
Era mais uma cidade na Alemanha, era mais um concerto, era mais uma entrevista. Uma semana já tinha passado, só faltava outra. Mas tinha uma boa notícia: depois de estar ao telefone com Tom durante uns minutos à umas horas atrás descobriu que estaria já em Portugal quando o concerto e sessão de autógrafos programada dos Tokio Hotel para lá se desse.
O reencontro dar-se-ia em Portugal no seu último concerto em Lisboa. E o melhor? Estariam no mesmo Hotel.
Ela estava sentada na varanda de mais um Hotel de guitarra no colo, e mais uma vez deixava que os seus sentimentos fossem passados a letras e a sua alma a melodias.
- Carolina Edvard! – chamou Raquel.
- Diga! – chegou ao pé dela.
- Pronta para arrasar? – perguntou.
- Começas a enervar-me. – disse levando uma mão à testa – Porque raio me fazes sempre essa pergunta?
- Olha sei lá. É bonito! – encolheu os ombros.
- Ah páh, és doida tu! – riu-se e passou à sua frente de modo a ter acesso ao backstage. Iria entrar mais uma vez em palco e pela última na Alemanha. No dia seguinte partiria em direcção a Portugal onde faria mais 3 concertos.
(…)
- Preciso de um banho! – Carolina estava estafada depois da viagem de autocarro que havia feito entre Alemanha e Portugal. Parecia que tinham passado séculos para que a viagem terminasse!
- Força! Tens aí o cartão do quarto por isso serve-te! – sorriu-lhe Raquel passando-lhe para a mão o cartão que houvera anteriormente levantado na recepção do requintado Hotel no Porto.
Era bom voltar a Portugal, voltar a sentir aquele cheiro característico da paisagem portuguesa… era bom voltar um pouco às origens.
Pousou a mala, que sempre a acompanhava, sobre a cama e chegou-se à janela olhando o pôr do sol. Aquilo era lindo. Tinha que fazer uma nota mental e subir ao telhado daquele Hotel com uma das suas guitarras… de certeza que a paisagem a inspiraria. Dirigiu-se à casa de banho e tomou o tão esperado banho.
O concerto no Porto tinha marcado muito. A euforia com que saltavam e com que cantavam era brutal. Tinha mesmo que concordar quando diziam que Portugal era um dos povos mais emotivos de todo o mundo, e como se isso não bastasse as suas origens estavam naquele país e isso enchia-lhe o coração.
(…)
Não podia acreditar! Não podia! “Tiago?! Mas que raio estaria ele ali a fazer?” perguntou-se Carolina. Estava em plena Lisboa, em pleno palco quando ao olhar para o público descobre aquela figura. Há séculos que não via tal pessoa, e muito sinceramente nem queria voltar a ver, mas que raio ele tinha ido ali fazer? Foi mesmo procurá-la? Foi porque lhe apeteceu? Porque o convidaram e ele decidiu ir a ver se engatava mais raparigas? Todos os pensamentos possíveis lhe passaram pela cabeça, no então continuou na sua e na sua boa disposição, afinal os seus fãs não tinham nada que levar com os problemas do seu passado.
- Carol? – o seu segurança chegou-se ao backstage depois do concerto e anunciou que alguém queria falar com ela. – Queres que deixe entrar? – perguntou.
- É rapaz?
- É.
- Disse o nome?
- Não.
- Ai credo. – Carol suspirou. – Como vem vestido?
- T-shirt vermelha e calças… - foi interrompido por uma figura masculina a entrar de rompante na sala.
- … pretas, calças pretas. – Tiago terminou a descrição.
- Não pode estar aqui! – o segurança agarrou-o.
- Espera. Deixa-o. – Carolina falou levantando-se da cadeira em que se tinha sentado depois de trocar de ténis. O segurança saiu mantendo-se à porta caso algo acontecesse. – Que é que aqui vieste fazer? – perguntou.
- Vim ver-te, há anos que não te via rapariga… estás gira!
- Estou gira mas não é para o teu bico com certeza! – retribuiu. – Tiveste a tua vez, Tiago.
- Também não disse que era para mim… afinal andas lá com o puto dos Tokio Hotel… aqueles gays não é? – riu-se na cara dela. Adorava gozar com as pessoas, adorava sentir-se superior, e adorava em muito provocar Carolina. Desde que a conheceu que conseguiu perceber que ela podia ser muito influenciável. Mas Tiago enganava-se. Tiago conheceu a Carolina até a altura de ele a deixar, depois disso essa Carolina mais meiga, menos na defensiva tornou-se completamente o contrário… e ele tivera sido a causa.
- Ando com ele sim, e olha se é gay não sei mas tem muito melhor sexo que tu! – limitou-se a responder arrumando a sua mala virando costas a Tiago que descaiu o queixo com tal resposta. Onde estava a Carol que ele conhecia?
- Duvido. – respondeu. – Ninguém é melhor que eu!
- Nisso enganas-te meu caro! Ele é muito melhor que tu… Ah! E já andei com outros que também eram melhores. Tenho pena das gajas que já comeste depois de mim…
- Não tenhas, amor não tenhas! Não vale a pena. – sorriu-lhe. Um sorriso sujo e altamente engatatão.
- Tu é que não vales a pena, amor. – reforçou a palavra. – Por isso podes sair se fizeres o favor que eu não vou ter nada contigo.
- Também não disse que era para teres… apenas achei graça tornares-te assim tão repentinamente conhecida… com tantos fãs. Acredito que o teu corpo seja uma das razões… - riu-se mirando Carolina de alto a baixo. – Estás boa, miúda. – aproximou-se dela e Carol recuou repentinamente. – Não tenhas medo de mim… - chegou-se mais. Desta vez também Carol se chegou a ele e roçou o seu nariz no dele dando a parecer que o ia beijar. Como tal Tiago fechou os olhos.
- Eu não tenho medo de ti… - sussurrou - … cabrão! – elevou a voz e bruscamente o joelho enterrando-o nas partes íntimas de Tiago. – Ah! – levou uma mão à boca em sinal de espanto irónico ao vê-lo curvado no chão agarrado aos testículos. – Foi sem querer! – ironizou mais uma vez. Riu-se e chamou Stay, o seu segurança. – Leva-o daqui se faz favor! – sorriu.
- Credo que é que tu fizeste ao rapaz? – perguntou olhando Tiago deitado no chão.
- Um ajuste de contas nada mais!
- Ajuste de contas? – Tiago gemeu – Vai à merda, caralho!! – Stay levou-o de novo para fora da sala e consequentemente para fora do recinto.
(…)
**
- Eh lá bem disposta? – perguntou Tom ao atender o telefonema da namorada.
- Yup! Depois do que fiz hoje, man já o queria fazer à anos!! – disse Carolina. Estava sentada numa cadeira do quarto de Hotel onde estava.
- Então? O concerto foi bom é?
- Também.
- Ai conta!! Estás a deixar-me curioso! – disse Tom. Carol riu-se.
- O Tiago… - começou.
- O que é que aconteceu? – perguntou preocupado, afinal sabia de todos os pormenores do passado de Carol com ele.
- Ele estava no concerto. Por acaso tinha-o visto, e depois do concerto ele veio ter comigo ao backstage e meteu conversa. Ele começou a dizer que eu estava gira e não sei quê… - Tom quase rosnava! - … e no meio disso tudo cravei-lhe bem fundo o joelho nas partes íntimas! – disse vitoriosamente. Tom suspirou. – Calma, não precisas de ficar assim… - falou carinhosamente - … sabes que podes confiar em mim.
- E sei Carol, mas é difícil não ficar minimamente preocupado contigo!
- Eu compreendo-te, mas pensa… o rapaz ficou a gemer no chão agarrado aos tomates e quase nem se mexia! – riu-se. Tom encolheu-se na cama.
- Tenho que ter cuidado contigo! És muito perigosa! – Carol sorriu.
- Não com os teus… sabes que gosto muito deles, Tommy, não iria fazer nada aos teus ricos testículos! – riu-se e Tom acompanhou-a.
- Sim, senão depois deixavas-me impotente e depois puff! – riu.
- Tu nunca serás impotente! Não irias sobreviver sem sexo Tom!
- Isso faz-me lembrar coisas… - disse mais baixo que o tom em que falara anteriormente e o tom de brincadeira não estava presente.
- Em quê? – perguntou num sussurro.
- Tenho saudades de fazer amor contigo. Tenho saudades de sentir o teu corpo sobre o meu, de te sentir tocar-me, beijar-me. Tenho saudades de adormecer com o teu corpo colado ao meu. Tenho saudades de acordar com o teu espreguiçar. Tenho saudades dos nossos momentos loucos, dos momentos parvos, das nossas tolas discussões… tenho saudades tuas Carolina. – Tom falou tão sinceramente que as saudades que Carol também tinha dele triplicaram, parecia que sentia as saudades dele por si abaterem-se sobre o seu corpo.
- Eu também tenho saudades tuas, Tom, muitas, muitas mesmo, mas pensa… - interrompeu-se calando uma lágrima - … faltam dois dias. Dois dias apenas e vamos voltar a ver-nos. Vais voltar a puder tocar-me, beijar-me, fazer amor comigo… voltar a dormir comigo e voltar a sentir-me em ti. Mas ouve… estou sempre contigo para onde quer que vás. E sabes porquê? Porque para além de me desejares fisicamente desejas-me emocionalmente e isso, isso está sempre contigo… afinal tens o meu coração.
- E tu tens o meu. – inspirou fundo. Carolina dizia-lhe tanto. Conseguia acalmá-lo quando mais ninguém conseguia fazê-lo e cada vez que a ouvia falar assim daquele tipo de sentimentos, que ela houvera um dia perdido e os reencontrara consigo, soava-lhe à melhor coisa do mundo.
[Flashback]
- Tom… - Carolina chamou observando Tom tocar algo na guitarra. Estavam num dos muitos quartos de Hotel pelos quais passaram durante a Tour em que Carolina tivera aberto os concertos dos Tokio Hotel.
- Sim? – Tom parou de emitir qualquer som na guitarra e desviou o olhar até ao dela.
- Alguma vez tiveste o coração de alguém? – perguntou pensativa.
- Han? Como assim? Literal ou figuradamente?
- Figuradamente, totó! Achas que ias ter o coração real emoldurado numa caixinha de vidro não? – Tom riu-se. – E conservado em âmbar já agora!
- Mas porquê essa pergunta? – perguntou sem perceber.
- Queria dar-te uma coisa… - começou. Tom olhou-a atentamente pousando a guitarra ao lado do banco em que estava sentado. - … e queria saber se tinhas experiência!
- Eu hoje devo estar muito burro! – riu-se. – Não vejo onde queres chegar!
- Estás mesmo burro! – Carolina riu-se com ele. – Anda cá. – Tom sentou-se ao lado dela na cama e Carol pousou a sua cabeça no peito de Tom desenhando um coração sobre o lado esquerdo do peito de Tom: sobre o seu coração.
- Queres dar-me o teu coração, borboleta? – sussurrou beijando o topo da cabeça da rapariga desvendando o que ela pensava.
- Quero. – olhou-o – E quero que trates bem dele… já sofreu demasiado. – disse.
- Prometo. – beijou os lábios da rapariga leve e suavemente. Carol sorriu. – Então quero uma coisa…
- O quê?
- … que fiques com o meu, e o ensines a não bater tanto cada vez que te toco! - sorriu. Carolina soltou uma leve gargalhada. Tom conseguia levar um assunto sério e carinhoso com outro olhar, olhar esse que Carolina adorava colocar nas coisas. Ele era igual a ela e apenas esse pensamento fazia-a sentir-se completa.
- Ok, vou tentar então. – chegou o corpo para cima e beijou os lábios de Tom em forma de desejo. Precisava dele. Queria-o.
[Fim flashback]
- Dois dias parece muito tempo. – disse Tom.
- Vai passar rápido. Já aguentámos tanto tempo… não hão-de ser dois dias.
- Ai esse teu lado optimista fascina-me! – riu-se.
- Oh, tu é que és extremamente pessimista! – refilou.
- Pois sim! – riu novamente – Mas tu não te queixas!
- E quem disse que tinha razões para me queixar?
- Por isso mesmo. – disse.
- Tenho uma coisa para te mostrar! – Carolina colocou o telemóvel em alta voz e não respondeu ao “O quê?” de Tom. Pegou na guitarra e deixou que a melodia que houvera composto à umas noites atrás surgisse como que por magia.
“I was born to tell you I love you
And I am torn to do what I have to, to make you mine
Stay with me tonight
Stripped and polished, I am new, I am fresh
I am feeling so ambitious, you and me, flesh to flesh
Cause every breath that you will take
When you are sitting next to me
Will bring life into my deepest hopes, what's your fantasy?”
- Compuseste isso a pensar em mim? – perguntou Tom com um sorriso. Ficava parvo cada vez que ela lhe fazia este tipo de coisas. A única coisa que neste momento queria fazer era abraçá-la e beijá-la até perder o fôlego, mas como isso não era possível limitava-se a ouvir a sua voz responder às suas fantasias.
- Não totó foi a pensar no vizinho!! – Tom riu-se e continuou conversa noite dentro, se havia coisa que gostava era de a ouvir falar, ou simplesmente sentir que estava com ela em alguma parte das linhas telefónicas imaginárias que ligavam os dois aparelhos topo de gama. Se havia coisa que gostasse de fazer no mundo, era amá-la.
**
O reencontro dar-se-ia em Portugal no seu último concerto em Lisboa. E o melhor? Estariam no mesmo Hotel.
Ela estava sentada na varanda de mais um Hotel de guitarra no colo, e mais uma vez deixava que os seus sentimentos fossem passados a letras e a sua alma a melodias.
- Carolina Edvard! – chamou Raquel.
- Diga! – chegou ao pé dela.
- Pronta para arrasar? – perguntou.
- Começas a enervar-me. – disse levando uma mão à testa – Porque raio me fazes sempre essa pergunta?
- Olha sei lá. É bonito! – encolheu os ombros.
- Ah páh, és doida tu! – riu-se e passou à sua frente de modo a ter acesso ao backstage. Iria entrar mais uma vez em palco e pela última na Alemanha. No dia seguinte partiria em direcção a Portugal onde faria mais 3 concertos.
(…)
- Preciso de um banho! – Carolina estava estafada depois da viagem de autocarro que havia feito entre Alemanha e Portugal. Parecia que tinham passado séculos para que a viagem terminasse!
- Força! Tens aí o cartão do quarto por isso serve-te! – sorriu-lhe Raquel passando-lhe para a mão o cartão que houvera anteriormente levantado na recepção do requintado Hotel no Porto.
Era bom voltar a Portugal, voltar a sentir aquele cheiro característico da paisagem portuguesa… era bom voltar um pouco às origens.
Pousou a mala, que sempre a acompanhava, sobre a cama e chegou-se à janela olhando o pôr do sol. Aquilo era lindo. Tinha que fazer uma nota mental e subir ao telhado daquele Hotel com uma das suas guitarras… de certeza que a paisagem a inspiraria. Dirigiu-se à casa de banho e tomou o tão esperado banho.
O concerto no Porto tinha marcado muito. A euforia com que saltavam e com que cantavam era brutal. Tinha mesmo que concordar quando diziam que Portugal era um dos povos mais emotivos de todo o mundo, e como se isso não bastasse as suas origens estavam naquele país e isso enchia-lhe o coração.
(…)
Não podia acreditar! Não podia! “Tiago?! Mas que raio estaria ele ali a fazer?” perguntou-se Carolina. Estava em plena Lisboa, em pleno palco quando ao olhar para o público descobre aquela figura. Há séculos que não via tal pessoa, e muito sinceramente nem queria voltar a ver, mas que raio ele tinha ido ali fazer? Foi mesmo procurá-la? Foi porque lhe apeteceu? Porque o convidaram e ele decidiu ir a ver se engatava mais raparigas? Todos os pensamentos possíveis lhe passaram pela cabeça, no então continuou na sua e na sua boa disposição, afinal os seus fãs não tinham nada que levar com os problemas do seu passado.
- Carol? – o seu segurança chegou-se ao backstage depois do concerto e anunciou que alguém queria falar com ela. – Queres que deixe entrar? – perguntou.
- É rapaz?
- É.
- Disse o nome?
- Não.
- Ai credo. – Carol suspirou. – Como vem vestido?
- T-shirt vermelha e calças… - foi interrompido por uma figura masculina a entrar de rompante na sala.
- … pretas, calças pretas. – Tiago terminou a descrição.
- Não pode estar aqui! – o segurança agarrou-o.
- Espera. Deixa-o. – Carolina falou levantando-se da cadeira em que se tinha sentado depois de trocar de ténis. O segurança saiu mantendo-se à porta caso algo acontecesse. – Que é que aqui vieste fazer? – perguntou.
- Vim ver-te, há anos que não te via rapariga… estás gira!
- Estou gira mas não é para o teu bico com certeza! – retribuiu. – Tiveste a tua vez, Tiago.
- Também não disse que era para mim… afinal andas lá com o puto dos Tokio Hotel… aqueles gays não é? – riu-se na cara dela. Adorava gozar com as pessoas, adorava sentir-se superior, e adorava em muito provocar Carolina. Desde que a conheceu que conseguiu perceber que ela podia ser muito influenciável. Mas Tiago enganava-se. Tiago conheceu a Carolina até a altura de ele a deixar, depois disso essa Carolina mais meiga, menos na defensiva tornou-se completamente o contrário… e ele tivera sido a causa.
- Ando com ele sim, e olha se é gay não sei mas tem muito melhor sexo que tu! – limitou-se a responder arrumando a sua mala virando costas a Tiago que descaiu o queixo com tal resposta. Onde estava a Carol que ele conhecia?
- Duvido. – respondeu. – Ninguém é melhor que eu!
- Nisso enganas-te meu caro! Ele é muito melhor que tu… Ah! E já andei com outros que também eram melhores. Tenho pena das gajas que já comeste depois de mim…
- Não tenhas, amor não tenhas! Não vale a pena. – sorriu-lhe. Um sorriso sujo e altamente engatatão.
- Tu é que não vales a pena, amor. – reforçou a palavra. – Por isso podes sair se fizeres o favor que eu não vou ter nada contigo.
- Também não disse que era para teres… apenas achei graça tornares-te assim tão repentinamente conhecida… com tantos fãs. Acredito que o teu corpo seja uma das razões… - riu-se mirando Carolina de alto a baixo. – Estás boa, miúda. – aproximou-se dela e Carol recuou repentinamente. – Não tenhas medo de mim… - chegou-se mais. Desta vez também Carol se chegou a ele e roçou o seu nariz no dele dando a parecer que o ia beijar. Como tal Tiago fechou os olhos.
- Eu não tenho medo de ti… - sussurrou - … cabrão! – elevou a voz e bruscamente o joelho enterrando-o nas partes íntimas de Tiago. – Ah! – levou uma mão à boca em sinal de espanto irónico ao vê-lo curvado no chão agarrado aos testículos. – Foi sem querer! – ironizou mais uma vez. Riu-se e chamou Stay, o seu segurança. – Leva-o daqui se faz favor! – sorriu.
- Credo que é que tu fizeste ao rapaz? – perguntou olhando Tiago deitado no chão.
- Um ajuste de contas nada mais!
- Ajuste de contas? – Tiago gemeu – Vai à merda, caralho!! – Stay levou-o de novo para fora da sala e consequentemente para fora do recinto.
(…)
**
- Eh lá bem disposta? – perguntou Tom ao atender o telefonema da namorada.
- Yup! Depois do que fiz hoje, man já o queria fazer à anos!! – disse Carolina. Estava sentada numa cadeira do quarto de Hotel onde estava.
- Então? O concerto foi bom é?
- Também.
- Ai conta!! Estás a deixar-me curioso! – disse Tom. Carol riu-se.
- O Tiago… - começou.
- O que é que aconteceu? – perguntou preocupado, afinal sabia de todos os pormenores do passado de Carol com ele.
- Ele estava no concerto. Por acaso tinha-o visto, e depois do concerto ele veio ter comigo ao backstage e meteu conversa. Ele começou a dizer que eu estava gira e não sei quê… - Tom quase rosnava! - … e no meio disso tudo cravei-lhe bem fundo o joelho nas partes íntimas! – disse vitoriosamente. Tom suspirou. – Calma, não precisas de ficar assim… - falou carinhosamente - … sabes que podes confiar em mim.
- E sei Carol, mas é difícil não ficar minimamente preocupado contigo!
- Eu compreendo-te, mas pensa… o rapaz ficou a gemer no chão agarrado aos tomates e quase nem se mexia! – riu-se. Tom encolheu-se na cama.
- Tenho que ter cuidado contigo! És muito perigosa! – Carol sorriu.
- Não com os teus… sabes que gosto muito deles, Tommy, não iria fazer nada aos teus ricos testículos! – riu-se e Tom acompanhou-a.
- Sim, senão depois deixavas-me impotente e depois puff! – riu.
- Tu nunca serás impotente! Não irias sobreviver sem sexo Tom!
- Isso faz-me lembrar coisas… - disse mais baixo que o tom em que falara anteriormente e o tom de brincadeira não estava presente.
- Em quê? – perguntou num sussurro.
- Tenho saudades de fazer amor contigo. Tenho saudades de sentir o teu corpo sobre o meu, de te sentir tocar-me, beijar-me. Tenho saudades de adormecer com o teu corpo colado ao meu. Tenho saudades de acordar com o teu espreguiçar. Tenho saudades dos nossos momentos loucos, dos momentos parvos, das nossas tolas discussões… tenho saudades tuas Carolina. – Tom falou tão sinceramente que as saudades que Carol também tinha dele triplicaram, parecia que sentia as saudades dele por si abaterem-se sobre o seu corpo.
- Eu também tenho saudades tuas, Tom, muitas, muitas mesmo, mas pensa… - interrompeu-se calando uma lágrima - … faltam dois dias. Dois dias apenas e vamos voltar a ver-nos. Vais voltar a puder tocar-me, beijar-me, fazer amor comigo… voltar a dormir comigo e voltar a sentir-me em ti. Mas ouve… estou sempre contigo para onde quer que vás. E sabes porquê? Porque para além de me desejares fisicamente desejas-me emocionalmente e isso, isso está sempre contigo… afinal tens o meu coração.
- E tu tens o meu. – inspirou fundo. Carolina dizia-lhe tanto. Conseguia acalmá-lo quando mais ninguém conseguia fazê-lo e cada vez que a ouvia falar assim daquele tipo de sentimentos, que ela houvera um dia perdido e os reencontrara consigo, soava-lhe à melhor coisa do mundo.
[Flashback]
- Tom… - Carolina chamou observando Tom tocar algo na guitarra. Estavam num dos muitos quartos de Hotel pelos quais passaram durante a Tour em que Carolina tivera aberto os concertos dos Tokio Hotel.
- Sim? – Tom parou de emitir qualquer som na guitarra e desviou o olhar até ao dela.
- Alguma vez tiveste o coração de alguém? – perguntou pensativa.
- Han? Como assim? Literal ou figuradamente?
- Figuradamente, totó! Achas que ias ter o coração real emoldurado numa caixinha de vidro não? – Tom riu-se. – E conservado em âmbar já agora!
- Mas porquê essa pergunta? – perguntou sem perceber.
- Queria dar-te uma coisa… - começou. Tom olhou-a atentamente pousando a guitarra ao lado do banco em que estava sentado. - … e queria saber se tinhas experiência!
- Eu hoje devo estar muito burro! – riu-se. – Não vejo onde queres chegar!
- Estás mesmo burro! – Carolina riu-se com ele. – Anda cá. – Tom sentou-se ao lado dela na cama e Carol pousou a sua cabeça no peito de Tom desenhando um coração sobre o lado esquerdo do peito de Tom: sobre o seu coração.
- Queres dar-me o teu coração, borboleta? – sussurrou beijando o topo da cabeça da rapariga desvendando o que ela pensava.
- Quero. – olhou-o – E quero que trates bem dele… já sofreu demasiado. – disse.
- Prometo. – beijou os lábios da rapariga leve e suavemente. Carol sorriu. – Então quero uma coisa…
- O quê?
- … que fiques com o meu, e o ensines a não bater tanto cada vez que te toco! - sorriu. Carolina soltou uma leve gargalhada. Tom conseguia levar um assunto sério e carinhoso com outro olhar, olhar esse que Carolina adorava colocar nas coisas. Ele era igual a ela e apenas esse pensamento fazia-a sentir-se completa.
- Ok, vou tentar então. – chegou o corpo para cima e beijou os lábios de Tom em forma de desejo. Precisava dele. Queria-o.
[Fim flashback]
- Dois dias parece muito tempo. – disse Tom.
- Vai passar rápido. Já aguentámos tanto tempo… não hão-de ser dois dias.
- Ai esse teu lado optimista fascina-me! – riu-se.
- Oh, tu é que és extremamente pessimista! – refilou.
- Pois sim! – riu novamente – Mas tu não te queixas!
- E quem disse que tinha razões para me queixar?
- Por isso mesmo. – disse.
- Tenho uma coisa para te mostrar! – Carolina colocou o telemóvel em alta voz e não respondeu ao “O quê?” de Tom. Pegou na guitarra e deixou que a melodia que houvera composto à umas noites atrás surgisse como que por magia.
“I was born to tell you I love you
And I am torn to do what I have to, to make you mine
Stay with me tonight
Stripped and polished, I am new, I am fresh
I am feeling so ambitious, you and me, flesh to flesh
Cause every breath that you will take
When you are sitting next to me
Will bring life into my deepest hopes, what's your fantasy?”
- Compuseste isso a pensar em mim? – perguntou Tom com um sorriso. Ficava parvo cada vez que ela lhe fazia este tipo de coisas. A única coisa que neste momento queria fazer era abraçá-la e beijá-la até perder o fôlego, mas como isso não era possível limitava-se a ouvir a sua voz responder às suas fantasias.
- Não totó foi a pensar no vizinho!! – Tom riu-se e continuou conversa noite dentro, se havia coisa que gostava era de a ouvir falar, ou simplesmente sentir que estava com ela em alguma parte das linhas telefónicas imaginárias que ligavam os dois aparelhos topo de gama. Se havia coisa que gostasse de fazer no mundo, era amá-la.
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