quinta-feira, 31 de dezembro de 2009

#15




Mais duas semanas tinham passado na Tour que os Tokio Hotel e as raparigas faziam pela Europa. Hoje estavam em Lisboa e era certo e sabido que Carol e Ana queriam ir explorar mais uma vez a cidade que abandonaram à relativamente um ano.
- Queres vir? – perguntou Carol a Tom, que estava deitado na cama, de braços cruzados atrás da cabeça, tapado até à cintura e olhando Carol que se vestia.
- Querer quero mas não posso! – respondeu.
- Porquê? – perguntou apertando as justas calças negras.
- Porque de certeza que teria que andar a correr com montanhas de raparigas atrás de nós e não me apetece… - sorriu.
- Ah pois é! Tu és famoso! – riu. Era um facto que Carol cada vez que estava com ele, ou mesmo com o resto da banda, não se lembrava sequer que eles eram os ídolos de diversos adolescentes e que eram literalmente reis do mundo. Quando estava com eles eram apenas o Tom, o Bill, o Gustav e o Georg, não os eternos Tokio Hotel. Tom riu.
- Tu não existes!
- Ai não?
– perguntou Carol ajeitando o curto top amarelo que acabara de vestir. – Olha que eu acho que sim! – levou as mãos ao seu corpo e ‘apalpou-se’. – Ainda sou palpável, Tom! – riu-se. – Existo…
- Não sei não…
- levantou-se da cama, vestiu os boxers e dirigiu-se a ela. - … quero ser eu a comprovar isso. – sorriu e abraçou Carol pela cintura, pousando as suas mãos sobre o redondo e firme rabo de Carol apalpando-o e levou os seus lábios de encontro aos lábios dela. Provocou-a. Queria sentir aquele piercing roçar a sua língua novamente. O sabor dela. Carol sorriu no beijo e fez-lhe a vontade entreabrindo os lábios e deixando Tom explorar o interior da sua boca. Sentia as palmas das mãos suarem agarrando o pescoço de Tom e o seu coração a palpitar cada vez mais. Era inevitável, estava a apaixonar-se por Tom, só esperava não ter nenhuma recaída em relação à vida que levava anteriormente, ou até mesmo ser Tom a magoá-la.
Quebrou o beijo e encostou a cabeça ao peito de Tom, também ele estava acelerado.
- E então comprovas-te? – perguntou Carol.
- Comprovei. – disse. – Mas comprovei ainda mais que és absolutamente minha. – sussurrou ao ouvido de Carol, afinal sentira o coração dela acelerar ao ritmo do seu e sentira as suas mãos suadas sobre o seu pescoço, já para não falar na noite que tinham tido. Carol corou e Tom beijou os seus lábios ao de leve uma vez mais. – Vá vai lá ter com a Ana que já deve estar mais que despachada. – riu dando-lhe uma palmada no rabo de modo a que ela se dirige-se à porta do quarto.
- Duvido! – riu – Mas até logo! – sorriu-lhe e pegando no telemóvel saiu do quarto.
Tom deitou-se sobre costas e de braços abertos na cama ainda desfeita da noite passada. Estava mesmo louco por Carol. Ela atraia-o cada vez mais com cada passo seguro de si, com cada boca que lhe mandava, com cada noite que passava nos seus braços e com cada beijo que com ela trocava. Gostava desta sensação. Sentia-se flutuar e que nada o podia fazer parar. Queria fazer amor com Carol cada vez que ela lhe tocava e a cada olhar que ela lhe lançava. Carol começava a ocupar um espaço que nunca houvera sido preenchido no seu coração. Bendito o dia em que chocou contra ela naquele hall do hotel, bendito o dia em que a sua irmã era fã deles e bendito o dia em que a obrigara a segui-la até àquele luxuoso hotel onde eles actuaram. Agradecia tudo a Ana.
Alguém bateu à sua porta. Levantou-se e foi abrir.
- A Carol? – perguntou Ana assim que Tom abriu a porta.
- Já foi para baixo!
- Epáh já estou atrasada! Obrigada Tom!
– disse apressadamente correndo até ao elevador. Carol odiava esperar e ela sabia-o melhor que ninguém.
- De nada! – gritou. – Obrigada eu… - sussurrou com um sorriso, fechando a porta. Encostou-se a ela. Bateram novamente. – Estou concorrido… - desabafou. Abriu.
- Tom! - Bill entrou desenfreadamente pelo quarto.
- Bill! – Tom imitou-o.
- Ah ele está todo feliz da vida! – interrompeu a sua felicidade para dar atenção à do irmão.
- Tenho razões para isso… - disse com um sorriso sonhador. Sentou-se na beira da cama. Bill sentou-se ao lado dele.
- Uuhh que é que a Carol fez? – perguntou adivinhando a causa.
- Tenho certeza absoluta que esta noite se entregou por completo e que esta manhã ela própria o confirmou. – sorriu. – Ela é minha, Bill... só minha. – sorriu deitando-se para trás.
- Ai que ele está mesmo apaixonado! – gozou dando-lhe um leve murro sobre os abdominais.
- Ah! Tu és pior! – retribuiu no mesmo gozo.
- Oh! – corou.
- Mas vá, que raio é que me querias para vires ter comigo a esta hora? – perguntou sentando-se novamente na cama.
- Veste-te e vamos tomar o pequeno-almoço todos juntos! – disse – Depois vamos para o Pavilhão e elas vão lá ter connosco. Ao que parece vão almoçar num centro comercial qualquer que há ali ao lado. – explicou Bill.
- Ok então. – levantou-se e dirigiu-se à casa de banho. – Vou tomar banho, vai andando que já te apanho.

(…)

- Estás atrasada! – refilou Carol com um sorriso nos lábios.
- Sim, mas tu não estás propriamente chateada com isso… - estranhou. Carol corou, coisa que era estranha em si. - Estás a corar maninha! Que se passou? A noite foi assim tão boa? – perguntou interessada.
- Talvez… - deixou no ar.
- Mau! Conta lá! – pediu. – Mas sem pormenores, só o essencial! – avisou rindo.
- Eu gosto mesmo do Tom. – sussurrou.
- Só descobriste isso agora? – perguntou no mesmo tom.
- Não parva, só agora é que me dei ao luxo de me deixar levar pelo coração e não pelo cérebro! – explicou.
- Estás a crescer, maninha! – disse despenteando-lhe o curto cabelo.
- Ah que graça! -.- Vamos embora!
- Ok, ‘bora! Depois do almoço vamos ter com eles ao PA.
- Certo.

(…)

- Mas elas disseram-vos quando vinham?
– perguntou David aflito.
- Não, e a Carol não me atende o telemóvel! – informou Tom.
- A Ana atendeu!! – berrou Bill da outra ponta do palco.
- E então?! – perguntou David.
- Em cinco minutos estão aí!
- Oh finalmente!

*

- Ana preciso de fazer uma coisa… - disse misteriosamente Carol.
- O quê? – perguntou.
- Preciso de ir à praia. À nossa praia…
- Porquê?
- Preciso de desenterrar uma coisa que um dia lá enterrei.
– informou.
- E posso saber o quê? – perguntou curiosa. Sabia que Carol tinha enterrado algo mas nunca soube o quê.
- O amor. – suspirou olhando o vazio. Ana sorriu. Carol queria mesmo ir para a frente com a relação que tinha com Tom e queria mesmo entregar-se. Afinal talvez não desse tanta asneira como Ana pensou inicialmente.
- Vamos então! – pagaram o almoço e alugaram um carro que as levou até à sua terra natal que era relativamente perto de Lisboa.

Chegaram.
- Lembras-te onde está? – perguntou Ana. Sabia pouco do que continha aquela praia para Carol, a única coisa que sabia era que isso que Carol ali tinha continha o sentimento que ela decidira perder e que decidira não incluir na sua vida.
- Sim. – disse.
- Ok, então eu estou no carro à tua espera.
- Obrigada.
– sorriu á irmã o gesto. Aquele momento seria apenas dela.

Dirigiu-se até ao final da praia, entre duas rochas apertadinhas dava para ver uma espécie de ilha minúscula, banhada por água salgada. Carolina equilibrou-se nas rochas e rezou para que a caixa se mantivesse lá. E de preferência intacta. Não sabia o que se tinha passado naquela parte da praia ao longo de 3 anos, por isso não sabia se o mar já tinha levado a caixinha de vez, ou não. Baixou-se e começou a escavar com ambas as mãos. Podia senti-las completamente geladas, aliás já era difícil de as sentir, mas Carolina estava disposta a sair dali com a caixa. Significava demasiado. Naquela caixa estavam guardadas todas as pequenas coisas que a faziam lembrar todo o tipo de sentimentos de paixão e amor. Escavou aproximadamente um metro e qualquer coisa e a caixa não aparecia. Teria o mar levado a caixa para sempre? Teria Carolina ficado sem qualquer tipo de recordações passadas do que era sentir amor?
Não. Algo laranja e bege foi de encontro às suas geladas e molhadas mãos. A caixa estava intacta apesar de algo húmida.
Sorriu. Não mexeu na caixa, apenas voltou a pôr a areia no lugar e regressou ao carro. Pousou a caixa laranja e bege, que outrora era laranja e branca, sobre o tablier.
- Já abriste? – perguntou Ana.
- Não. Só a vou abrir logo. – informou.
- Ok, o Bill ligou-me é melhor irmos andando!
- Sim, vamos já estamos a ficar atrasadas!

(…)

- Finalmente Carolina finalmente!
– disse-lhe David. – Sabes quanto tempo falta para o concerto?
- Duas horas.
– informou olhando o relógio.
- E há quanto tempo devia ter sido o teu soundcheck?
- Há duas horas.
- Então despacha-te pró palco!
– disse apontando na direcção do dito palco. – Já agora onde andaste para vires toda molhada?
- Nenhum sítio de especial.
– informou. David não insistiu, sabia que provavelmente ela não iria querer falar.
Carolina foi para o palco fazer o que lhe competia enquanto que Ana foi ter com os rapazes.

- Então? Onde andaram? Tanto tempo num shopping? – perguntou Tom.
- A Carol quis ir a um sítio e fui com ela. – informou sentando-se ao colo de Bill dando-lhe um apaixonado beijo.
- Onde? – perguntou.
- Acho que logo saberás. – Tom encolheu os ombros acompanhados de um ‘Ok’.

Carol entrou na sala.
- Boas! – cumprimentou.
- Olá. – retribuíram em coro.
- Ui! Tão afinadinhos! – riu. Tom levantou-se e encostou-a à porta colando os seus lábios aos dela. Tão pouco tempo e tinha tantas saudades da textura daqueles dois bocadinhos de carne. Carol retribuiu o beijo com a mesma intensidade aproveitando para trincar o piercing labial de Tom e passar as suas mãos pelo interior das largas t-shirts do rapaz.
- Um quarto. Que tal? – tossiu Bill em gozo.
- Nós temos quarto cunhadinho, mas agora não precisamos dele. – respondeu Carol com um sorriso, puxando Tom por uma mão para um dos sofás. Tom sentou-se e arrastou-a consigo de modo a sentá-la sobre as suas pernas.
- Engraçadinha! – riu Bill. – Mas estás toda molhada miúda!
- Sim. Preciso da minha roupa suplente!
– riu.
- Onde é que vocês andaram afinal? – sussurrou Tom contra o pescoço de Carol agarrando-a pela cintura.
- Fui recuperar uma coisa… - respondeu no mesmo tom beijando ao de leve os lábios de Tom.
- Posso saber o quê? – inquiriu passando o dedo ao longo das linhas faciais de Carolina.
- Quando formos para o hotel eu mostro-te. – soprou contra o pescoço de Tom e assistiu ao seu fechar de olhos. Tom era absolutamente perfeito, e saber que o arrepiava com uma simples respiração preenchia-a. Há tanto tempo que Carolina Edvard, que era conhecida como pessoa insensível e puramente carnal não sentia isso. Estava a voltar à rapariga que em tempos se apaixonara.
Levantou-se e foi trocar de roupa. Não convinha constipar-se.

1 comentário:

  1. Gosto disto de verdade (: Está tão intenso e verdadeiro... arrepia *.*
    e já agora, na outra já cheguei à página 100 e tal xD estou quase no fim, mas cheira-me q ainda vai acontecer muita coisa (:

    beijinhos e continua*

    ResponderEliminar