caminho difícil, era Tom contra um vício, era um amor contra um ódio. O que fazer?
Agarrou a lâmina com tal força na mão fechada que sentiu as pontas afiadas entranharem-se na sua carne. Não ia quebrar a promessa! Ofegou e fechou mais a mão.
- Carol que queres na pizza? – ouviu Tom berrar-lhe.
- Escolhe tu, gosto de praticamente tudo! – berrou de volta e ouviu um “Ok” em resposta.
Voltou à sua realidade ao abrir os olhos e deparar-se com a água a ganhar a tonalidade vermelha. Sorriu, era daquilo que gostava. Abriu a mão e olhou-a. Tinha a lâmina espetada até, talvez, meio da mão, mas não se importava com ela, sentia-se bem com aquela dor, a dor que sempre se lembrara de sentir. Fora a dor que a acolhera quando decidiu ser mulher do mundo inteiro e não de uma só pessoa, mas por estranho que pareça foi a dor que a apoiou no começo de entrega a uma só pessoa, Tom.
Com cuidado retirou a lâmina da mão e deixou que ela caísse no chão ao lado da banheira. Lavou a mão na água, que ficou mais viva, e voltou a olhá-la. Tinha um corte não muito amigável mas… não importava.
- Encomendei duas depois tu… - Tom interrompeu-se ao abrir a porta da casa de banho e ver aquele cenário. – Quebraste a promessa? – perguntou olhando-a sem expressar qualquer tipo de sentimento.
- Não. – mostrou-lhe a mão – Evitei que isso acontecesse a tempo. – disse-lhe olhando a lâmina caída no chão.
- Anda sai daí! - puxou-a pelo braço – E vamos tratar disso. – enrolou Carol numa toalha e sentou-se sobre o tampo da sanita com ela no seu colo, enquanto lhe tratava do corte e ligava a mão.
- Desculpa… - sussurrou.
- Evitaste-o não foi?
- Sim, mas não sei se dura muito tempo. – admitiu.
- Estares-me a contar isso é um começo… - sorriu-lhe, aquilo era sinal que Carolina confiava de facto nele.
- Porquê? Queres mais, ou é por estarem aí as férias? – perguntou.
- As férias! As férias contigo, assim numa praia deserta… - suspirou imaginando. Deitou-se sobre o corpo da namorada.
- Hum, já pensaste bem onde? – perguntou agarrando-o pelo pescoço.
- Talvez Maldivas… já lá estiveste? – perguntou beijando os lábios da rapariga pousando uma das mãos na sua cintura.
- Não…
- Então vens comigo, está decidido! – sorriu. Beijou-a.
- Mas e o Tom…? – perguntou – Ele vai sempre de férias contigo…
- Eu já estive a falar com ele…
- E?
- Ele disse que queria umas férias só com a Carol! – sorriu.
- Uuh, isso quer dizer que vamos só os dois para as Maldivas? – perguntou beijando-lhe o pescoço.
- Han, han… - sorriu subindo a pequena camisola através do seu curvilíneo corpo e beijou-a.
(…)
- Vocês não vão para lado nenhum? – perguntou Georg a Tom e Carol. Estavam todos em casa delas.
- Por enquanto não… - disse Tom recostando-se no sofá ao lado da namorada.
- Porquê? – perguntou Gustav – Têm alguma na manga não? – riu.
- Não propriamente. – disse Carolina – Mas também não chegámos a um acordo para onde ir, logo ficamos por aqui. – sorriu.
- Certo!
- Mas e vocês? Cuba à vista hein?
- Hum, hum. Aquelas cubanas todas boas! – sorriu Georg desenhando um corpo no ar.
- Estás mesmo desesperado tu! – riu Tom.
- Ah até parece. – riu-se – Mas man, elas são tão boas!!
- Ai Ge já chega! – riu Bill. – Já percebemos!
- Mas acima de tudo vai ser bom descansar numa praia! – suspirou Gustav.
- Sim! – era Ana. – Quero passar o dia e a noite na praia! – sorriu.
- Os teus desejos são ordens! – disse-lhe Bill. Os outros riram.
- Mesmo? – sussurrou Ana ao seu ouvido.
- Mesmo. – respondeu Bill no mesmo tom encostado à sua orelha.
Partiam esta tarde. Bill e Ana para as Maldivas e Georg e Gustav para Cuba, Tom e Carolina ficariam em casa delas durante no mínimo uma semana, depois logo se via.
- Vamos fazer o quê mesmo? – perguntou Carol.
- Não sei, mas está a apetecer-me comer um bolo! – riu-se.
- Uhh o pinguim está com desejos! – gozou.
- É! Estou grávido!
- Mas se estás grávido tens mesmo que satisfazer o desejo! – riu.
- Então ‘bora! – puxou-a pela mão em direcção à cozinha.
- Vais fazer um bolo?
- Correcção: Vamos fazer um bolo!
- Ah ok! – riu. Tom chegou ao frigorífico e espalhou uma quantidade infindável de natas, chocolates e ovos sobre a mesa. Abriu o armário e retirou o açúcar e a farinha. – E agora mãos à obra!
- Sim senhora! – fez continência. Carol riu.
Começaram por abrir os pacotes de natas e juntar o chocolate que derreteram.
- Oh Carol… - chamou Tom aproximando-se dela por trás.
- Diz lá oh Tom…
- Tens aqui coisas a mais! – disse-lhe apoiando as mãos sobre a cintura dela puxando-lhe a t-shirt para cima.
- Isso é uma coisa a mais para cozinhar? – perguntou Carolina virando-se para ele depois de a despir.
- Sim, para aquilo que vamos cozinhar sim… - respondeu desapertando-lhe o cinto das calças, abrindo o botão e descendo a braguilha, tirou-lhas. Carolina ficou apenas em lingerie.
- Hum, pois bem, então tu também tens algo a mais não? – cruzou os braços e viu-o despir-se até ficar apenas em boxers à sua frente. – Sim, Tom e agora? – perguntou.
- Agora vamos aproveitar aquilo que já fizemos! – Carol olhou-o sem perceber. Tom soltou uma gargalhada e dirigiu-se à mesa pegando na tigela que tinha o chocolate. Com um dedo tirou um pouco do chocolate e espalhou-o sobre o peito de Carolina. Pousou a tigela e agarrou a rapariga pela cintura, levando a língua de encontro ao chocolate que estava no peito dela. Lambeu-o.
- Tu queres brincar está visto… - riu Carol agarrando a cabeça de Tom que se mantinha mergulhada no seu peito.
(…)
- Wow! Isto é lindo! – disse Ana assim que pôs os pés numa das praias de areia branca.
- É não é? – perguntou Bill agarrando-a por trás.
- É. – suspirou.
- Anda! – Bill pegou na mão dela e puxou-a.
- Onde? – perguntou sentindo-se levada pela força do seu amor, Bill.
- Água!!! – berrou à puto pegando nela e atirando os dois para o mar.
- Mas tu és louco?! – perguntou Ana a rir-se.
- Sou. – respondeu aproximando-se dela agarrando-a pelo pescoço. – Por ti… - disse beijando os lábios dela suavemente.
*
- Epáh a Carol e o Tom é que podiam ter vindo para aqui! – disse Gustav olhando em volta.
- Mesmo a sériiii… - foi interrompido por um olhar e um acenar de uma rapariga alta, morena, praticamente despida e de olhos verdes esmeralda. Acenou-lhe também com um sorriso.
- Isto é cena à filme só pode! – riu Gustav puxando Georg por uma manga. – Vamos para o hotel, meu amigo, para o hotel! – dizia com a típica voz que se chama um gato.
- Ela é boa! – disse olhando bruscamente Gustav.
- Sim, pois era, mas come-la mais tarde pode ser? – perguntou continuando a arrastá-lo, sem ligar muito à conversa.
- Ai. – suspirou – Ah… Já agora… podias parar de me alargar a manga? – perguntou regressando à realidade.
- Peço desculpa sim! – sorriu-lhe angelicalmente e seguiram até ao hotel.
*
- Eu tenho razão quando digo que tu me matas! – disse Tom ofegante deitado no chão da sala com Carol ao lado que, com o braço sobre os olhos, tentava controlar a respiração.
- Eu mato-te? Então e o que é que tu me fazes a mim? – perguntou olhando Tom.
- O mesmo. – riu-se colocando o corpo sobre o da namorada lambendo ainda um pouco do chocolate que ela tinha espalhado no pescoço. Carol abraçou-o e escondeu a cara no seu pescoço, sentia-se estranha. Não sabia que sentimento tinha em si. Sabia que estava feliz, mas isso era inevitável cada vez que se unia a Tom, ficava sempre no seu auge da felicidade e com um estúpido sorriso nos lábios, mas hoje esse sorriso não existia, existia a felicidade e um misto de frustração. Mas por que raio estaria frustrada?
Precisava de voltar às lâminas, precisava de sentir dor, precisava de ver o seu sangue escorrer pelos seus pulsos, precisava daquele vermelho vivo que aos seus olhos era lindo. Nunca se tinha sentido assim, com tanta vontade de se cortar, nunca! Mas talvez fosse por ter prometido a Tom que nunca mais o voltava a fazer que esteve tanto tempo sem o fazer e que agora o seu psicológico sentia falta. Não era fácil deixar um vício que se tinha vindo a ganhar de à quase quatro anos para cá, antes pelo contrário. Como qualquer vício precisava de ser alimentado, precisava de mais e mais e mais, e agora não tinha, tudo porque Tom lho houvera pedido.
[Flashback]
Estavam deitados sobre a cama do hotel em que estavam e Tom tinha a cabeça sobre a barriga de Carol, brincava com o piercing dela, quando instintivamente olhou para o lado e observou o pulso de Carol. Tinha novos cortes, não o coração, mas outros cortes, pareciam diferentes, mais profundos e maiores.
- Carol… - chamou-a.
- Sim? – respondeu desviando o olhar da TV e cravando-o no de Tom, continuando a passear os dedos sobre as costas nuas do rapaz.
- Promete-me uma coisa para que nunca mais tenhamos que ter esta conversa… - começou levantando a cabeça da barriga de Carol agarrando o seu braço mostrando os cortes. Carol olhou-o já adivinhava o que aí vinha.
- Diz… - disse num sopro fechando os olhos por momentos.
- Promete-me que não voltas a cortar-te, por favor. – pediu.
- Prometo. – disse fitando os seus lábios.
- Olha-me nos olhos e diz-me isso! – pediu desviando os seus olhos até aos dele.
- Prometo. – respondeu fitando os olhos de Tom.
- Obrigado. – respondeu com um sorriso beijando os lábios de Carolina.
[Fim do flashback]
Tom apercebeu-se que algo se passava com ela, aquele sorriso que ela tinha nos lábios cada vez que faziam amor, não existia.
- Que se passa? – perguntou carinhosamente sentando-se e encostando-se ao sofá puxando-a para o seu peito.
- Nada. – sussurrou.
- Não mintas, não a mim… que tens? Fiz alguma coisa errada? – perguntou fitando-a nos olhos.
- Tenho vontade de me cortar… - admitiu aconchegando-se mais a Tom, para além de namorado era o melhor amigo. - … preciso, mas tu pediste-me e eu prometi e…
- Shhh. – pediu Tom afagando-lhe o corpo que se colava ao seu. – Tem calma. Precisas mesmo de o fazer? – perguntou.
- Sim, senão não sei o que me dá. Estou há muito tempo sem o fazer…
- Mas isso faz-te mal, borboleta… - Tom não queria que ela se voltasse a mutilar, queria curá-la daquilo.
- Eu sei, mas… é como se fosse uma droga.
- Por isso mesmo é que tens que deixar… a droga é péssima.
- Eu sei disso, mas… - olhou Tom nos olhos - … por favor. – pediu.
- Tu estás a pedir-me autorização para te cortares? – perguntou efectivamente parvo.
- Sim. Eu não gosto de quebrar promessas, mas desde que tu apareceste que tem sido constante. A promessa de não voltar a amar, está completamente quebrada, a promessa de não chorar idem aspas, mas a promessa de não me voltar a cortar foi a ti que prometi e não consigo quebrá-la assim do nada… custa-me. – explicou em sussurros.
- Então não vou deixar que quebres essa promessa. – disse Tom beijando os lábios de Carol. Ela tremeu. Aguentaria resistir ao encanto que para si tinha o sangue que jorrava do seu pulso? Por Tom esperaria que sim. – Vou estar sempre contigo… - sussurrou.
- Obrigada. – disse-lhe beijando o seu peito ainda achocolatado. – Tenho fome… - admitiu sentando-se ao lado de Tom encostada ao sofá.
- É, eu também! Vou encomendar uma pizza, que tal? – perguntou levantando-se.
- Perfeito! – sorriu Carolina.
- Vai tomar banho que já lá vou ter contigo! – ordenou beijando-a mais uma vez antes de vestir os boxers. Carolina pegou na roupa e regressou ao quarto, pousou as coisas em cima da cama e encaminhou-se até à casa de banho. Lembrou-se que tinha os cremes no quarto e voltou a ele para os ir buscar, deixando a banheira a encher de água a ferver. Dirigiu-se à cómoda e apanhou os cremes, mas não conseguiu evitar de abrir a primeira gaveta e retirar de lá de dentro uma das lâminas que levou consigo até ao duche.
Enfiou-se na banheira e olhou os pulsos. Tinha ainda visível o coração com o T no pulso esquerdo, abaixo da sua tatuagem, e no pulso direito que se prolongava pelo antebraço tinha cortes mais profundos e maiores, que ao seu ver, até nem eram assim tão feios como Tom dizia. É um facto que deixar a mutilação iria ser demasiado difícil, afinal desde os seus 15/16 anos que o fazia, actualmente tinha 19 e assim que os cortes cicatrizavam ela voltava a abri-los, coisa que lhe dava prazer fazer. Sentou-se encostando-se cuidadosamente ao rebordo olhando a lâmina. Devia? Ou não devia? Cumpria a promessa? Ou não cumpria? Para ela estava em caminho difícil, era Tom contra um vício, era um amor contra um ódio. O que fazer?
Agarrou a lâmina com tal força na mão fechada que sentiu as pontas afiadas entranharem-se na sua carne. Não ia quebrar a promessa! Ofegou e fechou mais a mão.
- Carol que queres na pizza? – ouviu Tom berrar-lhe.
- Escolhe tu, gosto de praticamente tudo! – berrou de volta e ouviu um “Ok” em resposta.
Voltou à sua realidade ao abrir os olhos e deparar-se com a água a ganhar a tonalidade vermelha. Sorriu, era daquilo que gostava. Abriu a mão e olhou-a. Tinha a lâmina espetada até, talvez, meio da mão, mas não se importava com ela, sentia-se bem com aquela dor, a dor que sempre se lembrara de sentir. Fora a dor que a acolhera quando decidiu ser mulher do mundo inteiro e não de uma só pessoa, mas por estranho que pareça foi a dor que a apoiou no começo de entrega a uma só pessoa, Tom.
Com cuidado retirou a lâmina da mão e deixou que ela caísse no chão ao lado da banheira. Lavou a mão na água, que ficou mais viva, e voltou a olhá-la. Tinha um corte não muito amigável mas… não importava.
- Encomendei duas depois tu… - Tom interrompeu-se ao abrir a porta da casa de banho e ver aquele cenário. – Quebraste a promessa? – perguntou olhando-a sem expressar qualquer tipo de sentimento.
- Não. – mostrou-lhe a mão – Evitei que isso acontecesse a tempo. – disse-lhe olhando a lâmina caída no chão.
- Anda sai daí! - puxou-a pelo braço – E vamos tratar disso. – enrolou Carol numa toalha e sentou-se sobre o tampo da sanita com ela no seu colo, enquanto lhe tratava do corte e ligava a mão.
- Desculpa… - sussurrou.
- Evitaste-o não foi?
- Sim, mas não sei se dura muito tempo. – admitiu.
- Estares-me a contar isso é um começo… - sorriu-lhe, aquilo era sinal que Carolina confiava de facto nele.
Sem comentários:
Enviar um comentário