domingo, 3 de janeiro de 2010

#18




Tinham feito uma pequena pausa para o Natal e passagem de ano e estavam de novo de volta à tour.
- Carol anda cá! – chamou-a Gustav.
- Diz. – Carolina aproximou-se dele largando a conversa que estava a ter com Bill sobre uma revista de tatuagens.
- Lembras-te do que te falei? – perguntou.
- Sim! Já pensaste quando o vais fazer? – perguntou baixinho para que Tom, Bill e Georg que se encontravam no mesmo compartimento do TourBus não os ouvissem.

- Que raio é que vocês andam a planear? – perguntou Tom aos dois.
- Nada! – responderam em uníssono olhando-o e desviando o olhar no minuto seguinte, para voltarem a pensar no que estavam a planear.
- Ah pois sim, diz que sim diz --. – refilou Tom – Pensei que me contavas tudo! – picou. Carol olhou-o e soltou uma gargalhada fazendo Tom morder o lábio inferior contendo o desejo que sentia, apenas a ouvi-la rir.
- Eu nunca te disse que te contava tudo!
- Mentira!
– apontou-lhe o dedo reforçando a ideia.
- Verdade! - imitou-o, apontando-lhe também o dedo. Os restantes riam.
- Carol! -.-‘
- Tom, nós estamos a brincar não vai acontecer nada que vá matar alguém! -.-
- respondeu-lhe.
- Chata. – balbuciou cruzando os braços.

- Então é assim… - Gustav explicou em voz relativamente inaudível o que queria preparar para aquela noite no hotel. Iriam fazer uma sessão de cinema no seu quarto e ele queria fazer uma coisa.
- Ok. Parece-me óptimo! – disse Carol contente, rindo, abraçando o rapaz. Tinha adorado a ideia.

- Tom! – chamou David – Chega aqui se fizeres o favor! – pediu.
- Ok! – respondeu levantando-se. Carol ia sentar-se no lugar de Tom e propositadamente roçou o seu corpo no dele. Tom inspirou fundo ao sentir o corpo dela roçar o seu. Adorava a maneira como ela o provocava sem realmente o fazer. Voltou atrás no caminho e agarrou-a pela cintura. Beijou-a fugaz e instintivamente abandonando os lábios de Carol mais tarde, mordiscando-lhe a língua. Carolina sentou-se ainda um tanto surpresa e atordoada com o sabor dos lábios de Tom.

- Hey gente! – cumprimentou Ana um pouco mais tarde entrando na sala e sentando-se nas pernas de Bill.
- Ena que a minha mana querida está feliz! – comentou Carol com um sorriso.
- Eu?! – riu – Olha para ti! – apontou.
- Que tem?
- Estás com um parvo sorriso na cara. Aposto que o Tom é o culpado!
– riu-se.
- Sou o culpado de quê? – perguntou o próprio interrompendo aquilo que Carolina ia dizer.
- Da felicidade dela! – disse Bill falando por Ana.
- Sou? – perguntou olhando Carolina.
- És, és! – disse despachando o assunto. Odiava falar sobre os seus sentimentos em frente a tanta gente. Era certo que todos sabiam a maior parte da sua história, mas mesmo assim tornava-a retraída. Levantou-se voltando à revista que estava a ler com Bill quando Gustav a chamara.
Tom olhava-a. Carolina era mesmo misteriosa e especial. Consigo ela abria-se e desabafava, dizia aquilo que sentia por si, o quão confusa ainda estava e tantas outras coisas, mas no fundo era bastante tímida e isso era perfeitamente visível quando alguém falava em sentimentos.

(…)

Estavam no quarto de Gustav à espera que Carol chegasse e que o próprio Gustav saísse da casa de banho para verem um filme, mas estava difícil.
- GUSTAV! – berrou Bill farto de esperar. – VENS OU NÃO!?
- Já vou meu, dá-me cinco minutos!
– respondeu.

- Tom sabes da Carol? – perguntou Ana.
- Ela disse-me que ia fazer não sei o quê à casa de banho e que já vinha, não demorava muito. – disse meio distraído lendo a capa do filme que estavam ali para ver. Era algo semelhante a zombies, fantasmas e mais vampiros, ultimamente tinham-se interessado muito mais por isso do que o normal, e o Bill andava a dizer que gostava de ter um papel na Saga Twilight ao que Tom ria perdido, mas deixava andar.
Repentinamente a luz ambiente que tinham no quarto falhou e a televisão começou a transmitir o filme. Olharam uns para os outros, um tanto ou quanto assustados. Tom decidiu ser o forte da coisa.
- Vou ver das luzes. – disse levantando-se. Estava prestes a chegar ao interruptor que se situava ao lado da porta do quarto quando esta se começa a abrir lentamente. Tom pensou que era o vento e empurrou-a, fechando-a. A porta abriu novamente, bem devagar. – Está vento hoje! – refilou voltando a fechar a porta e tentou acender as luzes, mas o interruptor estava avariado. – Não funciona. – constatou voltando para o seu lugar sentando-se.
- Podias ter fechado a porta! – disse Bill.
- Eu fechei! – disse Tom.
- Mas ela abriu-se! – refilou.
- Mas que raio se passa? – perguntou Ana intrigada. Estavam num cenário um tanto ou quanto estranho. O filme tinha começado a dar sozinho e misteriosamente parara, ficando o ecrã totalmente preto. As luzes não acendiam. A porta abria sozinha. Mas que coisa!
- Não sei! – disse Georg. – OH GUSTAV! – chamou mais uma vez. Gustav saiu da casa de banho sacudindo as mãos molhadas.
- Vou buscar uma toalha, já venho. – informou saindo do quarto nem ligando a este estar parcialmente às escuras, pensou que já tivessem prontos para ver o filme. Fechou a porta e ela não abriu mais.
- Mau! Ele fecha a porta e a porta não abre, e quando sou eu a fechar a porta ela abre-se?! – refilou Tom.
- Nada gosta de ti Tom, já viste!? – gozou Georg.
- Ah e de ti também não! – ripostou.
- Pois sim, está bem. Vamos ver o filme?
- Faltam aqueles dois!
– disse Ana.
- Sim, vamos esperar mais um bocadinho. – disse Bill agarrando Ana nos seus braços e encostando a sua cabeça à dela.
As luzes acenderam e apagaram misteriosamente, três vezes seguidas. Aqueles quatro levantaram-se repentinamente ao ouvirem a porta ranger lentamente e no mesmo ritmo abrir-se.
Apareceu na frincha aberta da porta uma mão com uma luva branca. As luzes voltaram a acender e a apagar três vezes seguidas. Eles sentaram-se. A porta escancarou completamente e puderam observar uma esguia figura vestida completamente de branco dos pés à cabeça. Desde o gorro branco, à máscara, às luvas, aos sapatos tudo era branco!
- Calma lá… - era Tom. - … eu conheço aquilo. – disse.
- Conheces? – perguntou Georg escondido atrás dele.
- Ai! Não sejas maricas! – riu-se dele.
- Eu não sou maricas! – refilou endireitando-se ao lado de Tom que voltou a rir.
- Oh Tom… - chamou Ana assustada. – … de onde é que conheces aquilo? – perguntou encolhendo-se nos braços do namorado.
- Não sei, mas conheço… aquelas roupas, aquele corpo… é-me familiar. – disse baixinho.
A figura avançou até à entrada da porta em passos pesados.
Gustav entrava nessa altura no quarto limpando as mãos a uma toalha azul e branca. Passou pela figura e nem a viu, ou fez por isso.
- Que caras! – riu-se deles. – Que se passa? – perguntou.
- Não vês nada na porta?! – perguntou Bill.
- Na porta? – virou-se para a entrada. – Não, não vejo nada. – disse encolhendo os ombros.
- Essa toalha não é da Carol? – perguntou Ana.
- É. Fui lá buscá-la agora, e ela disse que já vinha. – informou. – Já agora porque é que já está tudo apagado se vocês nem estão a ver o filme?
- O interruptor avariou.
– informou Tom vendo a figura aproximar-se de Gustav por trás e ele não dava conta de nada. Decidiu pegar em si e ir até àquela figura branca que lhe era familiar.
- Hey Tom! – era Bill – Estás parvo, que vais fazer?
- Vou…
- e parou a frase ao chegar à figura. Sentiu o seu cheiro. A sua presença. Quem estava debaixo daquilo tudo era… - … Carol?! – disse revirando os olhos tirando-lhe o gorro e a máscara. Ela olhou-o com um sorriso.
- Tom. Tudo bem? – riu-se olhando as caras dos outros três. Gustav riu também.
- Não acredito! Foi tudo planeado por vocês os dois não foi? – perguntou Tom.
- Yup. – Carol pegou num comando que tinha no bolso das gigantes calças brancas que trazia vestidas e voltou a ligar as luzes. Gustav dirigiu-se à casa de banho e pegou num outro comando da televisão e voltou a pôr o filme no início.
- Que nervos. -.-‘ – refilou Ana.
- Já estavas cagadinha de medo maninha! – riu-se Carol.
- Ah que graça! --.
- Foi uma partida gira não foi?
– perguntou Gustav.
- Foi, foi… - dizia Georg ironicamente. - … atão não!
- Foi mesmo brutal!
– riu-se com Gustav.
- Pregaste-nos um susto de morte! --, - refilou Bill.
- Eu vi pelas vossas lindas caras! – soltou mais uma gargalhada. – Mas vá vamos ver o filme então! – disse vendo o pessoal sentar-se todo.
Ela despiu as largas t-shirts e as largas calças, tirou as luvas e descalçou-se. Ficou em top e calções. Sentou-se entre as pernas de Tom, encostada ao seu corpo.
- Com que então o meu corpo é-te familiar. – riu-se baixinho para Tom.
- Não achas isso normal? – perguntou também com uma escondida gargalhada na voz.
- Talvez. – sorriu.
- Talvez? Só talvez? – continuavam a falar um murmúrios.
- Sim, talvez. – sorriu e aninhou-se mais nele. Prestaram atenção ao filme.

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