#9

Bill levantou-se e limpando os olhos dirigiu-se ao quarto do irmão. Queria saber como ele estava e saber se conseguira dormir. Se havia coisa que Tom não conseguia, era dormir depois de notícias chocantes, fossem elas boas ou más.
Não ouviu barulho mas decidiu bater na porta, bateu duas vezes e ao não ouvir nada, entrou. Deparou-se com Tom e outro corpo na mesma cama. Mas quem? Aproximou-se e reparou que esse vulto era Melanie. “Será que ele conseguiu alguma coisa?” perguntou-se. Se sim, até ficava feliz o irmão andava louco para a ter, mas se não porque raio é que estavam na mesma cama?
Encolheu os ombros e respirou fundo dirigindo-se ao andar de baixo onde David e os rapazes já o esperavam.
- Os outros dois? – perguntou David com cara de caso. Era um facto que cancelar um concerto assim do nada era realmente chato, logo a explicação era que um familiar próximo dos rapazes houvera sofrido um grave acidente e por sorte não tinha morrido, mas encontrava-se em coma.
- A dormir, os dois.
- A Mel ainda dorme? – perguntou estranhando, sabia que a sobrinha não conseguia dormir muito por causa dos pesadelos, mas era bom se essa situação estivesse a mudar.
- Sim com o Tom. – disse como se não fosse nada de mais.
- Certo. – disse David – E tu como é que… - interrompeu-se – Espera lá! O que é que tu disseste?
- Que a Melanie dormia com o Tom… - repetiu. – E não perguntes mais porque não sei de nada só descobri hoje de manhã. – sentou-se de cara entre as mãos na famosa mesa da cozinha.
- O Tom já conseguiu o que queria. – sussurrou Georg para Gustav.
- Ao que parece. – sorriu, aquele gajo não mudava.
- Mas? – David estava estúpido. “A Mel dormiu com o Tom?”

No quarto do andar de cima Melanie acordava.
- Wow, eu consegui dormir. – disse baixinho e espantada para consigo mesma.
- Hun? – Tom emitiu um som estranho com a garganta e mexeu-se. Melanie deixou-se ficar na sua até a mão de Tom deslizar da sua cintura até ao colchão. – Melanie? – procurou pelo nome dela.
- Estou aqui. – virou-se para ele e observou-o coçar os olhos e abri-los lentamente. – Dormiste bem?
- Acho que nunca tinha dormido tão bem na vida. – respondeu com a voz meia entaramelada do sono.
- Isso é por minha causa! – brincou.
- Acho que sim. – olhou-a pela primeira vez naquela manhã. Aquela rapariga era linda de qualquer maneira. Melanie não sabia o que lhe responder, estava encavacada e sem reacção, ter o corpo de Tom tão junto do seu nunca lhe tinha feito tanta confusão como agora. Tom reparou que ela não tinha reacção e aproximou-se dela depositando-lhe um beijo no canto dos lábios. – Obrigada, Mel. – murmurou docemente.
- De nada. – disse-lhe levantando-se da cama e saindo do quarto apenas na sua larga t-shirt que usava para dormir.

Dirigiu-se ao seu quarto e sentou-se na cama agarrada aos joelhos. Tom Kaulitz estava a ter efeito em si, começava a sentir-se atraída àquele corpo escultural que dormira abraçado ao seu esta noite, noite esta que também ela tivera conseguido dormir depois de ter um daqueles pesadelos horríveis do costume. Estava completamente intrigada com o que se passava naquela viagem pela Europa.

Tom vestiu-se e dirigiu-se ao andar de baixo. Para seu espanto depois de uma notícia destas estava bastante relaxado apesar de trazer um sorriso na cara era um sorriso triste e algo melancólico. Assim que viu Bill apercebeu-se de que ele estava muito pior e isso notava-se.
- Bom dia. – disse dando uma palmada amigável nas costas de Bill. – Dormiste?
- Sim, tu?
- Também.
- Mas não muito han? – era David.
- Não, por acaso até dormi entre as 3 e agora. – olhou o manager.
- Porque é que a Mel dormiu contigo? – perguntou directamente. Tom olhou os presentes, e descobriu pela cara do irmão que ele tinha visto e já tinha contado. Suspirou.
- Porque foi a única que me conseguiu acalmar depois disto tudo. – admitiu. Era verdade porquê esconder?
- Boas. – Melanie chegou ao compartimento. – Que foi? – estavam todos voltados para si.
- Nada. – Tom falou, o costume.
- Bem rapazes… – era David que deixou o assunto Melanie-Tom em stand by. – Vão apanhar o avião para a Alemanha e dentro de três dias regressam. Dá para verem como está o Andreas? – perguntou olhando os gémeos principalmente.

*

**
- Nem te passa pela cabeça! – Melanie falava com Joe.
- Conta!
- Dormi com o Tom. – atirou.
- O QUÊ?! Tu e o Kaulitz? – riu-se – A sério?
- Foi só dormir não aconteceu mais nada. – riu-se.
- Parva e eu a pensar que perdias mesmo a tua virgindade com ele! – Melanie nunca contara com as violações, para si ela era virgem e o seu íman mantinha-se intacto.
- Não, por causa da cena do melhor amigo e… - explicou-lhe tudo ao pormenor e com todos os mais ínfimos detalhes.
- Então vocês são bons um para o outro! – disse.
- Oh sim, para dormir. – suspirou.
- Não é bom… primeiro dormem e depois é algo mais…
- Acreditas se te disser que começo a desejá-lo como nunca houvera desejado um rapaz? – disse timidamente.
- Acredito, Tom Kaulitz tem os seus encantos. – respondeu. Melanie continuou nos desabafos tal como Joe até desligarem e se permitirem dormir alguma coisa.
**

(…)

- São familiares do menino Andreas? – perguntou um simpático médico chegando ao pé dos pais de Andreas e dos gémeos.
- Sim somos! – a mãe do rapaz agora moreno chegou-se à frente – Há novidades?
- Sim. – sorriu – Ele acordou e quer ver-vos! – a mãe de Andreas desfez-se em lágrimas ao não conseguir deixar de sentir aquele peso sobre o seu coração. Já Tom e Bill abraçaram-se entre si e também o peso do medo que habitava os seus corações desapareceu completamente. Estavam agora mais leves e com uma esperança seriamente elevada. Deixaram que os pais do melhor amigo entrassem primeiro e eles ficaram para último.

- Puto! – era Tom – Que cagaço que nos pregaste! Estás bem? – perguntou abraçando Andreas com dificuldade devido aos fios a que estava ligado.
- Estou sim, e não vejo o que fazem aqui! A Tour? – perguntou abraçando Bill.
- Cancelámos um concerto. – informaram.
- Parvos. – disse – Assim do nada?
- Oh meu ganda otário tu ainda és mais importante que o nosso trabalho! – respondeu Tom.
- Oh sim meu grandessíssimo estupor, mas não fui eu que dormi uma semana ao frio e à chuva à vossa espera. – Bill suspirou, Andreas de facto estava bem ou então aquelas picardias normais com Tom não existiriam.
- Oh pois sim, é verdade mas pá… - Tom calou-se.
- … és o melhor amigo e és importante. – sorriu Bill.
- Pronto ok, tiraste-o do buraco! – disse Andreas. Os três riram e continuaram conversa. Andreas contou-lhes que vira a namorada morrer nos seus braços e que essa imagem não era totalmente bonita, deixou uma lágrima cair e atrás delas vieram mais e mais, e a certa altura os soluços eram constantes. Era muito difícil perder alguém que se gostava tanto em meros segundos e, se nós lá estivermos e nos sentirmos impotentes é muito pior. – Eu desmaiei depois de deixar de sentir o coração dela, e… - interrompeu-se com o choro.
- Não fales mais. – Tom pousou-lhe uma mão no ombro e apoiou-o mentalmente tal como Bill fizera.
- Vocês têm que voltar. – limpou as lágrimas – As fãs matavam-vos se tal não acontecer. – sorriu, um sorriso fraco muito fraco, mas não deixava de ser um sorriso sincero de brincadeira que só os três conseguiam descodificar.
- E vamos voltar, mas sempre que pudermos vimos ver-te! – Bill disse.

- Já sabes que temos uma rapariga toda boa na Tour? – riu Tom.
- Eh lá! – Andreas animou-se esquecendo Emily, a namorada.
- Sim, e o Tom já dormiu com ela! – riu Bill.
- Claro, mas isso já se esperava, ela foi na tua cantiga sem jeito nenhum?
- Eu só dormi com ela, não tive mais nada. Só dormir sabes? Aquele fechar os olhos e babar? Sim? – Bill e Andreas riram-se “Fechar os olhos e babar?!” essa era nova.
- Atão e como? E porquê? – Tom explicou que tinha sido por causa de ele estar em baixo pelo Andreas e pouco mais, mas não deixou de sublinhar que Melanie também adormecera depois dos seus pesadelos.
- Que protector! – disse Bill.
- Oh.
- Atão mas ela tem pesadelos? – perguntou Andreas ajeitando o corpo dorido na cama.
- Sim, não sei do quê que nunca me quis contar, mas tem quase todas as noites, e depois não consegue adormecer. – explicou.
- Correcto, estás a evoluir óh máquina de sexo ambulante! – gozou Andreas.