segunda-feira, 28 de dezembro de 2009

#11




- Carol… - chamou Tom reticente. David tinha-lhes comunicado que se tudo corresse bem a tour começaria dentro de 2 meses, e Tom queria que Carol o acompanhasse, mas será que ela aceitava?
- Diz… - disse Carolina distraidamente brincando com os dedos de Tom que estavam pousados sobre a sua barriga, visto estar deitada sobre Tom no sofá da sala do estúdio dos rapazes.
- A tour começa daqui a 2 meses…
- Sim e?
– perguntou.
- … e eu queria que tu viesses comigo! – desbobinou rapidamente.
- Contigo? Em tour? Porquê? – perguntou virando as atenções para Tom.
- Quero-te perto de mim, não quero interromper o teu processo de voltares a confiar no amor… - sorriu-lhe carinhosamente. Carol voltou a deitar a cabeça no peito de Tom, voltando a brincar com os seus dedos. Era uma verdade que Tom estava a ser impecável com ela, e Carol podia sentir que de facto aquilo que Tom dizia sentir por ela era verdadeiro, mas aquilo que ela sentia por ele ainda era muito fraco. Mas se se mantivesse com ele provavelmente cresceria e com mais força. Devia ir? – Vens?
- Não sei Tom. Eu quero ir mas…
- um sorriso formou-se nos lábios de Tom.
- Mas…?
- Mas eu tenho a loja. Não posso abandonar aquilo assim!
– disse virando-se ficando de barriga para baixo sobre Tom. Ele agarrou-a pela cintura.
- Mas também és dona daquilo podes tirar umas férias! – disse.
- Oh, sim, mas… a Ana?
- O Bill vai pedir-lhe para vir também, e pedir-lhe para nos ajudar com o palco e essas coisas assim…
- Então ela vai.
– disse com toda a certeza deitando a cabeça sobre o peito de Tom sentindo o seu coração acelerado. – Estás nervoso? – perguntou com um sorriso.
- Porque é que perguntas isso? – perguntou Tom estranhando a pergunta.
- Estás acelerado. – gozou beijando suavemente os lábios dele. Ele corou. – Ficas tão giro vermelho, Tommy!
- Não gozes!
– pediu fechando os olhos com força exibindo um sorriso envergonhado.
- Eu gosto quando coras… - murmurou Carol contra o pescoço de Tom, beijando-o. - …ficas querido. – disse escondendo a cara no pescoço do rapaz. Tom estremeceu. Estaria ela a admitir qualquer tipo de sentimento mais sério por si, ou apenas achava isso sexy? Não sabia, mas tinha receio de perguntar. Se fosse verdade Carol dizer-lhe-ia.
- Isso é bom? – decidiu abordar a pergunta de outra forma.
- É. – olhou-o nos olhos e captou-os bem. – Eu gosto de ti, Tom. – admitiu sentindo-se tremer. Tom abraçou-a mais protegendo-a.
- Eu também gosto de ti, Carol. – sorriu fechando o momento com um beijo, um beijo diferente, mais sentido, mais carregado com aquilo que sentia por ela, com aquilo que fazia o seu coração acelerar. Carol sorriu ao quebrar o beijo e voltou a apoiar a cabeça no peito do rapaz.

Bill entrou disparado na sala.
- Meninos! – berrou.
- Fodasse que me assustas-te! – refilou Carol sentando-se de repente no colo de Tom pondo uma mão no peito, onde podia sentir o seu coração bater demasiado depressa.
- Desculpa! – riu. Tom riu com ele ao reparar na reacção de Carolina.
- Mas o que é que foi mesmo? – perguntou Carol ajeitando-se melhor entre as pernas de Tom que permanecia deitado no sofá, nem se tinha mexido. “Este já está habituado aos sustos do Bill!” pensou.
- A Ana vai ajudar-nos no palco e se tu fores ela também vem na tour! – disse feliz. – Ah espera lá… - começou.
- Sim, Bill podes continuar feliz. Eu vou com vocês. – sorriu olhando ora Bill ora Tom que tinha um alargado sorriso nos lábios.
- Vai ser lindo! – disse Bill – Ah oh Carol…
- Diz…
Bill sentou-se na mesinha em frente a ela. – Eu estive a pensar e…
- Tu quando pensas não dá coisa boa!
– disse Tom. Carol riu.
- Ah que graça! -.- - protestou Bill.
- Mas o que é que foi? É alguma coisa para eu fazer durante a tour? Diz-me que sim que é para não morrer de tédio! – falou Carol.
- É mais ou menos isso sim… e tipo eu ainda só falei com o David sobre isto, ele precisa de te ver e ouvir para antes autorizar e afins mas…
- Que raio estás para aí a dizer?
– perguntou Carolina curiosa.
- Que gostava que pegasses na tua gibson e num microfone e abrisses os nossos concertos com as tuas letras! – disse sorridente. Bill sonhara com aquilo e sinceramente parecia-lhe uma boa aposta. Já tinha ouvido Carol e gostou porque não tentar que ela aceitasse?
- O quê?! – perguntaram Carol e Tom em uníssono descaindo os queixos.
- Verdade! – disse Bill – Não gostas da ideia? – perguntou.
- Eu acho brutal! Maninho estás a evoluir! – gozou Tom.
- Cala-te! – ordenou. – Mas Carol? És tu que contas… sim ou não? – perguntou olhando a rapariga ainda em literal estado de choque.
- Eu… eu… eu… - Carol levantou-se do colo de Tom e andava às voltas pela sala. – Mas tu tens certeza?! Eu nunca subi a um palco direito! Só uma vez num bar em Portugal, nada mais e foi porque me obrigaram mas… Bill! – Carolina mal raciocinava.
- Respira! – riu Tom chegando-se até ela beijando-lhe a testa. Carol agarrou-se a ele, pois estava a ver que mais um passo e caía redonda no chão.
- Calma, não preciso de uma resposta já! – sorriu Bill com a reacção dela. Estava entusiasmada acima de tudo, e isso era bom. Levantou-se.
- Eu nunca sonhei com isso, Bill! Não é um sonho meu fazer carreira na música. Nunca pensei sequer…
- A sério?
– perguntou.
- Sim. – sentou-se com Tom no sofá. – Eu uso a música como forma de expressão, não para ganhar algo com isso, não componho porque é giro, componho para desabafar. Acredita que desabafo tanto com o papel como com a Ana, isto senão mais! É estranho estares a pedir-me isso percebes?
- Sim, compreendo-te, se não quiseres eu percebo…
- disse com um sorriso, descansando a rapariga de cabelos amarelo e laranja.
- Tu queres não queres, miúda? – perguntou-lhe Tom pousando-lhe uma mão no joelho.
- Sim. – sorriu – Pela experiência… parece ser altamente bom! Poder sentir que nos dão ouvidos… - sorriu - …mas não sei, é muito peso. Vocês são bué importantes! – disse.
- Eish! Não há-de ser isso que te vai fazer recuar, cunhadinha! – gozou Bill.
- Não sei… não são todos que têm a oportunidade de abrir um concerto dos Tokio Hotel! E ainda por cima a solo! – Carol estava ainda tocada pelo pedido, mas sim iria aceitar, valeria a pena apostar num ramo que realmente a fascinava e que realmente a deixava com outro espírito e no seu verdadeiro mundo. – Mas fora isso tudo, eu aceito! – sorriu. Bill abraçou-se a ela e Tom beijou-a com a felicidade a percorrer-lhe as veias.
- Vou falar com o David e com o resto dos rapazes, prepara-te pois vais arrombar o estúdio ok?
- Ok!
– riram.
- Vai ser bom… - confessou Tom.
- Esperemos que sim. – suspirou Carol sentando-se ao lado dele.
- Claro que sim! E começa a pensar na música que vais tocar!
- Eu tenho uma ideia, uma nova melodia, uma inspiração, uma letra semi-nova…
- disse misteriosamente. Tom olhou-a curioso.
- Qual?
- Isso agoooooraa!
– riu beijando os lábios do rapaz. Tom riu e passou a sua mão pelo antebraço de Carol. Sentiu qualquer coisa.
- Que é isto? – perguntou.
- O quê? – Carol endireitou-se e Tom pôde observar os cortes.
- Continuas a mutilar-te? – inquiriu.
- Ai não refiles! – disse levantando-se.
- Mas isso faz-te mal!
- Tom!
- Mas…
- Chega!
– pediu interrompendo-o. – Achas que é fácil parar assim de um momento para o outro?!
- Não, mas…
- estava de pé atrás com o que iria dizer afinal Carolina podia saltar-lhe ainda mais a tampa.
- Então chega. Não fales mais.
- Mas vais parar?
– perguntou abraçando-a.
- Não sei. – murmurou contra o pescoço de Tom. Ele suspirou.

(…)

Estava sentada à porta de um dos compartimentos do estúdio, com Ana, Tom, Bill, Gustav e Georg ao seu lado. Estava em pânico, passaram duas semanas desde que Bill lhe dera aquela oportunidade, aquela experiência, e estava neste momento à espera do veredicto final: ou era aprovada ou não era.
David saiu da sala.
- Então? – perguntou levantando-se repentinamente.
- Vais abrir os concertos dos Tokio Hotel pela Europa e se tudo correr bem, pelos Estados Unidos também! – sorriu. Carol abraçou-se a ele. Estados Unidos?! Isso era um sonho!
- Obrigada!!! – agradeceu. David olhou-a.
- Tens talento páh! Mereces!
- Obrigada!
– largou-se dele e abraçou Ana em conjunto com Bill.
- Vai ser brutal! – exclamou Ana.
- Sim! – disseram os G’s caindo-lhes em cima. Caíram ao chão com Carol por baixo deles todos.
- Hey hey hey! Quem tem o direito de estar por cima dela sou eu! – refilou Tom com um sorriso nos lábios. Todos se levantaram ajeitando as roupas.
- Anda cá oh esfregona! – disse Carol saltando para o colo dele.
- Impressionante como continuas querida como tudo! – riu agarrando-a pelas coxas, impedindo que caísse. – Parabéns, borboleta. – murmurou ao seu ouvido.
- Obrigada. – respondeu no mesmo tom de voz e beijou os lábios do guitarrista. Voltou ao chão. – Maninha, prepara-te para rockarmos a Europa! – gozou olhando Ana.
- Ai páh vai ser tão bom! Eu juro-te que sonhei com muita coisa, menos com isto! – verdade que Ana ia realizar um sonho, ir em tour com a sua banda preferida. Isto não era todos os dias!
- Carolina… - chamou Tom.
- Hum? – perguntou olhando-o.
- Que música tocaste ali dentro? – perguntou, afinal nem ele nem ninguém cá fora tivera essa oportunidade.
- “Broken Heart”. – respondeu. Aquela música tinha surgido daquele trecho que Carol escrevera na primeira noite que passara com Tom. Ele levantou as sobrancelhas sem perceber. Ela aproximou-se do seu ouvido e sussurrou: – Logo à noite toco-a para ti… afinal és tu a inspiração. – Tom sorriu e beijou-a. Mal podia esperar por logo à noite. Iria passar mais uma noite nos braços dela e melhor ainda, iria ter o privilégio de a ter a tocar só para si.

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