20 dias depois...
- Isso mesmo que estás a pensar! Vais ser tu a apresentar a minha colecção de roupa interior feminina!
- Mas tu vais lançar uma linha de roupa interior feminina? – Silvie não tinha ideia nenhuma disso.
- Sim, está planeado um catálogo para sair dentro de dois meses íamos tirar as fotografias depois das minhas férias. – encolheu os ombros. – Tinha ideia que já to tinha dito quando mencionaste os teus desenhos… - pensou em voz alta.
- Espera aí! Tu estás a dizer que sou eu que vou fazer esse catálogo?! – perguntou só para tirar as dúvidas.
- Sim, nem que me mate para isso! Já que tu estás mesmo decidida a voltar à ribalta eu quero fazer parte disso! – sorriu-lhe e assistiu à rapariga correr para os seus braços.
- Obrigada!! – sussurrou emocionada ao seu ouvido abraçando Bill com toda a força que possuía no momento.
Tom sorriu perante a situação e Joe seguiu o mesmo caminho.
- Já agora posso pedir-te para ver o que é que tens feito? – perguntou Joe meio envergonhado.
- Claro! – sorriu-lhe ajeitando a camisa no corpo. – E obrigada. – olhou-o. – Obrigada pelo apoio ao longo dos anos. – piscou-lhe o olho. Era sempre importante ter alguém que suportasse o seu trabalho, fosse ele de que tipo fosse.
~
Tom estava sentado ao computador a actualizar-se online enquanto Silvie acabava de tomar banho. Iam jantar fora. Os quatro. Tom estava a fritar com as ideias e ideais que lhe passavam pela cabeça acerca daquele jantar.
- Demoras muito? – Tom berrou para o quarto farto de esperar por ela.
- Talvez! – ela berrou de volta ao sentir impaciência na voz dele. – Importas-te de relaxar? – ela perguntou quando chegou à sala 20 minutos depois ainda a calçar os sapatos.
- Eu estou relaxado. – disse não tirando os olhos do ecrã mordendo a ponta do polegar esquerdo.
- Nota-se, nem estás a roer as unhas nem nada! – ironizou com um sorriso.
- Oh, é estranho. – encolheu os ombros olhando-a. – Já estás?
- Já. – confirmou. – O que é que é estranho?
- Parece uma saída de casais em que o meu irmão leva um gajo! – refilou desligando o computador, levantando-se da cadeira em que estava sentado ajeitando a roupa.
- E pronto, voltámos ao mesmo! Eu a pensar que esta tarde as coisas tinham ficado assentes…! – pôs as mãos na cintura a olhar Tom como que repreendendo-o.
- E ficaram… - sim, até gostava do rapaz - … mas não é trad… - interrompeu-se.
- Tradicional? – ela riu-se. – Tu ias dizer tradicional?! – riu-se ainda mais.
- Qual é a graça disso? Não é mentira nenhuma! – cruzou os braços vendo-a agarrar-se ao estômago de tanto rir. Não percebia.
- Tom, a tua vida é tudo menos tradicional, tu és tudo menos tradicional não percebo porquê isso agora. É só mais uma maneira de implicar com o rapaz e picar o Bill?
- Uma coisa sou eu outra coisa são os outros! – refilou. – A minha vida não é para aqui chamada!
- Desculpa?! – ela olhou-o. – Não te julgava tão egoísta!
- Não é egoísmo…
- Pois não, tens razão, é mesmo estupidez. – virou-se para o espelho da sala e ajeitou a trança.
– Oh Tom, - encostou-se ao móvel e cruzou os braços – tu estás a falar a sério? O gajo das one night stands está revoltado pelo facto do amor do irmão não ser à moda antiga? – perguntava mais para si do que para ele - A sério, meu – bateu palmas – essa era a última que eu esperava ouvir de ti! Tradicional…
- Tens algum problema com o facto de eu ser o gajo das one night stands? – perguntou seriamente olhando-a.
- Não. – encolheu os ombros - Tu tens? – perguntou de volta.
- Não. – respondeu.
- Fixe, porque se estávamos em modos conservadores e achas que isto é um double date devias antes pensar que nós, ao contrário deles, não somos casal nenhum…
- Nós é como se já fossemos, a hipótese contrária nem se põe! – Tom falou tão rápido e sem pensar que só deu conta daquilo que disse depois de o proferir. “Merda!” Silvie olhou-o.
- Tens alguma coisa para me dizer, Tom? – perguntou ouvindo o telemóvel dele tocar no segundo seguinte.
- Telefone! – ele apontou o aparelho atabalhoadamente e atendeu-o dando graças ao irmão pela pontaria. – Vamos? Eles já estão à nossa espera! – saiu disparado porta fora. Em que é que estava a pensar?
Silvie seguiu-o não fazendo qualquer observação. No entanto e de certo modo até tinha gostado daquela observação por parte de Tom. Gostava de pensar que ele gostava dela dessa maneira, mas a reacção dele… o clima acabava de ficar pesado entre os dois.
Tinham ido jantar ao restaurante que já ficara seu costume depois de tanto tempo naquela ilha.
- Está tudo bem entre vocês? – perguntou Bill notando uma diferença no comportamento de Tom e Silvie. – Parecem esquisitos…
- Nós já somos esquisitos por natureza, Bill! – Silvie riu-se.
- Hum… - ele não comprou a resposta apenas trocou um olhar com Tom e ao que parecia ele tinha feito alguma coisa que não devia… ou não queria. – Sobremesa? – perguntou.
- Siiiiim! – Joe olhou a carta das sobremesas. – Acho que vou comer isto tudo!
[ … ]
- O que é que se passou? – Bill perguntou enquanto caminhava ao lado de Tom pela praia. Joe e Silvie tinham ficado para trás a conversar.
Tom olhou o irmão sem saber muito bem o que dizer. – Acho que fiz asneira…
- Pois, - Bill riu-se – isso eu também já tinha percebido. O que é que aconteceu entre vocês que tenha quebrado o clima? – perguntou, afinal durante todo o jantar mal dirigiram a palavra um ao outro e os olhares trocados não eram os cúmplices do costume.
Tom sentou-se na areia e Bill sentou-se ao seu lado.
- Eu acho que ela não gosta de mim da mesma maneira que eu gosto dela… - observou como uma criança quando descobre uma rejeição pela primeira vez.
Bill sorriu. – Fico feliz por admitires que gostas dela… - Tom soltou uma interjeição desagradada. - … mas porque é que dizes que ela não gosta de ti? – essa parte é que Bill não percebeu. Eles passavam a vida enrolados um com o outro, seria assim tão difícil os sentimentos transparecerem? – Não é óbvio?
- Porque eu hoje disse que no meu ver nós já éramos um casal e ela não achou muita piada… - olhou o irmão.
- E o que é que tu leste no olhar dela? O que é que te pareceu que ela sentiu? – perguntou tentando abrir-lhe os olhos.
- Nem a olhei nos olhos… - apercebeu-se. - … e também duvido-me que percebesse alguma coisa! – refilou.
- A mim percebes…
- Conheço-te há tantos anos quantos me lembro e és meu irmão gémeo se não percebesse era mau sinal! Agora a ela conheço-a há pouco mais de um mês, Bill…
- És tão novato nestas coisas do amor. – Bill riu-se.
- Oh. – cruzou os braços e amuou. – Conselhos?
Sorriu. – Olha-a nos olhos. – levantou-se.
- Grande conselho. – remordeu para si mesmo ao ver Silvie e Joe virem na direcção deles. Levantou-se e seguiu o irmão.
- E agora o que é que nós vamos fazer? – Silvie perguntou.
- Beber até cair? – Tom sugeriu. – Acho que estou a precisar.
- Por mim pode ser, vamos alegrar a noite! – Bill concordou batendo palmas. – E dançar e tal... Pode ser? – voltou-se para Silvie e Joe.
- Yup. – ambos concordaram, no entanto Silvie fazia tudo menos tenções de beber. Tinha demasiadas tendências para o dramatismo do seu passado quando bebia à séria.
Eu estou a gostar bastante da história. Gostava de ver o que sairá daqui. Espero que seja tão grande quanto a anterior.
ResponderEliminarObrigada, por ainda vires ler ;)
ResponderEliminarEu sei que sou chata por demorar tanto tempo a postar, mas encaminhar uma história deixou de ser tarefa fácil para mim, confesso xD Continuo a adorar escrever, mas epá, sofro de preguicite aguda. Por isso peço desculpa e agradeço ainda por aqui passares.
Quanto te referes à anterior... referes-te à história anterior? Não prometo que seja tããão grande quanto essa, mas prometo que será bom :D
beijinhos*