quinta-feira, 31 de dezembro de 2009

#14



Estavam sentados em sofás no backstage. Carol e Tom estavam sentados lado a lado. Carol na maior descontracção e Tom a hiperventilar. Bill, Ana e Georg discutiam sobre qual a melhor posição para adormecer e Gustav limitava-se a ouvir música e a fingir que tocava bateria.
- Faltam 30 minutos. – informou um segurança que entrou e no minuto seguinte saiu da sala.
- Aahh!! – berrou Tom fininho mexendo freneticamente as mãos.
- Mas tu és parvo? --. – perguntou Carol dando-lhe um murro no ombro.
- Porquê? Que raio é que fiz desta vez? – perguntou deixando o nervosismo e focar-se apenas em Carol que estava agora à sua frente, visto ele se ter sentado de lado.
- Assustaste-me! --‘ – refilou como se fosse o maior drama.
- Tu assustas-te com pouco, rapariga! – disse Tom.
- É, pois claro! – Carol fez-lhe um obsceno gesto com o dedo do meio. Tom riu, ela não existia. Agarrou-a pela cintura e puxou-a para o seu colo. Tinha esquecido os restantes elementos, tinha esquecido o nervosismo, tinha esquecido tudo, excepto Carol. Aproximou os seus lábios dos dela e sugou-lhe o lábio inferior. – Não faças chantagem… - riu Carol saindo do colo dele voltando a sentar-se no sofá.
- Parva. – fez beicinho.
- Tu és mais! – deitou-lhe a língua de fora.
- Sou mais parva? – riu.
- És sim Tom. Parva. Tu és gay sim? – pôs um sorriso infantil nos lábios.
- É, ontem à noite não me dizias isso… - atirou esperando com toda a certeza uma resposta à altura. Já a conhecia demasiado bem para saber que ela não iria ficar calada.
- Mas quem é que te disse que os gays não eram bons na cama? – perguntou olhando Tom em picardia. Podia namorar com ele, podia até gostar muito dele, mas provocá-lo e tirá-lo do sério continuava a ser lindo de fazer.
- Ai tu já foste para a cama com um gay? – perguntou abrindo os olhos em espanto. Tinha esperado tudo menos aquela resposta!
- Já, porquê algum problema?! – perguntou meia distraída.
- Não. – respondeu encolhendo os ombros. – Pensei que tinhas melhor gosto…
- É! Insulta-te coisa, insulta-te!
– gozou.
- Eu não me estou a insultar… - respondeu confuso.
- Ai não? Então se nós namoramos é porque tive que te escolher, e supostamente é porque gosto, logo isto leva-nos ao meu gosto, que segundo a tua pessoa é mau… ou seja, estás a dizer que não tive bom a gosto a escolher, portanto tu não és bom. – resumiu.
- As tuas filosofias matam-me, miúda! -.- - refilou. Era um facto que não conseguia fazer frente às respostas dela. Que raio de nota é que ela tinha a filosofia?!
- Esta filosofia não é minha, é pura lógica meu caro.
- Watson já agora! -.-
- Precisas de renovar as piadas…
- Tu dás-me cabo dos nervos, rapariga!
– sorriu.
- Ainda bem, assim não ficas nervoso para o concerto! – disse sorrindo e olhando o relógio no segundo seguinte.
- O concerto! – levou uma mão à testa. Tinham estado meia hora em trocas de palavras e Tom nem se apercebeu que Tobi entrava naquela altura na sala para levar Carol até ao palco.
- Vocês desejem-me sorte! – pediu Carol. Ana abraçou-a.
- Boa sorte! – disse. Bill, Gustav e Georg fizeram o mesmo.
- Tu não precisas de sorte… - sussurrou Tom puxando-a contra o seu corpo dando-lhe um beijo nos lábios. - … tu és a sorte. – Carol sorriu-lhe e retribuiu o beijo.
- Até já! – disse seguindo o segurança.
- Tom… - chamou Georg.
- Que foi? – perguntou olhando o rapaz.
- Limpa-te! – riu.
- Limpo-me? – perguntou sem perceber.
- Sim! Tens os lábios cor-de-rosa! – gozou desmanchando-se a rir no momento seguinte.
- Malditos batons! -.-‘ – refilou. Bill e Gustav riram.
- Toma! – Ana passou-lhe um lenço de papel para as mãos.
- Oh obrigada! És a salvadora da pátria! – riu.
- Não, olha lá! – era Georg – Tu devias ir assim para o palco! As miúdas caíam todas aos teus pés! – riu.
- A única miúda que quero aos meus pés, já está, por isso… - sorriu.
- O que o amor faz, sinceramente. --‘ – Tom empurrou-o.

Carol estava a morrer de nervos. Não estivera nervosa enquanto estava naquela sala com os rapazes e Ana, mas agora que se via frente a frente com a realidade estava em pânico. No entanto sabia que tinha que se acalmar. Respirou fundo três vezes e contou até dez. Chamaram-na.
- É agora. – sussurrou baixinho para si mesma. Subiu ao palco onde, histeria era a palavra apropriada para descrever o estado em que as fãs dos Tokio Hotel estavam. Inspirou fundo e posicionou-se frente ao microfone. Dedilhou os primeiros acordes e no momento seguinte a cortina branca que tapava o palco soltou-se e as fãs berraram ainda mais alto. Carol desviou o olhar até elas e viu que não cabia mais ninguém ali. Estava completamente lotado!! Aquilo era real? Ela estaria mesmo ali?
Sim, estava. E começava a gostar. Sentia a adrenalina por todo o seu corpo que, instintivamente ganhava vida própria. Carol já não controlava os seus movimentos. A vida que adquirira em palco vinha da música e dos gritos que, apesar de não a conhecerem, davam e mostravam que estavam a gostar. Carolina podia sentir isso! Sorriu na direcção da audiência e voltou ao microfone expandindo as suas cordas vocais ao máximo que conseguia. Impunha na guitarra aquilo que sentia e isso reflectia-se. Fincou ainda mais a sua personalidade naquele dia. Naquele dia, a sua primeira subida ao palco ficou marcada, e Carolina descobriu um mundo que até agora era restrito.
Terminou já joelhada e agarrada à sua gibson. Levantou-se e dirigiu-se ao micro.
- Thank you, guys! – disse brindando a plateia com um sorriso. Saiu.

- BRUTAL! – berrou-lhe Ana aos ouvidos abraçando a rapariga.
- Foi bom? – perguntou.
- Bom?! Mas tu reparaste na gritaria? – perguntou-lhe Bill.
- Sim! É tão bom!!! – disse sentida.
- Arrasaste!! – felicitou Gustav saltando-lhe em cima.
- Mesmo! – concordou Georg juntando-se a eles os dois. Tom estava encostado à parede com um pé apoiado no chão e o outro na dita parede. Sorria. Carolina tinha tudo. Estava mesmo a apaixonar-se por ela.
- Então? – perguntou Carolina chegando-se a ele dando-lhe um beijo nos lábios. – Ficas-te cor-de-rosa! – riu.
- Outra vez?! -.- - refilou. Tirou o lenço do bolso e Carol limpou-o.
- Mas e então? Gostaste?! – perguntou enquanto limpava os lábios de Tom com o lenço.
- Foste fe-no-me-nal! – soletrou abraçando-a.
- Obrigada, Tommy! – sorriu. – Vá e não te beijo mais porque tens que entrar no palco e depois ficas cor-de-rosa outra vez. – riu. Tom deu-lhe um beijo na testa.
- Agora deseja-me tu sorte! – sorriu.
- Boa sorte! – riu-se.

Voltou para o backstage. Encontrou Andreas.
- Tás aqui? – perguntou.
- Não Carol como podes ver não estou! – gozou rindo.
- Oh! Não sabia que vinhas…
- Venho por duas semanas, depois tenho cenas para fazer na Alemanha.
- Pois o Tom falou nisso, por isso pensei que não vinhas…
- Carolina já conhecia Andreas antes de ter conhecido os rapazes, tivera estado com ele umas boas vezes em festas quando os pais por vezes as levavam à Alemanha para assuntos profissionais, e um dia até tivera tido algo mais com ele.


[Flashback]


- Carol… - ofegou Andreas. – Não achas melhor pararmos?
- Não queres?
– perguntou parando de beijar o pescoço do rapaz.
- Não é isso mas…
- Então?
- Numa casa de banho?
– riu.
- Tens problemas? – riu com ele. Conhecia pouco Andreas mas sabia perfeitamente que ele não ia com sexo de uma noite, no entanto naquele dia decidiu levar-se.
- Alguns… - sorriu.
- Então chega. ‘Bora! – puxou-o pela mão e ajeitou a sua roupa, ele fez o mesmo. Voltaram à discoteca em si.


[Fim flashback]


- Tu e o Tom estão bem, não estão? – perguntou.
- Sim, porquê?
- Nada, acho mesmo que os vossos feitios encaixam!
– riu.
- Parvo!
- Oh! Mas a sério Carol, gostas mesmo dele, certo?
– perguntou. Andreas sabia que ela adorava ter um gajo diferente todas as semanas, e vendo que já andava com Tom à praticamente um mês, era obra!
- Sim. – suspirou – Ele é bom rapaz, e ao que parece gosta mesmo de mim… - sorriu.
- Acredita que sim. – disse-lhe o rapaz loiro. Continuaram conversa dentro relembrando o momento em que os rapazes planearam apresentar Andreas a Ana e a Carol. O tiro saiu-lhes um bocadinho ao lado.


[Flashback]


- Andreas chega aqui! – chamou Tom.
- Andreas?! – perguntou Carol atacando o pescoço do rapaz.
- Carol! Tudo bem rapariga?! – perguntou – Há séculos que não te via!
- Epáh! Não sabia que eras o melhor amigo destes dois cromos!
– gozou voltando para a lado de Tom enquanto ele, Bill e Ana continuavam sem perceber o que se tinha passado ali.
- Vocês conhecem-se? – perguntou Tom.
- Não! Foi tudo ensaiado! -.- - ironizou Carolina. – Claro que sim! Grande companheiro das discotecas! – riu.
- Verdade! – concordou Andreas.
- Man, o mundo é minúsculo! – disse Bill.
- Podes crer! - disse Andreas. – Suponho que sejas a irmã dela? Certo? – perguntou a Ana.
- Exacto! – riu dando dois beijinhos ao rapaz.
- E pronto já está tudo em família! – riu Tom.
- Literalmente! - riu Bill.
- Mas bem, quem é que anda com quem que eu estou profundamente desactualizado! – perguntou Andreas.
- Ana é minha! – disse Bill apoderando-se dos lábios da rapariga.
- Também ninguém ta vai tirar Kaulitz, menos! – riu. – E vocês os dois? Coiso?
- Sim, coiso
! – riu Tom.
- Sim, é mais coiso que outra coisa! – gozou Bill.
- Não fales do que não sabes maninho… - avisou Tom.
- Uuuhh que ele é perigoso! – riu Andreas. Carol acompanhou-o.


[Fim flashback]


- Estou literalmente morto! – disse Tom atirando-se para o sofá onde Carol estava sentada, pousando a cabeça sobre o colo dela, depois do concerto inaugural.
- Eish! Vejam lá! – comentou Bill saltitando de um lado para o outro, estava eléctrico.
- Dizes isso porque tu nunca estás quieto num dia normal! Em palco não te faz diferença! – refilou.
- Sim, Bill ele tem razão. – disse calmamente Georg deitando-se a todo o comprimento num dos outros sofás.
- Ai dói-me tudo! – queixou-se Gustav deitando-se no chão, onde imediatamente levantou a perna e um dos seguranças o veio ajudar a alongar.
- Está tudo a morrer hoje, han? – riu Ana.
- Menos eu! – disse Bill abraçando a rapariga dando-lhe um beijo na bochecha.
- É, estou mesmo a ver, hoje se saímos apanhas uma bebedeira daquelaaas! – riu.
- Pois é verdade, por isso hoje ninguém comemora nada! – impôs-se David.
- É o primeiro concerto! – implorou Bill – Vamos!
- Bill! -.-
- Sim?
– perguntou com um sorriso infantil.
- Não vás. – pediu.
- Oh mas eu tenho cuidado!
- Vocês têm concerto amanhã!
– disse Andreas metendo-se.
- Chatos! – proferiu cruzando os braços e amuando.
- Faz lá beicinho faz! – gozou Carol. Ana riu tal como Georg, Gustav e Andreas. Tom adormecera.
- Vamos para o hotel! – virou-se para a porta, chateado, saindo a seguir.
- Ui! Vais ter uma bela noite! – riu Carol.
- Não te preocupes que eu amanso a fera… - riu Ana baixinho.
- Tá certo. – respondeu - Tu levantas-te ou não? – perguntou a Tom, fazendo-lhe movimento circulares sobre os abdominais por cima da t-shirt.
- Hum? – Tom emitiu um som estranho e virou-se no sofá. Caiu. Carol riu como era de esperar. – Ai! Que foi? – perguntou pondo-se de pé olhando-a.
- Hotel? – perguntou.
- Hotel. – respondeu passando as mãos pelas tranças.

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