domingo, 21 de março de 2010

#32



- Estou farta de praia! – bufou Carolina após uma semana de estadia nas Maldivas. – Quando vamos embora? – perguntou a Tom que estava sentado ao seu lado.
- Depois de amanhã!
- Oh finalmente!
– disse agradecida.
- Eu não percebo como tu não gostas disto! Eu era capaz de estar aqui anos! – era Bill.
- Pois cunhadinho, mas eu não. – disse recostando-se agarrando novamente a barriga, estava farta daquilo. De há uma semana para cá que não se conseguia mexer sem que uma pontada na barriga lhe aparecesse ou que um enjoo lhe desse. “Porcaria de comida!” refilou interiormente.
- Ai Carol que tens para estares sempre agarrada ao estômago? – perguntou Ana observando-a.
- Devo ser alérgica a esta comida! – disse.
- Ah pois deve ser isso! – riu Tom ironizando – Tu só comes comida plástica desde que aqui chegaste!
- Provavelmente é disso!
– observou Ana – Tu não comes muita comida de plástico normalmente.
- Sim, deve ser! Hoje à noite vê lá se me obrigas a comer uma salada!
– virou-se para Tom.
- Eu é que tenho que te obrigar? Não te obrigas sozinha? – perguntou beijando-lhe o pescoço.
- Consigo mas tu ajudas… - sorriu-lhe gulosamente.
- Huum, ok… - riu-se ao perceber do tipo de “comida” que Carolina falava.

(…)

- Então não era suposto obrigar-te a comer? – perguntou Tom agarrando a namorada pela cintura.
- Até era… - beijou-o - … mas eu já tratei do assunto. – respondeu apontando a mesa que tinham no quarto.
- Saladas? – torceu o nariz ao olhar a mesa. – Também tenho que comer… saladas?
- Não estás a ficar vegetariano Tommy? É bom comer alface e tomate e cebola e massa e…
- E já chega!
– interrompeu-a. – Eu agora quero comer outra coisa… - sussurrou sensualmente contra o pescoço da rapariga trincando-o a seguir.
Carol agarrou-o pela cintura e retirou-lhe ambas as t-shirts atirando-o para cima da cama. Tom riu-se adorava o lado selvagem da namorada. Levou as mãos às costas da rapariga e desfez-se do seu top azulado e dos seus calções de ganga, deixando-a em biquíni sobre si. Virou-se e explorou todas as curvas de Carol com os lábios. Podia senti-la contorcer-se com o formigueiro que ele lhe incumbia ao passar o piercing pela sua pele. Levou os lábios ao piercing do umbigo de Carol e desceu até à tatuagem, a sua tatuagem. Sentiu Carolina pôr fim à sua brincadeira quando ela se colocou por cima de si e num só movimento o livrou dos calções de banho, deixando-o em boxers que, por segurança, vestia por baixo não fossem os calções ficar na água.
Carol debruçou-se sobre o corpo nu do namorado e percorreu-o em beijos molhados e ardentes, adorava sentir o corpo perfeito de Tom nos lábios e na ponta dos seus dedos. Subiu até aos lábios de Tom e antes de os poder beijar teve uma tontura deixando o corpo cair mole sobre o de Tom.
- Hey miúda… - sussurrou agarrando-a pelos ombros. Ela devolveu-lhe um sorriso pela preocupação.
- Estou tonta. – disse de respiração pesada, podia estar tonta mas não tinha deixado de sentir o momento que estava a ter com Tom.
- Anda cá. – sentou-se na cama, também ele de respiração ofegante, e sentou Carol nas suas pernas. Alcançou a garrafa de água que tinha sobre a mesinha de cabeceira e estendeu-lha – Bebe… - Carolina bebeu e escondeu a cabeça no pescoço de Tom passando-lhe novamente a garrafa de onde também Tom deu um gole. – Estás a deixar-me preocupado…
- Não é preciso, deve ser mesmo só da comida, eu nunca estou doente Tommy.
– aninhou-se mais nele descansando-o.
- Mesmo assim… - acolheu-a mais nos seus braços - … tens a certeza que não queres ir ao médico? – perguntou.
- Não, quero dormir um pouco agora. – disse.
- Claro. – deitou-se na cama e Carol encaixou o seu corpo no dele de modo a adormecer o mais confortável possível, estava novamente enjoada.
- Desculpa… - pediu num murmúrio pouco audível.
- Porquê? – perguntou Tom no mesmo tom.
- Acabei de nos estragar a noite… - disse pensando no que podia ter feito com ele, era uma noite desperdiçada por uma mera tontura e um enjoo parvo!
- Tenho a vida toda para repetir noites de amor contigo… - sussurrou beijando o seu ombro despido sentindo-a sorrir. - … agora dorme, precisas de descanso.

*

Eram 5 da manhã e Carolina estava enfiada na casa de banho a vomitar.
- Melhor? – perguntou Tom passando-lhe uma toalha para que ela limpasse a cara molhada, depois de a lavar.
- Sim, parece que me saiu um peso de cima. – pousou a toalha no devido sítio e voltou à cama sentando-se. Tom sentou-se ao lado dela e suspirou puxando-a para si.
- Dorme… - disse encaixando-se nela - … amanhã já passou. – mentiu, sabia perfeitamente que Carolina não ia melhorar de um dia para o outro, mas não sabia o que ela tinha, só esperava que não fosse nenhuma doença grave.
- Esperemos que tenhas razão. – suspirou e agarrou as mãos frias de Tom que a seguravam pela cintura.

(…)

- Estás branca! – era Ana que ficara espantada pela cor da irmã.
- Sim rapariga que é que te aconteceu? – perguntou Bill. Estavam sentados na mesa de pequenos almoços e Tom e Carol tinham acabado de se sentar.
- Continuas enjoada? – perguntou Ana colocando-lhe uma mão na testa. – Não tens febre.
- Febre não tem, mas eram 5 da manhã e estava na casa de banho a vomitar tudo aquilo que tinha comido!
– falara Tom.
- Tu não és disso! – disse-lhe Ana.
- Eu sei. – respondeu apaticamente, tinha acordado enjoada e de humor em baixo. – Vou voltar para a cama. – informou levantando-se.
- Come qualquer coisa ao menos… - pediu-lhe Tom.
- Não consigo… - olhou-o.
- Ok, já lá vou ter contigo então. – Carol aproximou-se dele e deu-lhe um leve beijo na testa. Saiu em direcção ao elevador.
- Mas o que é que lhe anda a fazer mal? – perguntou Bill.
- Não faço ideia, ela já nem anda a comer nada de mais, anda a saladas! – disse Tom.
- Também pode ser disso, do ácido das verduras…
- É uma hipótese.
– concordou Ana.
- Estou a ficar seriamente preocupado. – levantou-se. – Vou ver dela. Vocês vão para a praia, qualquer coisa que for preciso eu ligo! – antecipou a pergunta que Ana iria fazer pela preocupação com a irmã.
- Ok, mas avisa mesmo por qualquer coisinha!
- Sim mana galinha!
– sorriu-lhe.

*

Carolina tinha-se sentado na cama a fazer zapping na televisão, afinal como em qualquer outro país não estava a dar nada de jeito em que canal fosse.
Estava encolhida sobre si mesma quando Tom entrou no quarto.
- Melhor, borboleta? – perguntou carinhosamente. Ela acenou negativamente com a cabeça. – Vamos ao médico, Carol! – disse.
- Não deve ser nada! – disse como de todas as outras vezes. Ele aproximou-se dela e deitou-se ao seu lado.
- Podes ter, sei lá, uma intoxicação alimentar! – disse.
- Vês já sabes o que tenho! – sorriu-lhe – Não precisamos de ir! – aconchegou-se a ele. – Não quero voltar a um hospital tão depressa… - disse ainda lembrando-se do seu coma e de toda a história que já tivera passado com Tom.
- Ok. – expirou pesadamente – Então não vamos. – também ele se tinha lembrado do sucedido. Abraçou-a mais e deixou que Carolina adormecesse no seu peito.

Sem comentários:

Enviar um comentário