quinta-feira, 17 de dezembro de 2009

#8



- Posso? – perguntou Ana pondo a cabeça dentro do estúdio.
- Claro entra! – sorriu-lhe Tom. – A Carolina? – perguntou automaticamente.
- Lá fora a fumar. – disse.
- Ok. – sorriu e dirigiu-se à entrada do estúdio onde encontrou Carol encostada à parede apoiada por um pé na mesma. – Isso faz-te mal. – disse tirando-lhe o cigarro dos lábios e levando-o aos seus.
- E depois? Eu gosto! – disse olhando Tom dar uma passa no seu cigarro. Voltou a tirar-lho e a levá-lo à boca travando o fumo na garganta.
- Estás bem? – perguntou.
- Sim.
- Resposta para mim?
- Devia-te uma?
– perguntou olhando os olhos chocolate do rapaz.
- Talvez. – desviou o olhar para ao chão. Por muito que tentasse sentia-se fraquejar cada vez que olhava Carol nos olhos.
- Tipo?
- Carol!
– falou como se estivesse farto de rodeios, como se já não suportasse que Carol lhe respondesse com indiferença! Nunca tinha sentido nada assim, nunca tinha sequer pensado que quando viesse a sentir (se é que isso acontecesse) fosse de um dia para o outro! Mas afinal… estava enganado. Não somos nós que procuramos os sentimentos, são eles que nos encontram. Carol olhou-o. Baixou-se sentando-se.
- Eu não quero Tom! Vê se percebes! – dizia tentando contrariar-se.
- Eu prometo-te que não te magoou! A sério! – implorou sentando-se ao lado dela. – Dá-me uma hipótese…
- Estás a pedir-me o quê, Tom?
- Que te dês uma oportunidade no amor… só isso.
– sorriu-lhe, podia soar muito estranho mas acima de tudo queria ajudar Carol a voltar a confiar no amor.
- Não, Tom.
- És mesmo teimosa tu! -.-
- refilou fazendo beicinho e provocando em Carol uma gargalhada. Olhou-a. – Então? – Carol aproximou-se dele e uniu os seus lábios aos de Tom trincando-lhe o piercing. Tom arrepiou-se ao sentir a língua de Carol invadir a sua boca com total determinação e vontade. Gostava do beijo dela, da sensação que o seu piercing lhe dava ao tocar-lhe. Era bom. “Ok, eu não me reconheço!” no entanto sentia-se bem, tal como já tivera dito ao irmão que estar apaixonado até era bom, se escolhêssemos a pessoa certa.

[Flashback]

- Vá vamos ao trabalho então! – disse Georg assim que chegaram ao estúdio.
- Vão vocês que nós já lá vamos ter sim? – disse Bill.
- Ok. – respondeu Gustav empurrando Georg à sua frente.
- Vá lá, o que é que se passou com a Carol para a rapariga ficar naquele estado? – perguntou sentando-se à frente do irmão.
- Literalmente confrontei-a com os meus sentimentos! Aliás os meus e os dela! – explicou.
- Os teus? Tommy tu…? Pela Carol? – riu – Impossível!
- Não é impossível Bill, nada é impossível!
– suspirou. – Infelizmente. – admitiu, é um facto que nunca esperara apaixonar-se, muito menos por alguém que no início odiou com todas as forças.
- Estou a ver. Mas e como é? Ela dá-te para trás não é? – perguntou.
- Sim, e enerva-me com todas as forças! Pergunto-me onde vai buscar certas cenas. -.-
- Provavelmente ao mesmo sitio que tu!
– riu.
- Oh. – sorriu, gostava de se sentir parecido com Carol.
- Não é bom estar apaixonado, Tommy?
- Não vou dizer que não, mas…
- Não podem existir mas no amor. Ou é ou não é.
- Mas existe confusão…
- Sim.
– Bill sorriu. Tom estava a começar a conhecer o sentimento que durante tantos anos o assustara e retraíra. Estava a crescer interiormente.
- Mas vai ser minha… - disse com um sorriso nos lábios. Estava acima de tudo feliz.
- Ela já é tua de certa forma… - disse-lhe Bill, gozando.
- Oh, não falo fisicamente, isso já é… - rodou o piercing com um sorriso maroto a fugir-lhe dos lábios. – … mas psicologicamente.
- Estás a ficar lamechas, meu!
- Vai à merda, Bill!
– disse empurrando o irmão.

[Fim flashback]

- E isso quer dizer o quê? – perguntou Tom ao quebrar o beijo.
- Vamos esperar… - sorriu - … até lá sempre me posso ir divertindo contigo! – riu-se roubando-lhe um ardente beijo. Era verdade que se ia divertir com Tom. Começava a achar que talvez não devesse usar assim aquele rapaz, mas no entanto o sentimento que nutria por ele ainda era mais ódio que qualquer outra coisa. “Será bom usá-lo?” perguntou-se. Ele sorriu. “Sempre será melhor que nada!” pensou Tom.

(…)

- Bem! - era Ana que falava – O álbum já está pronto? – perguntou olhando uma catrefada de botões.
- Sim! – disse Bill – Mas acho que falta uma música… aliás o Tom tem uma melodia mas eu não tenho letra! – refilou.
- Mostra-me a melodia Tom. – pediu Carol olhando a guitarra acústica que estava pousada à sua frente.
- Porquê? – perguntou.
- Toca e cala-te! -.- - ordenou.
- Ai ok, avestruz! --, - refilou. Tom dedilhou a melodia nas cordas da guitarra e Carol automaticamente entoou uma das suas letras, a letra que mais a identificava, a letra que escrevera descrevendo-se. A letra que lhe parece encaixar ali.

“Kiss me goodbye into the night,
Like a Phantomrider I’m dying tonight,
So dark and cold I drive alone,
Like a Phantomrider can’t make it all on my own”


- Wow! – disse Bill.
- Gostas? – perguntou Carol.
- Se gosto! Miúda! Ai! – Bill estava atónico, não sabia que dizer, apenas sabia que aquela música entrava no ouvido.
- Vais falar em condições? – gozou.
- Carol a letra é linda… - disse-lhe Tom.
- Sim!
- Querem usá-la?
– perguntou ela.
- Não te importas?! – perguntou Tom.
- Claro que não, se me importasse não a tinha mostrado não achas? --.
- Oh sim. Tá certo. --‘
- Espera lá!
– começou Bill. Todos o olharam. – Não queres cantar isso comigo?
- Estás parvo ou o quê?!
– disse-lhe Carol levantando-se – Nem penses! Este é uma espécie de refrão… faz o resto da letra, se quiseres dou uma ajuda, mas não vou cantar contigo!
- Ai ok. --, Mas ficava giro!
– sorriu – Já agora posso perguntar-te de onde saiu essa letra?
- Está escrita há muito tempo, mas nunca encontrei a melodia que encaixasse.
– disse olhando o vazio – Mas basicamente esse excerto descreve-me interiormente. – Ana olhou-a, sim fazia sentido com uma das partes da personalidade de Carol.
- E queres que usemos isso? – perguntou Tom – Não será demasiado… pessoal?
- Não importa…
- sorriu - … vocês estavam à procura e eu apenas dei um empurrãozinho.
- E eu já sei por onde começar
! – disse Bill sorrindo – Obrigada! – abraçou a rapariga e beijou-lhe o topo da cabeça.
- De nada óh cunhadinho! – riu olhando a irmã.
Bill começou avidamente a escrever, pedindo que Tom tocasse e Carol cantasse o seu refrão. Rapidamente arranjou letra com ajuda dos 5 elementos.

- Acho que está bem fixe! – disse – E vai chamar-se…
- Phantomrider!
– disseram todos em coro. Verdade que era mais que óbvia. – Vá agora, sempre querem ver um ensaio?
- Sim!
– disse Ana feliz. Carol riu da felicidade estúpida da irmã.

(…)

- Eu vou ao cabeleireiro e depois vou para casa, não quero saber! – disse Carol.
- Mas e eu?! Depois fico sem carro! – refilou Ana.
- Ligas-me e eu venho-te buscar! – disse simplificando as coisas.
- É, imagina que eu só vou às 3 da manhã!
- Isso ficas aí a dormir! -.-
- Ah pois claro! -.-
- Eu levo-te lá, não há problemas.
– disse Bill agarrando Ana por trás, parecia mesmo que se conheciam desde sempre e que sempre existira amor entre eles, o que até era verdade…
- Não, Bill! – disse impondo-se Ana.
- Oh. –-‘ És teimosa!
- Ah isso é de família!
– disse Tom vindo do fundo da sala com um copo de café numa mão.
- Ah isso é comigo? – perguntou Carol.
- Talvez, avestruz, talvez. – respondeu sorrindo. Carol olhou-o ele estava a fazer demasiadas coisas para que ela caísse aos seus pés. Estava a passar-se com as tentativas que Tom fazia. Já lhe tinha dito que não, e era não. Carol não se ia apaixonar por ele. Aliás ia contrariar a paixão que já estava a começar a sentir por ele, pelo menos até conseguir. Era certo que Tom a estava a deixar toda trocada e mais dia menos dia deixava de ter mão em si mesma.
- E vocês os dois!? Vão desenvolver ou nem por isso? – gozou Georg. Carol olhou-o. – Eláh o que é que eu disse? – perguntou percebendo que não devia ter aberto a boca em relação àquele assunto, apenas pelo olhar que via em Carolina. – É tabu? – perguntou com um sorriso.
- Ge, não faças perguntas, sim? – disse-lhe com um sorriso passando as mãos pelos cabelos. Será que deixava transparecer aquilo que não queria sentir, ou eram apenas as tentativas de Tom que os estavam a denunciar? Não sabia.
Tom limitou-se a observar o amigo levar uma tampa pela pergunta. Sorriu. Carol tinha uma personalidade estranha. Era simpática, no momento a seguir não era. Era carinhosa, no momento a seguir podia estar a esmurrar alguém. Era convencida, a seguir era modesta. Man! Era difícil compreendê-la! Tinha mesmo que se sentir tocado por aquela rapariga de cabelos preto e rosa e olhos azuis? Era estranho mas algum dia tinha que dar de caras com o amor. Sempre dissera ao irmão que se o dito amor lhe batesse à porta esta iria estar fechada e trancada a sete chaves, mas Carol tinha todas as chaves e naquele momento a porta encontrava-se completamente escancarada.
- Carol? – chamou-a.
- Hum? – emitiu virando o corpo para ele, que se tinha sentado no sofá em que ela se encontrava apoiada.
- Vais onde afinal?
- Vou ao cabeleireiro!
– disse – E já estou atrasada! – reparou olhando o relógio. – Beijinhos a todos! – disse – Menos ao Tom! – acrescentou com um sorriso vitorioso, adorava provocá-lo. – Maninha, levo o carro e já não volto hoje! – riu e saiu.
- Ai ela vai levar-me à loucura. – suspirou Ana abanando a cabeça.
- Depois de 19 anos ainda não te levou?! – perguntou Tom – Eu conheço-a há duas semanas e tal e já dá comigo em maluco!
- Tu gostas de estar maluco por ela!
– gozou Georg.
- Ai que graça! – atirou-lhe uma almofada, corando.
- Oh ele até cora e tudo!
- Pára!
– deitou-se no sofá de barriga para baixo escondendo a cara entre os braços. Parecia uma criança.
- Vá parem lá com isso… - riu Bill olhando o irmão. O que um simplesmente complicado sentimento faz.

(…)


Carol chegava agora a casa. Estava já diante do espelho da sua casa de banho observando o seu cabelo. Estava divinal. Tinha a sua famosa franja um pouco mais curta e pintada de amarelo, enquanto que o resto do seu cabelo estava pintado de cor de laranja. O comprimento tinha diminuído drasticamente e encontrava-se um pouco acima dos ombros. Estava feliz com o novo look. Decidiu tomar um duche rápido e provavelmente ir a uma qualquer discoteca comemorar, engatando um qualquer rapaz e acabando a noite numa qualquer casa de banho a gritar de prazer.
“Tom…” foi o pensamento que lhe assaltou a mente. “Não, eu não estou apaixonada por ele e não eu não vou deixar que nada aconteça.” Tentou mentalizar-se daquilo que provavelmente não seria de todo fácil.

Enfiou um robe sobre o corpo nu e ainda molhado e dirigiu-se à cozinha para comer qualquer coisa.
A campainha soou.
- Ana? – chamou. Ninguém respondeu. Abriu.

1 comentário:

  1. Só podes estar a gozar cmg o.o
    mas isto faz-se ?? han ?? acaba-se assim um capítulo ?? "A campainha soou.
    - Ana? – chamou. Ninguém respondeu. Abriu.". Epáá, agora estás a matar-me de curiosidade ;||
    mas eu sei que não é a Ana :b é o Tom que vem aí ª.*
    Nc pensei ver o 'meu' Tom assim apaixonado e sensível xDDD ahah :b

    VÁ, AGORA CONTINUAAA :D *.*

    ResponderEliminar