
- É amanhã… - Carol sussurrou pousando o queixo sobre o peito de Tom, que subia e descia devido à sua respiração ofegante.
- Eu sei. – Tom murmurou também e passou as mãos pelas costas nuas da rapariga. – São só duas semanas… vai passar rápido. – colocou em palavras aquilo que queria que realmente fosse verdade.
- Sim. – Carolina enganou-se também. Sabia perfeitamente que ia ser difícil, mas se se meteu neste caminho teria que o percorrer até ao fim. Puxou o lençol azul aos quadrados que revestia a sua cama e colocou-o sobre si e sobre Tom que se aninhou na sua silhueta.
- Boa noite, borboleta. – sussurrou.
- Boa noite, Tommy.
(…)
Não podia acreditar. Estava sozinha num autocarro enorme. Aliás sozinha era uma forma de falar, tinha Raquel e seguranças consigo, tal como vários membros que aparentemente faziam parte da sua crew, no entanto sentia-se sozinha. Não tinha Tom, não tinha Ana que por motivos de trabalho na agência não pôde viajar nem consigo nem com os Tokio Hotel; sentia falta das piadas parvas do Georg e do doce sorriso do Gustav, e a sua loja, a sua loja fazia-lhe imensa falta neste momento crítico, já para não falar que também deixara de ter Bill consigo.
Quando chegasse a Berlim novamente iria fazer uma nova tatuagem que simbolizasse aquela primeira experiência, aquela primeira ilusão real.
- Carol! – era Raquel que a chamava.
- Sim! – disse ao chegar ao mesmo compartimento onde Raquel estava com uma folha de papel à frente.
- Primeira paragem… Hamburg. Preparada?
- Já chegámos? – perguntou com cara de parva, tinha estado demasiado tempo fechada no seu mini quarto e na sua mente, tinha estado a ver e rever a imagem de Tom levantar-se a meio da noite e sair de casa, afinal o voo deles seria mais demorado e era muito mais cedo.
- Sim. – riu-se – E tens sound check dentro de 10 minutos por isso prepara-te!
- Ok! – fez continência e riu-se subindo de novo ao improvisado quarto agarrando o telemóvel. Tom tinha-lhe pedido que lhe ligasse assim que chegasse.
**
- Hey! – disse Tom feliz ao atender o telemóvel.
- Olá! Já cheguei a Hamburg! – disse.
- Ai Hamburg, também queria! Estou na Noruega, aterrei à poucos minutos!
- Também querias? – riu-se.
- Sim… tu estás aí…
- Não sejas lamechas Tommy. – gozou-o.
- Oh! – sorriu timidamente ao que Georg lhe assobiou.
- Tenho que ir… - disse desanimada ao ouvir Raquel chamá-la. - … estão a chamar-me. Eu mando-te uma mensagem antes do concerto ok?
- Ok. Beijinhos.
- Tu faz o mesmo! Antes da sessão de autógrafos ou lá o que vais aí fazer! – riu-se.
- Vou passear o corpinho, por isso antes eu digo-te qualquer coisa!
- Feito! Que eu quero-me juntar a esse teu corpinho… - riu-se, mas sim estava afastada dele apenas à umas horas e já queria sentir o seu corpo e os seus lábios.
- Amo-te. – sussurrou para que ninguém que se mantinha de um lado para o outro o ouvisse.
- Amo-te. – Carolina sussurrou também e desligou o telemóvel. – JÁ ESTOU A IR! – gritou a Raquel.
**
- Tom, Tom… - era David - … deixa-te disso temos que ir.
- Deixo-me do quê? De me preocupar com a minha namorada? – perguntou friamente. Estar longe dela trazia-lhe um sentimento estranho de preocupação, tinha medo mas tanto medo daquilo que ela podia fazer estando sozinha.
- Calma… vamos. – David passou-lhe um braço sobre os ombros e acompanhou-o até à carrinha de vidros fumados, que antes da sessão de autógrafos, os ia levar até ao Hotel.
- Vais arrasar não vais? – perguntou Raquel com um sorriso.
- Mas eu faço outra coisa para além disso? – perguntou Carol.
- Não! – riu-se e deu-lhe um abraço. – No fim do concerto vamos sair que tal? – Carolina olhou-a. Devia?
- Eu tive uma má experiência depois de uma saída e não o voltei a fazer… e acho que, sinceramente nem vou voltar, pelo menos não sozinha! – explicou.
- Porquê? Não nos vamos embebedar, até porque não convém que tens entrevistas amanhã de manhã…
- Ok, ok. Eu vou contigo! – Carol cedeu, estava em Tour e isso muito provavelmente quereria dizer diversão.
- Fixe!
(…)
Se se tinha sentido bem em palco quando abriu os concertos dos Tokio Hotel noutros tempos, desta vez estava radiante. O palco era só seu e mais ninguém subiria a seguir a si. Mas o melhor de tudo era que as pessoas que estavam ali estavam para a ver a ela, não mais ninguém.
Pegou na menina dos seus olhos e deixou que as suas cordas vocais fizessem magia. Estava feliz por cantar e por incrível que pareça estava parva por ouvir umas quantas vozes cantarem com ela. Era estranho isso acontecer. Era estranho ouvir os seus desabafos cantados por vozes de pessoas que não a conheciam de lado nenhum. Era estranho mas bom… muito bom mesmo!
*
- Que queres beber? – perguntou Raquel a Carol enquanto esta se sentava numa das mesas da sala VIP da discoteca onde se encontravam. O concerto tinha corrido às mil maravilhas e tudo estava calmo.
- Vodka cola. – sorriu-lhe. – E não bebo mais nada… - disse para si mesma.
Estiveram não mais de duas horas na discoteca, e Carolina não se havia mexido do sítio.
- Miúda vem dançar! – Raquel bem tentou mas Carolina não ia. Não ia voltar a dançar sem Tom, não ia voltar a beber sem Tom, não ia voltar a sair sem Tom. Estar ali fechada estava a trazer-lhe flashbacks impróprios à sua mente.
- Desculpa mas eu vou-me embora! – saiu a correr da discoteca e pediu a um dos seguranças que a levasse de novo ao Hotel.
Chegou ao Hotel em 15 minutos e fechou-se no quarto. Não conseguia largar as múltiplas imagens de Joel a engatá-la na casa de banho, da cara de Tom ao ver a cena, de correr atrás dele e de um momento para o outro deixar de se lembrar de algo.
Deitou-se sobre a cama e respirou fundo. Que fazer? Olhou em volta e decidiu ir para a varanda. Sentou-se no chão e pegou no maço de tabaco retirando um cigarro e o isqueiro. Levou o cigarro à boca e acendeu-o travando o fumo na garganta suspirando-o a seguir. Pegou no telemóvel lembrando as palavras de Tom:
- Não vais fazer asneiras pois não Carol? – perguntou Tom seriamente.
- Vou tentar… as coisas estão bem por isso… - disse um pouco a medo, ela própria não confiava em si.
- Se te sentires prestes a fazê-lo, liga-me! Pode ser? – perguntou.
- Pode ser. – olhou-o seriamente nos olhos e beijou os seus lábios.
Ia ligar-lhe. Marcou o número e esperou que tocasse três vezes até ouvir a voz grossa de Tom do outro lado da linha.
**
- Boa noite… - disse Tom. Estava deitado na cama e ia preparar-se para dormir quando o telemóvel soou com o toque de Carolina.
- Já estavas deitado? – perguntou.
- Ia deitar-me agora… tu?
- Estou sentada na varanda a fumar. São duas da manhã aqui. – disse dando outra passa no cigarro.
- Aqui são três… mas está tudo bem? – perguntou, sentia algo estranho na sua voz.
- A Raquel insistiu para que eu fosse sair com ela…
- E?
- E pela minha cabeça só passam imagens daquela noite em Berlim! – Tom percebeu qual era noite e percebeu também qual o grande motivo pelo qual Carol lhe ligava.
- Mas aconteceu alguma coisa? Não pois não? Então não tens que te preocupar com nada, borboleta… - Tom tentou acalmá-la falando carinhosamente.
- Eu quero apagar esta memória, Tom, quero por hoje substituir a dor. – explicou sinceramente. Já tinha acordado com ela própria que iria contar tudo a Tom, iria dizer-lhe tudo e ver se de uma vez por todas largava as lâminas.
- Substitui-a falando comigo! Mais nada, fala apenas comigo… - Tom sentou-se confortavelmente na cama contra a cabeceira. - … entra no quarto, despe-te e deita-te.
- Porquê? – perguntou esborrachando o cigarro contra o cinzeiro que tinha levado consigo.
- Apenas faz o que eu te digo. – disse.
- Ok. – respondeu. Entrou no quarto e fechou a janela. Pôs o telefone em alta voz e despiu-se ficando apenas em lingerie.
- Já estás? – perguntou Tom fazendo ecoar a sua voz pelo quarto de Carolina.
- Sim. – voltou a colocar o telemóvel em voz normal e deitou-se na cama coberta até ao peito. – Tens algum objectivo?
- Eu faço alguma coisa sem um objectivo? – perguntou com um sorriso, o que fez Carol soltar uma leve gargalhada. – Estás a rir por isso a primeira parte está feita…
- Hum, tinhas como objectivo pôr-me a rir? – perguntou passando um dedo sobre a sua barriga delineando o piercing, tal como Tom adorava fazer.
- Queres que te ponha a chorar? Não me parece… - riu-se.
- Depende… - provocou.
- Hm, e depende de quê?
- Da maneira e do porquê… - Tom sentiu que ela o estava a provocar à grande.
- Então e se em vez de te fazer chorar te fizesse… gritar? – perguntou fechando os olhos encostando a cabeça contra a cabeceira.
- Era uma excelente ideia… - confirmou. – Despe-me. – pediu em voz comando.
- Isso é uma ordem? – perguntou passando uma mão pelo seu tronco nu. Adorava pensar que aquele toque era dela e não seu.
- É. – Carolina respondeu levando uma mão às alças do soutien. Sabia que era por aí que Tom iria começar.
- Tiro-te o soutien lentamente enquanto te beijo o pescoço de forma suave, tal como gostas de me sentir… - sussurrou Tom. Era a primeira vez que ia alinhar numa coisa daquelas, mas com Carol tudo era bom, e isto de certeza não seria excepção. Carolina retirou o próprio soutien e suspirou ao ouvir Tom proferir tais palavras. - … desço os lábios pelo teu pescoço, passo pelo teu peito, barriga, umbigo, o teu piercing… - Carolina passava as mãos por onde Tom fazia referência. Era bom pensar que ele estava ali consigo e que não estava sozinha num quarto de Hotel prestes a sabotar-se.
- Deixaste de estar em cima de mim e eu tomo controlo. – Carolina falou sensualmente mas como narrando uma história. – Roço os lábios pelo teu peito e desço em direcção aos boxers que agarro com os dentes removendo-os bruscamente. – enquanto Carolina estava sentada na cama acariciando o seu corpo e narrando os acontecimentos, Tom estava semi-deitado seguindo com a ponta dos dedos o caminho que Carolina dizia percorrer com os lábios. Removeu os boxers e deixou-se levar por um gemido onde o nome de Carolina estava contido.
Ambos de olhos fechados e telefones colados aos ouvidos, tentavam o próximo passo.
- Beijo os teus lábios de forma inocente, aumentando a intensidade aos poucos. Paro e olho-te. – disse, era tão bom puder formar a imagem na sua mente. - … estás linda. – murmurou. Carolina sentiu um arrepio percorrer-lhe a espinha. – Volto a fechar os olhos e perco-me no teu corpo novamente. – Carolina imaginou cada toque, cada beijo, cada movimento, cada palavra. Tom estava ali consigo. – Estás nua sob mim. – informou. Carolina acabou por se despir completamente e deitou-se na cama.
- Sê meu, Tom. – pediu desejadamente fazendo escorregar as mãos para dentro dos lençóis penetrando-se com dois dedos. Seria estranho, seria muito esquisito sentir-se assim mas ouvir Tom ofegar do outro lado, aquilo não era mais do que algo perfeitamente natural no momento.
- Eu sou teu. – confirmou Tom levando a mão à sua excitação exercitando-se. Aquele toque não era seu… era dela.
Carolina suspirou o nome de Tom e ouviu o seu nome ser suspirado por ele. Estavam em sintonia. Deixaram-se arrebatar e ouvir a respiração ofegante do outro pelas linhas telefónicas.
- Sexo pelo telefone, Carol…? – perguntou Tom com um sorriso.
- Que te pareceu? – soltou uma gargalhada. – Para primeira vez acho que nem estive muito mal…
- Hum, primeira vez? – perguntou com um sorriso. – A minha também. – murmurou.
- Parece que perdi a virgindade contigo… - gozou com o momento falando baixinho.
- Tu gozas mas eu acho bonito. – Tom sorriu, sabia bem ouvi-la dizer que era apenas dele, mesmo que fosse por uma coisa tão estranha. Sempre foi aberto a tudo, mas sexo pelo telefone? Nunca lhe tinha passado pela cabeça.
- Han? Bonito? – perguntou sem perceber.
- És absolutamente minha e eu absolutamente teu. – Carolina sorriu, sim já tinha percebido, afinal sempre ouviu dizer que a primeira vez era para sempre, que era de facto muito especial, e que se fosse com a pessoa certa era o paraíso na Terra. No entanto a sua primeira vez sexual não tinha sido para relembrar, mas ainda assim tinha sido com a pessoa especial da altura… Tiago. “Dava tudo para ter sido com o Tom…” pensou vagamente e limpou a lágrima que queria rolar. Aquele cretino não lhe ia estragar o momento, não iria ser ele a causa de um possível corte, não depois de um momento como este. Respirou fundo.
- Isso soa-me muito bem… Quem diria que Tom Kaulitz era virgem? – sorriu.
- E quem diria que Carolina Edvard era virgem? – riu – Ninguém!
- Amor… - chamou mais baixo.
- Sim? – Tom respondeu no mesmo tom e carinhosamente.
- Tenho saudades tuas…
- Eu também borboleta… mas já falta pouco… - disse tentando animá-la.
- Pouco? Esperemos… - encolheu os ombros.
- E se nos deixássemos disto e fossemos dormir? – perguntou. Não queria ter aquela conversa pois, se tivesse essa conversa o tempo custava mais.
- Sim. – Carolina concordou e ajeitou-se na cama vestindo as cuecas e um pijama que ali tinha à mão.
- Cobre-te. – sorriu Tom. Carolina riu-se.
- Conheces-me demasiado bem! – puxou os lençóis para cima e deitou a cabeça na almofada. Tom riu, era bom conhecê-la assim tão bem. – Dorme bem, Tommy.
- Tu também borboleta. – aninhou-se na cama imaginando-se encaixado na silhueta dela.
- Amo-te. – sussurraram em uníssono.
- Até amanhã. – despediu-se Carolina desligando o telefone.
- Até amanhã. – Tom ainda teve tempo de responder, antes de também ele largar o telefone em cima da cama.
**
Batidas na porta.
- Pronto tinha que ser. – refilou Tom saindo da cama, apanhando os boxers e vestindo-os. Chegou à porta e destrancou-a abrindo-a.
- Estás acordado? – era Bill.
- Não! Como podes ver estou a dormir -.- - refilou voltando para a cama sentindo o irmão segui-lo e fechar a porta. Deitou-se. – Que queres a estas horas Bill?
- Não consigo dormir. – disse sentando-se na cama.
- E vens importunar-me? – sorriu-lhe.
- Esse sorriso não é de certeza para mim… - Bill riu-se. – Que se passou na minha ausência, maninho?
- Cusco! – deitou-lhe a língua de fora.
- Sabes que sim! Anda lá! Conta. – pediu deitando-se ao lado de Tom virado para ele.
- Carol. – Tom sorriu. Estava feliz e realizado, sabia que ela lhe tinha ligado em vez de se cortar e isso descansava-o.
- Já sabia! – riu.
- Então porque raio perguntaste? – perguntou olhando o gémeo deitado na sua cama.
- Não sei… - encolheu os ombros.
- Como está a Ana? – perguntou talvez fosse esse o motivo de Bill não conseguir dormir.
- Foi uma chamada rápida, não deu para nada. Ela ainda estava a trabalhar. – suspirou.
- Ainda? – perguntou.
- Sim, ainda. Mas e a Carol está tudo a correr bem? – perguntou – O concerto foi bom?
- Não sei… - riu-se, a verdade é que não tinha perguntado nada sobre o concerto, a conversa tinha descaído imediatamente para a saída e para o estado de Carolina que não tinha tido tempo.
- Não sabes? Credo mas quanto tempo é que vocês estiveram a falar? – perguntou.
- Não sei, que horas são? – perguntou.
- Quatro e meia. – respondeu olhando o telemóvel do irmão pousado entre as almofadas.
- Então uma hora e meia.
- Eish tanto tempo à conversa e não sabes como correu o concerto? – riu-se – Nem quero perguntar o que é que vocês fizeram!
- Nada do outro mundo, Bill! – disse-lhe – E agora dorme sim? Ou então deixa-me dormir a mim. - voltou a aninhar-se.
- Sim, sim… - Bill despiu-se até ficar somente em boxers e deitou-se na cama virado de costas para Tom - … cá sexo pelo telefone mas é… - riu-se interiormente, vindo daqueles dois tudo era possível. Tom riu-se denunciando-se. – Oh pois eu sabia! – riu-se novamente.
- Sabias o quê? – perguntou controlando-se.
- Nada, Tom agora dorme sim? Ou então deixa-me dormir a mim. – imitou-o.
- Parvo. – limitou-se a sussurrar antes de se deixar adormecer.
- Eu sei. – Tom murmurou também e passou as mãos pelas costas nuas da rapariga. – São só duas semanas… vai passar rápido. – colocou em palavras aquilo que queria que realmente fosse verdade.
- Sim. – Carolina enganou-se também. Sabia perfeitamente que ia ser difícil, mas se se meteu neste caminho teria que o percorrer até ao fim. Puxou o lençol azul aos quadrados que revestia a sua cama e colocou-o sobre si e sobre Tom que se aninhou na sua silhueta.
- Boa noite, borboleta. – sussurrou.
- Boa noite, Tommy.
(…)
Não podia acreditar. Estava sozinha num autocarro enorme. Aliás sozinha era uma forma de falar, tinha Raquel e seguranças consigo, tal como vários membros que aparentemente faziam parte da sua crew, no entanto sentia-se sozinha. Não tinha Tom, não tinha Ana que por motivos de trabalho na agência não pôde viajar nem consigo nem com os Tokio Hotel; sentia falta das piadas parvas do Georg e do doce sorriso do Gustav, e a sua loja, a sua loja fazia-lhe imensa falta neste momento crítico, já para não falar que também deixara de ter Bill consigo.
Quando chegasse a Berlim novamente iria fazer uma nova tatuagem que simbolizasse aquela primeira experiência, aquela primeira ilusão real.
- Carol! – era Raquel que a chamava.
- Sim! – disse ao chegar ao mesmo compartimento onde Raquel estava com uma folha de papel à frente.
- Primeira paragem… Hamburg. Preparada?
- Já chegámos? – perguntou com cara de parva, tinha estado demasiado tempo fechada no seu mini quarto e na sua mente, tinha estado a ver e rever a imagem de Tom levantar-se a meio da noite e sair de casa, afinal o voo deles seria mais demorado e era muito mais cedo.
- Sim. – riu-se – E tens sound check dentro de 10 minutos por isso prepara-te!
- Ok! – fez continência e riu-se subindo de novo ao improvisado quarto agarrando o telemóvel. Tom tinha-lhe pedido que lhe ligasse assim que chegasse.
**
- Hey! – disse Tom feliz ao atender o telemóvel.
- Olá! Já cheguei a Hamburg! – disse.
- Ai Hamburg, também queria! Estou na Noruega, aterrei à poucos minutos!
- Também querias? – riu-se.
- Sim… tu estás aí…
- Não sejas lamechas Tommy. – gozou-o.
- Oh! – sorriu timidamente ao que Georg lhe assobiou.
- Tenho que ir… - disse desanimada ao ouvir Raquel chamá-la. - … estão a chamar-me. Eu mando-te uma mensagem antes do concerto ok?
- Ok. Beijinhos.
- Tu faz o mesmo! Antes da sessão de autógrafos ou lá o que vais aí fazer! – riu-se.
- Vou passear o corpinho, por isso antes eu digo-te qualquer coisa!
- Feito! Que eu quero-me juntar a esse teu corpinho… - riu-se, mas sim estava afastada dele apenas à umas horas e já queria sentir o seu corpo e os seus lábios.
- Amo-te. – sussurrou para que ninguém que se mantinha de um lado para o outro o ouvisse.
- Amo-te. – Carolina sussurrou também e desligou o telemóvel. – JÁ ESTOU A IR! – gritou a Raquel.
**
- Tom, Tom… - era David - … deixa-te disso temos que ir.
- Deixo-me do quê? De me preocupar com a minha namorada? – perguntou friamente. Estar longe dela trazia-lhe um sentimento estranho de preocupação, tinha medo mas tanto medo daquilo que ela podia fazer estando sozinha.
- Calma… vamos. – David passou-lhe um braço sobre os ombros e acompanhou-o até à carrinha de vidros fumados, que antes da sessão de autógrafos, os ia levar até ao Hotel.
- Vais arrasar não vais? – perguntou Raquel com um sorriso.
- Mas eu faço outra coisa para além disso? – perguntou Carol.
- Não! – riu-se e deu-lhe um abraço. – No fim do concerto vamos sair que tal? – Carolina olhou-a. Devia?
- Eu tive uma má experiência depois de uma saída e não o voltei a fazer… e acho que, sinceramente nem vou voltar, pelo menos não sozinha! – explicou.
- Porquê? Não nos vamos embebedar, até porque não convém que tens entrevistas amanhã de manhã…
- Ok, ok. Eu vou contigo! – Carol cedeu, estava em Tour e isso muito provavelmente quereria dizer diversão.
- Fixe!
(…)
Se se tinha sentido bem em palco quando abriu os concertos dos Tokio Hotel noutros tempos, desta vez estava radiante. O palco era só seu e mais ninguém subiria a seguir a si. Mas o melhor de tudo era que as pessoas que estavam ali estavam para a ver a ela, não mais ninguém.
Pegou na menina dos seus olhos e deixou que as suas cordas vocais fizessem magia. Estava feliz por cantar e por incrível que pareça estava parva por ouvir umas quantas vozes cantarem com ela. Era estranho isso acontecer. Era estranho ouvir os seus desabafos cantados por vozes de pessoas que não a conheciam de lado nenhum. Era estranho mas bom… muito bom mesmo!
*
- Que queres beber? – perguntou Raquel a Carol enquanto esta se sentava numa das mesas da sala VIP da discoteca onde se encontravam. O concerto tinha corrido às mil maravilhas e tudo estava calmo.
- Vodka cola. – sorriu-lhe. – E não bebo mais nada… - disse para si mesma.
Estiveram não mais de duas horas na discoteca, e Carolina não se havia mexido do sítio.
- Miúda vem dançar! – Raquel bem tentou mas Carolina não ia. Não ia voltar a dançar sem Tom, não ia voltar a beber sem Tom, não ia voltar a sair sem Tom. Estar ali fechada estava a trazer-lhe flashbacks impróprios à sua mente.
- Desculpa mas eu vou-me embora! – saiu a correr da discoteca e pediu a um dos seguranças que a levasse de novo ao Hotel.
Chegou ao Hotel em 15 minutos e fechou-se no quarto. Não conseguia largar as múltiplas imagens de Joel a engatá-la na casa de banho, da cara de Tom ao ver a cena, de correr atrás dele e de um momento para o outro deixar de se lembrar de algo.
Deitou-se sobre a cama e respirou fundo. Que fazer? Olhou em volta e decidiu ir para a varanda. Sentou-se no chão e pegou no maço de tabaco retirando um cigarro e o isqueiro. Levou o cigarro à boca e acendeu-o travando o fumo na garganta suspirando-o a seguir. Pegou no telemóvel lembrando as palavras de Tom:
- Não vais fazer asneiras pois não Carol? – perguntou Tom seriamente.
- Vou tentar… as coisas estão bem por isso… - disse um pouco a medo, ela própria não confiava em si.
- Se te sentires prestes a fazê-lo, liga-me! Pode ser? – perguntou.
- Pode ser. – olhou-o seriamente nos olhos e beijou os seus lábios.
Ia ligar-lhe. Marcou o número e esperou que tocasse três vezes até ouvir a voz grossa de Tom do outro lado da linha.
**
- Boa noite… - disse Tom. Estava deitado na cama e ia preparar-se para dormir quando o telemóvel soou com o toque de Carolina.
- Já estavas deitado? – perguntou.
- Ia deitar-me agora… tu?
- Estou sentada na varanda a fumar. São duas da manhã aqui. – disse dando outra passa no cigarro.
- Aqui são três… mas está tudo bem? – perguntou, sentia algo estranho na sua voz.
- A Raquel insistiu para que eu fosse sair com ela…
- E?
- E pela minha cabeça só passam imagens daquela noite em Berlim! – Tom percebeu qual era noite e percebeu também qual o grande motivo pelo qual Carol lhe ligava.
- Mas aconteceu alguma coisa? Não pois não? Então não tens que te preocupar com nada, borboleta… - Tom tentou acalmá-la falando carinhosamente.
- Eu quero apagar esta memória, Tom, quero por hoje substituir a dor. – explicou sinceramente. Já tinha acordado com ela própria que iria contar tudo a Tom, iria dizer-lhe tudo e ver se de uma vez por todas largava as lâminas.
- Substitui-a falando comigo! Mais nada, fala apenas comigo… - Tom sentou-se confortavelmente na cama contra a cabeceira. - … entra no quarto, despe-te e deita-te.
- Porquê? – perguntou esborrachando o cigarro contra o cinzeiro que tinha levado consigo.
- Apenas faz o que eu te digo. – disse.
- Ok. – respondeu. Entrou no quarto e fechou a janela. Pôs o telefone em alta voz e despiu-se ficando apenas em lingerie.
- Já estás? – perguntou Tom fazendo ecoar a sua voz pelo quarto de Carolina.
- Sim. – voltou a colocar o telemóvel em voz normal e deitou-se na cama coberta até ao peito. – Tens algum objectivo?
- Eu faço alguma coisa sem um objectivo? – perguntou com um sorriso, o que fez Carol soltar uma leve gargalhada. – Estás a rir por isso a primeira parte está feita…
- Hum, tinhas como objectivo pôr-me a rir? – perguntou passando um dedo sobre a sua barriga delineando o piercing, tal como Tom adorava fazer.
- Queres que te ponha a chorar? Não me parece… - riu-se.
- Depende… - provocou.
- Hm, e depende de quê?
- Da maneira e do porquê… - Tom sentiu que ela o estava a provocar à grande.
- Então e se em vez de te fazer chorar te fizesse… gritar? – perguntou fechando os olhos encostando a cabeça contra a cabeceira.
- Era uma excelente ideia… - confirmou. – Despe-me. – pediu em voz comando.
- Isso é uma ordem? – perguntou passando uma mão pelo seu tronco nu. Adorava pensar que aquele toque era dela e não seu.
- É. – Carolina respondeu levando uma mão às alças do soutien. Sabia que era por aí que Tom iria começar.
- Tiro-te o soutien lentamente enquanto te beijo o pescoço de forma suave, tal como gostas de me sentir… - sussurrou Tom. Era a primeira vez que ia alinhar numa coisa daquelas, mas com Carol tudo era bom, e isto de certeza não seria excepção. Carolina retirou o próprio soutien e suspirou ao ouvir Tom proferir tais palavras. - … desço os lábios pelo teu pescoço, passo pelo teu peito, barriga, umbigo, o teu piercing… - Carolina passava as mãos por onde Tom fazia referência. Era bom pensar que ele estava ali consigo e que não estava sozinha num quarto de Hotel prestes a sabotar-se.
- Deixaste de estar em cima de mim e eu tomo controlo. – Carolina falou sensualmente mas como narrando uma história. – Roço os lábios pelo teu peito e desço em direcção aos boxers que agarro com os dentes removendo-os bruscamente. – enquanto Carolina estava sentada na cama acariciando o seu corpo e narrando os acontecimentos, Tom estava semi-deitado seguindo com a ponta dos dedos o caminho que Carolina dizia percorrer com os lábios. Removeu os boxers e deixou-se levar por um gemido onde o nome de Carolina estava contido.
Ambos de olhos fechados e telefones colados aos ouvidos, tentavam o próximo passo.
- Beijo os teus lábios de forma inocente, aumentando a intensidade aos poucos. Paro e olho-te. – disse, era tão bom puder formar a imagem na sua mente. - … estás linda. – murmurou. Carolina sentiu um arrepio percorrer-lhe a espinha. – Volto a fechar os olhos e perco-me no teu corpo novamente. – Carolina imaginou cada toque, cada beijo, cada movimento, cada palavra. Tom estava ali consigo. – Estás nua sob mim. – informou. Carolina acabou por se despir completamente e deitou-se na cama.
- Sê meu, Tom. – pediu desejadamente fazendo escorregar as mãos para dentro dos lençóis penetrando-se com dois dedos. Seria estranho, seria muito esquisito sentir-se assim mas ouvir Tom ofegar do outro lado, aquilo não era mais do que algo perfeitamente natural no momento.
- Eu sou teu. – confirmou Tom levando a mão à sua excitação exercitando-se. Aquele toque não era seu… era dela.
Carolina suspirou o nome de Tom e ouviu o seu nome ser suspirado por ele. Estavam em sintonia. Deixaram-se arrebatar e ouvir a respiração ofegante do outro pelas linhas telefónicas.
- Sexo pelo telefone, Carol…? – perguntou Tom com um sorriso.
- Que te pareceu? – soltou uma gargalhada. – Para primeira vez acho que nem estive muito mal…
- Hum, primeira vez? – perguntou com um sorriso. – A minha também. – murmurou.
- Parece que perdi a virgindade contigo… - gozou com o momento falando baixinho.
- Tu gozas mas eu acho bonito. – Tom sorriu, sabia bem ouvi-la dizer que era apenas dele, mesmo que fosse por uma coisa tão estranha. Sempre foi aberto a tudo, mas sexo pelo telefone? Nunca lhe tinha passado pela cabeça.
- Han? Bonito? – perguntou sem perceber.
- És absolutamente minha e eu absolutamente teu. – Carolina sorriu, sim já tinha percebido, afinal sempre ouviu dizer que a primeira vez era para sempre, que era de facto muito especial, e que se fosse com a pessoa certa era o paraíso na Terra. No entanto a sua primeira vez sexual não tinha sido para relembrar, mas ainda assim tinha sido com a pessoa especial da altura… Tiago. “Dava tudo para ter sido com o Tom…” pensou vagamente e limpou a lágrima que queria rolar. Aquele cretino não lhe ia estragar o momento, não iria ser ele a causa de um possível corte, não depois de um momento como este. Respirou fundo.
- Isso soa-me muito bem… Quem diria que Tom Kaulitz era virgem? – sorriu.
- E quem diria que Carolina Edvard era virgem? – riu – Ninguém!
- Amor… - chamou mais baixo.
- Sim? – Tom respondeu no mesmo tom e carinhosamente.
- Tenho saudades tuas…
- Eu também borboleta… mas já falta pouco… - disse tentando animá-la.
- Pouco? Esperemos… - encolheu os ombros.
- E se nos deixássemos disto e fossemos dormir? – perguntou. Não queria ter aquela conversa pois, se tivesse essa conversa o tempo custava mais.
- Sim. – Carolina concordou e ajeitou-se na cama vestindo as cuecas e um pijama que ali tinha à mão.
- Cobre-te. – sorriu Tom. Carolina riu-se.
- Conheces-me demasiado bem! – puxou os lençóis para cima e deitou a cabeça na almofada. Tom riu, era bom conhecê-la assim tão bem. – Dorme bem, Tommy.
- Tu também borboleta. – aninhou-se na cama imaginando-se encaixado na silhueta dela.
- Amo-te. – sussurraram em uníssono.
- Até amanhã. – despediu-se Carolina desligando o telefone.
- Até amanhã. – Tom ainda teve tempo de responder, antes de também ele largar o telefone em cima da cama.
**
Batidas na porta.
- Pronto tinha que ser. – refilou Tom saindo da cama, apanhando os boxers e vestindo-os. Chegou à porta e destrancou-a abrindo-a.
- Estás acordado? – era Bill.
- Não! Como podes ver estou a dormir -.- - refilou voltando para a cama sentindo o irmão segui-lo e fechar a porta. Deitou-se. – Que queres a estas horas Bill?
- Não consigo dormir. – disse sentando-se na cama.
- E vens importunar-me? – sorriu-lhe.
- Esse sorriso não é de certeza para mim… - Bill riu-se. – Que se passou na minha ausência, maninho?
- Cusco! – deitou-lhe a língua de fora.
- Sabes que sim! Anda lá! Conta. – pediu deitando-se ao lado de Tom virado para ele.
- Carol. – Tom sorriu. Estava feliz e realizado, sabia que ela lhe tinha ligado em vez de se cortar e isso descansava-o.
- Já sabia! – riu.
- Então porque raio perguntaste? – perguntou olhando o gémeo deitado na sua cama.
- Não sei… - encolheu os ombros.
- Como está a Ana? – perguntou talvez fosse esse o motivo de Bill não conseguir dormir.
- Foi uma chamada rápida, não deu para nada. Ela ainda estava a trabalhar. – suspirou.
- Ainda? – perguntou.
- Sim, ainda. Mas e a Carol está tudo a correr bem? – perguntou – O concerto foi bom?
- Não sei… - riu-se, a verdade é que não tinha perguntado nada sobre o concerto, a conversa tinha descaído imediatamente para a saída e para o estado de Carolina que não tinha tido tempo.
- Não sabes? Credo mas quanto tempo é que vocês estiveram a falar? – perguntou.
- Não sei, que horas são? – perguntou.
- Quatro e meia. – respondeu olhando o telemóvel do irmão pousado entre as almofadas.
- Então uma hora e meia.
- Eish tanto tempo à conversa e não sabes como correu o concerto? – riu-se – Nem quero perguntar o que é que vocês fizeram!
- Nada do outro mundo, Bill! – disse-lhe – E agora dorme sim? Ou então deixa-me dormir a mim. - voltou a aninhar-se.
- Sim, sim… - Bill despiu-se até ficar somente em boxers e deitou-se na cama virado de costas para Tom - … cá sexo pelo telefone mas é… - riu-se interiormente, vindo daqueles dois tudo era possível. Tom riu-se denunciando-se. – Oh pois eu sabia! – riu-se novamente.
- Sabias o quê? – perguntou controlando-se.
- Nada, Tom agora dorme sim? Ou então deixa-me dormir a mim. – imitou-o.
- Parvo. – limitou-se a sussurrar antes de se deixar adormecer.
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