
Melanie entrou no TourBus e encontrou Tom e Bill sentados na cozinha. As suas caras deixavam muito a desejar e ela sentia que alguma coisa de grave tinha acontecido.
- Que se passa com vocês? – perguntou docemente. Bill levantou a cara que mantinha pendida para a mesa e olhou-a. Melanie reparou que pela sua face escorriam lágrimas negras, fruto da maquilhagem escura que ele usava. – Bill estás bem? – sentou-se ao lado dele e colocou-lhe uma mão nas costas em forma de apoio.
- O Andreas… - soluçou, chorava agora mais facilmente.
- É o vosso melhor amigo não é? – perguntou.
- Sim. – respondeu olhando a rapariga.
- O que é que ele tem? – olhou Tom que mantinha a cabeça sobre os braços deitados na mesa daquele compartimento.
- Está em coma no hospital. – suspirou Bill abraçando a rapariga e chorando no seu pescoço. Melanie arrepiou-se, falava diariamente com Joe e se de repente lhe dissessem que ele estaria em coma no hospital o seu estado seria bastante parecido ao dos gémeos, por isso talvez soubesse a dor pela qual eles passavam.
- Que lhe aconteceu? – perguntou fazendo festas no cabelo curto do rapaz que estava abraçado a si.
- Teve um acidente de carro com a namorada.
- E ela? – perguntou.
- Teve morte imediata. – soluçou e abraçou mais o corpo da rapariga.
- Lamento. – disse sinceramente.
- Não sabes o que é. – Tom levantara a cabeça e olhara severamente Melanie. Ela pôde comprovar que também Tom tinha os caminhos das lágrimas atrevidas que teimavam em cair pelo seu rosto moreno. O rapaz de ferro parecia estar agora a revelar-se.
- Acredita que sei. – disse-lhe deixando uma lágrima cair, abraçando mais Bill que continuava escondido no seu pescoço.
- Como? – levantou-se e olhando novamente o irmão e a rapariga subiu ao andar de cima. Melanie não teve tempo de lhe responder que esse como era por causa da mãe.
- Não vão vê-lo? – perguntou. Bill afastou-se dela e olhou-a.
- Temos a Tour, não pode ser do pé para a mão. – respondeu.
- Por amor de Deus, têm o vosso melhor amigo no hospital! Aquela gente toda não é vossa fã se não compreenderem! – disse olhando o rapaz que limpava as lágrimas. Ouviram passos entrar no Bus. Eram David, Gustav e Georg.
- Soubemos agora. – era David – Querem ir vê-lo? – perguntou a Bill.
- Claro que sim! – era Melanie que falava por ele – É muito mais importante que dois concertos ou três!
- Melanie não é bem assim, é custoso cancelar concertos assim! – explicou David.
- Nós fazemos os concertos. – disse Bill.
- Não! – Melanie não percebia. Mas o que era mais importante? Uma das pessoas que mais amavam no mundo ou 10 ou 20 mil pitas histéricas?!
- Mel…
- David não! Por amor de Deus vocês não têm coração?!
- Ela tem razão. – era Gustav.
- Sim, podemos cancelar apenas um concerto, o desta noite… - disse Georg apoiando.
- Eles depois têm quatro dias vagos, dá perfeitamente.
- Não é assim tão fácil, mas posso tratar disso. – disse David. – O Tom?
- Está lá em cima. – Bill levantou-se e voltou a limpar as lágrimas. – Vou ver dele. – subiu as escadas.
- Isto vai ficar feio… - sentou-se Gustav.
- Não é fácil ver assim um amigo. – comentou Melanie.
- O Bill está de rastos… - observou Georg.
- E o Tom está frio com toda esta situação. – Melanie especulou.
- É normal, ele não está habituado a este tipo de coisas, mas vai superar tudo, ele é um puto forte e consegue!
- Acredito que sim, mas faz-me impressão. – arrepiou-se. Podia não ir muito à bola com ele, mas aquela cara de desespero que lhe dirigiu antes de ir para o andar de cima do grande autocarro corroeu-a por dentro.
(…)
Melanie levantara-se mais uma vez às quatro da manhã e mantinha-se sentada na cozinha de garrafa de água na mão a olhar a televisão. Depois de se levantar e antes de se ali sentar, passou pelos quartos dos gémeos e ambos pareciam dormir calmamente, mas sentiu no quarto de Tom que algo não batia certo.
Sentiu alguém sentar-se na outra ponta do sofá algum tempo depois. Era Tom. Ela não disse nada deixou apenas que ele desse pela sua presença ali, mas quando o fez já a sua cara estava coberta de lágrimas grossas e que insistiam em cair.
- Não reparei que estavas aí. – limpou as lágrimas atabalhoadamente.
- Não escondas o choro, faz bem. – disse-lhe.
- Eu não sou pessoa de chorar. – respondeu.
- Eu também não era até aos 12 anos, depois disso foi-me impossível.
- Porquê? – sentou-se de lado e olhou a rapariga não conseguindo controlar as lágrimas, nunca tinha sentido algo tão doloroso no seu peito, parecia que o sufocavam e saber que aquilo era pelo seu melhor amigo deixava-o ainda mais preocupado. Melanie aproximou-se de Tom e com ambos os polegares limpou-lhe as lágrimas que escorriam. Tom fechou os olhos ao toque da rapariga e por incrível que pareça o seu coração aumentou de ritmo mas a sua dor diminuiu de tamanho.
- A minha mãe morreu quando eu tinha 12 anos… – disse. Tom abriu os olhos e encarou os dela de tão próximos que estavam, sim ele sabia que a mãe já tinha morrido ela disse-lhe no primeiro encontro.
- É difícil perder a mãe? – perguntou num murmúrio sentindo uma nova vaga de lágrimas chegarem aos seus olhos.
- … foi assassinada. – terminou a frase fechando os olhos e deixando que duas grandes lágrimas escorressem pela sua face, desta vez foi Tom que lhas limpou.
- Lamento. – disse. Melanie olhou-o e sentiu-o agora mais calmo.
- Precisas de dormir, amanhã vai ser um dia difícil.
- Não consigo dormir. – suspirou – Só tenho imagens dele e da maneira como nos divertíamos, não consigo imaginá-lo deitado numa cama de hospital completamente apático.
- Tenta não pensar nisso.
- Não consigo Melanie! – levantou-se bruscamente e andou para trás e para a frente na cozinha.
- Tu consegues! Não és só mais um puto estúpido que só se interessa por gajas, sexo e música! – sorriu-lhe. Tom soltou uma pequena gargalhada.
- Achas?
- Tenho a certeza. Quer dizer a certeza não tenho mas…
- … mas ver-me chorar… - ela interrompeu-o.
- Não é por ver as pessoas chorar que posso criar uma imagem delas… – Tom sentou-se ao lado dela.
- Então?
- Pode ser por um gesto, por um sorriso, por uma gargalhada, por uma frase, por uma atitude. – enumerou.
- E qual é a minha imagem aos teus olhos? – perguntou curioso. Conversar com ela estava a deixá-lo mais calmo.
- O teu verdadeiro coração. – sussurrou aproximando-se de Tom. Um impulso estranho no seu corpo queria beijá-lo, algo em si a estava a atrair para Tom, mas não sabia o quê!
Tom deixou-se levar pelo seu corpo e cortou a distância entre os lábios de ambos. Tocou-lhe ao de leve com o piercing e sentiu-a arrepiar-se. Roçou o seu nariz no dela e de olhos fechados encostou ambos os lábios beijando-os levemente. Aumentou a intensidade com que a beijava e introduziu, à sua permissão, a língua no interior da boca dela. Melanie deixou-se levar por Tom e deixou-se levar por aquilo que seria apenas um beijo.
- Desculpa. – Melanie afastou-se ao quebrar o beijo.
- Não tens que o fazer. – Tom sussurrou. Ela beijava bem.
- Vai dormir. – sentou-se melhor no sofá olhando novamente a televisão.
- Não vou conseguir.
- Já tentaste? – perguntou-lhe.
- Não. – encolheu os ombros.
- Então não sabes.
- Mas tu também dizes que não consegues dormir depois de acordares de um sonho! – remeteu.
- Oh sim, mas o meu pesadelo é diferente das tuas imagens. – disse.
- Porquê? – perguntou Tom docemente chegando-se mais a ela.
- Porque… - interrompeu-se, não não ia contar-lhe. – Vai dormir e esquece o mundo. – disse-lhe.
- Só se vieres comigo. – olhou-a. Afinal o seu toque tinha-lhe acalmado o espírito e aquela conversa tinha-lhe feito esquecer Andreas por minutos, talvez Melanie fosse a sua fonte de bem-estar naquele momento.
- Contigo? Na mesma cama que tu? – perguntou elevando uma sobrancelha.
- Sim. – encolheu os ombros.
- Vai-te curar! – riu-se e Tom sorriu, aquela gargalhada…
- Anda lá, senão eu não durmo!
- Mas e como é que sabes se eu dormir contigo consegues?!
- O teu toque acalma-me. – admitiu em voz baixa. Melanie sorriu, seria possível também lhe acontecer o mesmo a ela?
- Ok, ok. – olhou-o e sorriu-lhe – Experimentemos então. – Tom sorriu mas imediatamente a imagem do rapaz lhe voltou à vista deixando verter uma lágrima. – Mas não chores que me fazes confusão… - disse-lhe limpando-lhe a lágrima.
Subiram ao andar de cima em direcção ao quarto de Tom. “Mas que é que eu estou a fazer?” perguntou-se Melanie.
- Tom. – parou em frente à porta. - Não te estás a aproveitar da situação? – perguntou olhando-o.
- Porque é que achas isso? – perguntou limpando outra lágrima. “Que nervos pareço uma torneira!” refilou mentalmente antes de olhar Melanie novamente.
- Não sei, isto foi tão estranho… se calhar era melhor dormires sozinho.
- Eu não vou fazer nada se é isso que pensas.
- É estranho, porque primeiro fazes-me um desafio sobre sexo e agora queres que durma contigo. – disse ponderando.
- Eu sei. Se não queres estás à vontade… - entrou no quarto e ao mesmo tempo Melanie ouviu soluços, agora era Bill que chorava.
- Vou ver do teu irmão, tenta dormir eu já cá volto. – Tom suspirou, também Bill estava mal, e também Melanie o acalmara, aquela miúda tinha um poder estranho sobre eles.
- Bill… - sussurrou abrindo a porta do quarto dele. “Pareço mãe deles…” pensou inocentemente.
- Melanie… - ele chamou com as lágrimas nos olhos.
- Também não consegues dormir?
- Que fazes levantada? – limpou as lágrimas.
- O mesmo de sempre. – disse-lhe encolhendo os ombros. – Não dormes é?
- Acordei agora.
- Dorme, assim não pensas… - disse-lhe dando-lhe um beijo na testa, Bill era um excelente amigo.
- Sim, boa noite. – “Ele é mais fácil de descansar que o irmão.” Pensou e dirigiu-se novamente ao quarto de Tom, ouvindo lentamente o cessar dos soluços de Bill.
Abriu a porta e Tom estava virado de costas para si ofegando ligeiramente onde Melanie conseguia sentir que mais uma vez Tom chorava silenciosamente.
- Ainda não estás a dormir? – chegou-se ao pé dele e debruçou-se sobre a cama e consequentemente sobre Tom que se virou repentinamente ficando com os cabelos de Melanie sobre o seu rosto. Afastou-os ligeiramente e sussurrou com as forças que tinha:
- Que achas?
- Chega-te para lá. – ordenou. Não havia nada de mal em ajudar um amigo.
Tom obedeceu-lhe e Melanie deitou-se na cama virada para ele.
- Vira-te. – pediu Tom. Melanie elevou uma sobrancelha sem perceber. – Apenas vira-te. – pediu novamente e ela assim o fez. Tom agarrou-a pela cintura e pousou o queixo sobre o ombro da rapariga inalando o seu cheiro que lhe apaziguou o espírito.
- Agora dorme. – Mel pousou a sua mão sobre a dele que a enlaçava e também ela fechou os olhos, por instantes sentiu-se impelida em dormir depois de um pesadelo.
- Que se passa com vocês? – perguntou docemente. Bill levantou a cara que mantinha pendida para a mesa e olhou-a. Melanie reparou que pela sua face escorriam lágrimas negras, fruto da maquilhagem escura que ele usava. – Bill estás bem? – sentou-se ao lado dele e colocou-lhe uma mão nas costas em forma de apoio.
- O Andreas… - soluçou, chorava agora mais facilmente.
- É o vosso melhor amigo não é? – perguntou.
- Sim. – respondeu olhando a rapariga.
- O que é que ele tem? – olhou Tom que mantinha a cabeça sobre os braços deitados na mesa daquele compartimento.
- Está em coma no hospital. – suspirou Bill abraçando a rapariga e chorando no seu pescoço. Melanie arrepiou-se, falava diariamente com Joe e se de repente lhe dissessem que ele estaria em coma no hospital o seu estado seria bastante parecido ao dos gémeos, por isso talvez soubesse a dor pela qual eles passavam.
- Que lhe aconteceu? – perguntou fazendo festas no cabelo curto do rapaz que estava abraçado a si.
- Teve um acidente de carro com a namorada.
- E ela? – perguntou.
- Teve morte imediata. – soluçou e abraçou mais o corpo da rapariga.
- Lamento. – disse sinceramente.
- Não sabes o que é. – Tom levantara a cabeça e olhara severamente Melanie. Ela pôde comprovar que também Tom tinha os caminhos das lágrimas atrevidas que teimavam em cair pelo seu rosto moreno. O rapaz de ferro parecia estar agora a revelar-se.
- Acredita que sei. – disse-lhe deixando uma lágrima cair, abraçando mais Bill que continuava escondido no seu pescoço.
- Como? – levantou-se e olhando novamente o irmão e a rapariga subiu ao andar de cima. Melanie não teve tempo de lhe responder que esse como era por causa da mãe.
- Não vão vê-lo? – perguntou. Bill afastou-se dela e olhou-a.
- Temos a Tour, não pode ser do pé para a mão. – respondeu.
- Por amor de Deus, têm o vosso melhor amigo no hospital! Aquela gente toda não é vossa fã se não compreenderem! – disse olhando o rapaz que limpava as lágrimas. Ouviram passos entrar no Bus. Eram David, Gustav e Georg.
- Soubemos agora. – era David – Querem ir vê-lo? – perguntou a Bill.
- Claro que sim! – era Melanie que falava por ele – É muito mais importante que dois concertos ou três!
- Melanie não é bem assim, é custoso cancelar concertos assim! – explicou David.
- Nós fazemos os concertos. – disse Bill.
- Não! – Melanie não percebia. Mas o que era mais importante? Uma das pessoas que mais amavam no mundo ou 10 ou 20 mil pitas histéricas?!
- Mel…
- David não! Por amor de Deus vocês não têm coração?!
- Ela tem razão. – era Gustav.
- Sim, podemos cancelar apenas um concerto, o desta noite… - disse Georg apoiando.
- Eles depois têm quatro dias vagos, dá perfeitamente.
- Não é assim tão fácil, mas posso tratar disso. – disse David. – O Tom?
- Está lá em cima. – Bill levantou-se e voltou a limpar as lágrimas. – Vou ver dele. – subiu as escadas.
- Isto vai ficar feio… - sentou-se Gustav.
- Não é fácil ver assim um amigo. – comentou Melanie.
- O Bill está de rastos… - observou Georg.
- E o Tom está frio com toda esta situação. – Melanie especulou.
- É normal, ele não está habituado a este tipo de coisas, mas vai superar tudo, ele é um puto forte e consegue!
- Acredito que sim, mas faz-me impressão. – arrepiou-se. Podia não ir muito à bola com ele, mas aquela cara de desespero que lhe dirigiu antes de ir para o andar de cima do grande autocarro corroeu-a por dentro.
(…)
Melanie levantara-se mais uma vez às quatro da manhã e mantinha-se sentada na cozinha de garrafa de água na mão a olhar a televisão. Depois de se levantar e antes de se ali sentar, passou pelos quartos dos gémeos e ambos pareciam dormir calmamente, mas sentiu no quarto de Tom que algo não batia certo.
Sentiu alguém sentar-se na outra ponta do sofá algum tempo depois. Era Tom. Ela não disse nada deixou apenas que ele desse pela sua presença ali, mas quando o fez já a sua cara estava coberta de lágrimas grossas e que insistiam em cair.
- Não reparei que estavas aí. – limpou as lágrimas atabalhoadamente.
- Não escondas o choro, faz bem. – disse-lhe.
- Eu não sou pessoa de chorar. – respondeu.
- Eu também não era até aos 12 anos, depois disso foi-me impossível.
- Porquê? – sentou-se de lado e olhou a rapariga não conseguindo controlar as lágrimas, nunca tinha sentido algo tão doloroso no seu peito, parecia que o sufocavam e saber que aquilo era pelo seu melhor amigo deixava-o ainda mais preocupado. Melanie aproximou-se de Tom e com ambos os polegares limpou-lhe as lágrimas que escorriam. Tom fechou os olhos ao toque da rapariga e por incrível que pareça o seu coração aumentou de ritmo mas a sua dor diminuiu de tamanho.
- A minha mãe morreu quando eu tinha 12 anos… – disse. Tom abriu os olhos e encarou os dela de tão próximos que estavam, sim ele sabia que a mãe já tinha morrido ela disse-lhe no primeiro encontro.
- É difícil perder a mãe? – perguntou num murmúrio sentindo uma nova vaga de lágrimas chegarem aos seus olhos.
- … foi assassinada. – terminou a frase fechando os olhos e deixando que duas grandes lágrimas escorressem pela sua face, desta vez foi Tom que lhas limpou.
- Lamento. – disse. Melanie olhou-o e sentiu-o agora mais calmo.
- Precisas de dormir, amanhã vai ser um dia difícil.
- Não consigo dormir. – suspirou – Só tenho imagens dele e da maneira como nos divertíamos, não consigo imaginá-lo deitado numa cama de hospital completamente apático.
- Tenta não pensar nisso.
- Não consigo Melanie! – levantou-se bruscamente e andou para trás e para a frente na cozinha.
- Tu consegues! Não és só mais um puto estúpido que só se interessa por gajas, sexo e música! – sorriu-lhe. Tom soltou uma pequena gargalhada.
- Achas?
- Tenho a certeza. Quer dizer a certeza não tenho mas…
- … mas ver-me chorar… - ela interrompeu-o.
- Não é por ver as pessoas chorar que posso criar uma imagem delas… – Tom sentou-se ao lado dela.
- Então?
- Pode ser por um gesto, por um sorriso, por uma gargalhada, por uma frase, por uma atitude. – enumerou.
- E qual é a minha imagem aos teus olhos? – perguntou curioso. Conversar com ela estava a deixá-lo mais calmo.
- O teu verdadeiro coração. – sussurrou aproximando-se de Tom. Um impulso estranho no seu corpo queria beijá-lo, algo em si a estava a atrair para Tom, mas não sabia o quê!
Tom deixou-se levar pelo seu corpo e cortou a distância entre os lábios de ambos. Tocou-lhe ao de leve com o piercing e sentiu-a arrepiar-se. Roçou o seu nariz no dela e de olhos fechados encostou ambos os lábios beijando-os levemente. Aumentou a intensidade com que a beijava e introduziu, à sua permissão, a língua no interior da boca dela. Melanie deixou-se levar por Tom e deixou-se levar por aquilo que seria apenas um beijo.
- Desculpa. – Melanie afastou-se ao quebrar o beijo.
- Não tens que o fazer. – Tom sussurrou. Ela beijava bem.
- Vai dormir. – sentou-se melhor no sofá olhando novamente a televisão.
- Não vou conseguir.
- Já tentaste? – perguntou-lhe.
- Não. – encolheu os ombros.
- Então não sabes.
- Mas tu também dizes que não consegues dormir depois de acordares de um sonho! – remeteu.
- Oh sim, mas o meu pesadelo é diferente das tuas imagens. – disse.
- Porquê? – perguntou Tom docemente chegando-se mais a ela.
- Porque… - interrompeu-se, não não ia contar-lhe. – Vai dormir e esquece o mundo. – disse-lhe.
- Só se vieres comigo. – olhou-a. Afinal o seu toque tinha-lhe acalmado o espírito e aquela conversa tinha-lhe feito esquecer Andreas por minutos, talvez Melanie fosse a sua fonte de bem-estar naquele momento.
- Contigo? Na mesma cama que tu? – perguntou elevando uma sobrancelha.
- Sim. – encolheu os ombros.
- Vai-te curar! – riu-se e Tom sorriu, aquela gargalhada…
- Anda lá, senão eu não durmo!
- Mas e como é que sabes se eu dormir contigo consegues?!
- O teu toque acalma-me. – admitiu em voz baixa. Melanie sorriu, seria possível também lhe acontecer o mesmo a ela?
- Ok, ok. – olhou-o e sorriu-lhe – Experimentemos então. – Tom sorriu mas imediatamente a imagem do rapaz lhe voltou à vista deixando verter uma lágrima. – Mas não chores que me fazes confusão… - disse-lhe limpando-lhe a lágrima.
Subiram ao andar de cima em direcção ao quarto de Tom. “Mas que é que eu estou a fazer?” perguntou-se Melanie.
- Tom. – parou em frente à porta. - Não te estás a aproveitar da situação? – perguntou olhando-o.
- Porque é que achas isso? – perguntou limpando outra lágrima. “Que nervos pareço uma torneira!” refilou mentalmente antes de olhar Melanie novamente.
- Não sei, isto foi tão estranho… se calhar era melhor dormires sozinho.
- Eu não vou fazer nada se é isso que pensas.
- É estranho, porque primeiro fazes-me um desafio sobre sexo e agora queres que durma contigo. – disse ponderando.
- Eu sei. Se não queres estás à vontade… - entrou no quarto e ao mesmo tempo Melanie ouviu soluços, agora era Bill que chorava.
- Vou ver do teu irmão, tenta dormir eu já cá volto. – Tom suspirou, também Bill estava mal, e também Melanie o acalmara, aquela miúda tinha um poder estranho sobre eles.
- Bill… - sussurrou abrindo a porta do quarto dele. “Pareço mãe deles…” pensou inocentemente.
- Melanie… - ele chamou com as lágrimas nos olhos.
- Também não consegues dormir?
- Que fazes levantada? – limpou as lágrimas.
- O mesmo de sempre. – disse-lhe encolhendo os ombros. – Não dormes é?
- Acordei agora.
- Dorme, assim não pensas… - disse-lhe dando-lhe um beijo na testa, Bill era um excelente amigo.
- Sim, boa noite. – “Ele é mais fácil de descansar que o irmão.” Pensou e dirigiu-se novamente ao quarto de Tom, ouvindo lentamente o cessar dos soluços de Bill.
Abriu a porta e Tom estava virado de costas para si ofegando ligeiramente onde Melanie conseguia sentir que mais uma vez Tom chorava silenciosamente.
- Ainda não estás a dormir? – chegou-se ao pé dele e debruçou-se sobre a cama e consequentemente sobre Tom que se virou repentinamente ficando com os cabelos de Melanie sobre o seu rosto. Afastou-os ligeiramente e sussurrou com as forças que tinha:
- Que achas?
- Chega-te para lá. – ordenou. Não havia nada de mal em ajudar um amigo.
Tom obedeceu-lhe e Melanie deitou-se na cama virada para ele.
- Vira-te. – pediu Tom. Melanie elevou uma sobrancelha sem perceber. – Apenas vira-te. – pediu novamente e ela assim o fez. Tom agarrou-a pela cintura e pousou o queixo sobre o ombro da rapariga inalando o seu cheiro que lhe apaziguou o espírito.
- Agora dorme. – Mel pousou a sua mão sobre a dele que a enlaçava e também ela fechou os olhos, por instantes sentiu-se impelida em dormir depois de um pesadelo.
gostei mesmo deste capítulo :o mas aquilo do Andreas ;|
ResponderEliminareu acho que deveriam dar o concerto, profissionalismo acima de tudo, por muito que doa :'S
aii o Tom e a Melanie *.* e o Bill que também anda ali pelo meio :p