sábado, 12 de junho de 2010

#21


- Que seca. – sussurrou para ela mesma. “Se isto é um filme de terror eu tenho 100 anos e vivo em Marte à 10.”Pensou ironicamente. Descansou a cabeça para trás e deixou-se dormir, ou pelo menos passar pelas brasas.

- Melanie? – Tom não conseguia dormir. Também ele já tinha dado voltas e voltas na cama e o facto de saber que Melanie era filha de David e que, como tal, a história da vida dela podia levar um rumo bastante diferente do que agora levava, deixava-o diferente. Talvez por ter confirmação, ou quase, que ela poderia estar perto de si por muito mais tempo deixava-o inquieto. Não podia negar que passava os dias inteiros com desejo dela, puder beijá-la era um novo mundo, saber que ela gostava tanto de si era uma nova forma de viver a vida.
Melanie mexeu-se ligeiramente com o chamamento do seu nome.
- Mel… - Tom sussurrou ao seu ouvido sentando-se ao lado dela, pousando-lhe uma mão sobre a barriga. – Mel…
- Hun? – ela mexeu-se e abriu ligeiramente os olhos, dando de caras com Tom, que levemente lhe sorria.
- Que fazes aqui? Porque não dormes na cama? – perguntou docemente.
- Não conseguia dormir. – sentou-se correctamente no sofá estalando o pescoço e contorcendo o corpo. – Isto não é confortável. – riu-se, fazendo também Tom rir-se. – Mas e tu? Também não conseguias dormir?
- Não. – recostou-se ao lado dela. – Fiquei a pensar em ti.
- Em mim? – arregalou os olhos, não esperava aquela.
- Sim… - sussurrou aproximando-se dela. - … em ti. – beijou-a. – Será possível não conseguir pensar em mais nada que não em ti? – perguntou-se em voz alta ao quebrar o beijo. Melanie fez-lhe uma festa na face. – O que é que tu me fizeste? – perguntou num murmúrio, fechando os olhos à carícia dela.
- O mesmo que tu me fizeste a mim. – sussurrou antes de se aproximar mais dele e de o beijar com todas as forças que sentia pulsar no seu interior. Gostava realmente dele, gostava daquele ser tolo, mas completamente querido que ele era quando estava com ela ou simplesmente com os amigos. Não tinha dúvidas que se tinha apaixonado por Tom.
- E isso é bom?
- Diz-me tu. – deixou que o seu corpo se colasse ao de Tom e que os seus lábios comandassem os dele. Aquela força e aquela espécie de amor que sentia por ele deixavam a sua cabeça completamente fora de controlo. Tom soltou uma gargalhada, ajudando-a a sentar-se no seu colo. – E então, é bom? – perguntou Melanie roçando o seu nariz no de Tom exibindo aquele sorriso que o deixava completamente louco.
- É perfeito. – sorriu-lhe beijando o seu pescoço e rodeando o seu rabo com as mãos. Olhou-a. – O que é que nós temos, Mel? – perguntou.
- Sinceramente, não sei. A única coisa que sei é que foste uma das melhores coisas que me aconteceu em toda a vida. – depositou-lhe um beijo no piercing.
Um pensamento brusco atravessou a cabeça de Tom. Devia?
- Queres ser minha namorada, Mel? – perguntou olhando a rapariga nos olhos. Não se importava com o seu estatuto de playboy, não queria saber de mais rapariga nenhuma, não quando sabia que a tinha nos braços. Não quando sabia que também ela estava ali para ele e para lhe dar tudo o que alguma vez sonhou, ou simplesmente, lá bem no fundo, desejou. Não queria saber da fama, não queria saber do letreiro que lhe tinham escrito e colado na testa por ser o elemento sexual dos Tokio Hotel. Neste momento a única rapariga que queria no mundo era Melanie, e ela estava ali, no seu colo, aninhada em si e ele gostava disso. Afinal, gostava realmente dela.
Melanie sorriu. Sorriu com uma vitalidade que só conseguia alcançar quando estava nos braços de Tom.
- Quero. – sussurrou escondendo a cabeça no pescoço do rapaz, dando-lhe um beijo. – Quero muito. – olhou-o nos olhos e sorriu-lhe. Tom sorriu de volta por ter uma resposta positiva, e cobriu os lábios dela com os seus.
- És oficialmente minha. – riu.
- Oficialmente? – riu-se com ele.
- Sim, então minha tu já eras, agora és oficialmente! – brincou.
- Não existes. – beijou-o no meio de uma gargalhada.
- Vamos dormir? – perguntou roçando os lábios ao de leve pelo pescoço de Melanie.
- Não eras tu que não conseguias dormir? – gozou-o.
- Oh sim, mas o motivo que não me deixava dormir agora vai dormir comigo, certo? – olhou-a e ela riu-se.
- Errado! – mordiscou-lhe o piercing e imediatamente Tom a levou ao colo até ao seu quarto, até à sua cama.

(…)

Estavam sentados no backstage Bill, Tom e Melanie. Gustav e Georg disputavam uma partida de matraquilhos.
- É tão fofinho! – Bill fez a afirmação com os olhos a brilhar, olhando o mais recente casal.
- Oh Bill! Fofinho? – perguntou Tom passando um braço sobre os ombros de Melanie. – Era apenas o correcto. – disse com um sorriso nos lábios, falando do actual namoro com Melanie, do qual Bill estava… digamos, orgulhoso.
- Sabes quanto tempo eu esperei que tu crescesses para poder ver esse sorriso estúpido na tua cara? – riu-se. Melanie riu com ele, e Tom encolheu os ombros.
- Já viste as coisas que eu faço? – ela disse.
- Oh Mel, és a cunhada perfeita! – riu. – E tu tens o teu manager como sogro, fantástico!
- Vais-lhe contar? – perguntou Tom.
- Ele não se importa.
- Ai não? Olha-nos sempre com aquela expressão esquisita!
- Ele disse-me para me divertir! – Bill riu-se alto e bom som.
- ‘Tás a gozar!
- Não, a sério. Disse-me com todas as letras para me divertir!
- O David passou-se! – riu-se Tom beijando a bochecha de Melanie.

- MEL! – chamou Georg. – Vem jogar comigo que este sujeito já não faz a ponta de um chavelho! – refilou.
- Já repararam que eu sou sempre a salvadora da pátria? – gozou.
- Facto! – Georg riu-se. – Larga aí o boneco de trapos e vem jogar comigo!
- Boneco de trapos? – ela riu-se. Levantou-se do sofá, onde se matinha sentada com Bill e Tom, e dirigiu-se à mesa de matraquilhos a dois metros de si. – Pronto para perder? – perguntou.
- Eu não vou perder contigo!
- Como se isso não acontecesse sempre! – riu-se.

*

- Estou morto. – Tom atirou-se para o sofá onde Melanie se encontrava, deitando a cabeça no colo da rapariga. – Quero a minha camaaaaa! – disse.
- Coitadinho de ti, puto nem um concerto aguentas! – gozou-o Georg.
- Ai, hoje não me chateias meu! – informou voltando-se no sofá ficando virado para Melanie.
- Vocês nunca vão crescer, pois não? – perguntou Gustav.
- Tu gostas de nós assim, óh!
- Verdade! – apoiou Georg.
- ‘Tás a concordar comigo Hobbit?! – disse Tom espantado.
- Algum problema com isso?
- Não. – encolheu os ombros e levantou-se. – Tenho fome.
- Então mas não estavas morto? Os mortos não comem! – Tom sorriu cinicamente ao amigo e dirigiu-se à mesa de comes e bebes presentes na sala.
- Eu sou um morto vivo, tá? E como tal ainda tenho que alimentar a minha parte de vivo! – explicou.
- Ah ok, pronto. – disse Georg como que se Tom lhe tivesse tirado uma alta preocupação de cima.

- Vocês não existem mesmo. – riu Melanie.
- Ainda não viste nada! – disse David entrando de rompante pela porta do camarim.
- Também… - encolheu os ombros. – … vou ter tempo para isso! – sorriu. Estava conformada de que iria viver com David, tinha certezas de que realmente era filha dele.
- Facto. – sorriu-lhe. – Pessoal! Hotel? – perguntou.

- Siiiim! – disse Tom com os olhos a brilhar.
- Estás podre tu! – riu David.
- Ai mas é que estou mesmo, não sei porquê mas hoje estou o triplo de cansado. – desabafou.
- Tu és é um fraquinho! – gozou-o Melanie.
- Pff, tu também vais gozar comigo? – perguntou olhando-a.
- Como se isso não fosse giro de fazer! – argumentou.
- Isso não quer dizer nada!
- Oh. – ela riu-se e cruzou os braços. – Não dormes comigo hoje! – deitou-lhe a língua de fora e David olhou-a.
- Isso já vai assim tão sério? – limitou-se a perguntar.
- Vais-me ter como genro David, porque eu não vou deixar a Melanie fugir nunca mais! – disse-lhe Tom. David riu-se.
- Desde que estejam bem. – encolheu os ombros. Já não se importava com o que quer que aqueles dois tivessem. Desde que Melanie fosse feliz ele estava feliz, por isso se a sua filha era feliz com Tom, ele iria apoiá-la sempre.

- Já podemos ir para o Hotel? – perguntou Tom.
- Anda embora! Chato! – refilou Bill pegando na mala seguindo David.

(…)

- O David não se importou mesmo. – disse Tom vestindo uns boxers depois do banho.
- Eu disse-te! – Melanie estava sentada na cama, no quarto de Tom, apenas com as míticas cuecas e t-shirt vestidas.
- É bom, certo? É escusado andarmos a esconder-nos… - encostou-se à parede e olhou a rapariga. - … não?
- Sim. – Melanie riu-se com a insegurança que ele tinha espelhada no olhar. – Não te preocupes com isso. – levantou-se e dirigiu-se a ele beijando-lhe os lábios. – Não tens mesmo razões. – sorriu. Ele suspirou enlaçando-a pela cintura. – Eu é que tenho. – disse em tom de desabafo.
- Como é que estão as cenas com o teu… ex-pai? – perguntou. Ela encolheu os ombros.
- Mais umas semanitas e estamos em Portugal e aí a coisa chateia-me.
- Porquê? – fez-lhe uma festa na cara. – Vais puder resolver tudo…
- Sim, mas… existem muitas perguntas sem resposta!
- Tipo…?
- Quem enviou a carta ao David? Como é que o Peter vai reagir quando souber a verdade? Tenho a certeza que vai haver bronca, e eu vou estar metida. – desabafou.
- Não penses nisso agora, ainda falta tanto. Até lá muita coisa pode mudar, a polícia pode avançar com outras provas, tu só tens agora uma coisa com que te preocupar… - deixou em aberto.
- O quê? – perguntou ela num suspiro ao sentir os lábios de Tom arrastarem-se pelo seu pescoço.
- Eu… – sorriu-lhe perversamente e Melanie soltou uma gargalhada. -… e aquilo que podemos fazer neste quarto. – disse empurrando-a gentilmente até à cama, fazendo o seu peso recair sobre o corpo daquela a que agora era sua namorada.
- Tu não pensas em mais nada, pois não? – riu-se beijando-lhe o ombro.
- Ter-te aqui semi-nua à minha frente, queres que pense em quê? – beijou-lhe os lábios e deu-se ao luxo de lhe retirar a t-shirt cobrindo o seu tronco de beijos.

2 comentários:

  1. "Então mas não estavas morto? Os mortos não comem! " xD
    "Ter-te aqui semi-nua à minha frente, queres que pense em quê?" pois claro! concordo xD

    ResponderEliminar