Sabia à duas semanas que David era seu pai, e segundo os testes de ADN que David mandara fazer, estava cientificamente comprovado. Mas se faziam agora duas semanas desse acontecimento, estava implícito que faltam duas semanas para que a Tour dos Tokio Hotel passasse em Portugal, e isso queria dizer que teria que enfrentar Peter e a polícia e essa era a pior coisa que lhe podiam fazer.
Estava sentada na cozinha a olhar a televisão, embora apagada. Os seus pensamentos estavam totalmente ausentes dali, a sua cabeça estava completamente preenchida com tudo menos o presente.
- Bom dia. – a voz calma de Bill ecoou pelo compartimento e Melanie despertou.
- Bom dia. – mostrou-lhe um sorriso.- Dormiste bem?
- Sim. – encolheu os ombros.- Está tudo bem? – perguntou trincando um croissant que entretanto fora buscar.
- Daqui a nada estamos em Portugal e…- Não te preocupes, Mel não vale a pena. A polícia vai fazer de tudo para tu não sofreres e além disso aquele homem não é teu pai. – fez ver.
- Sim, mas é ele que tem a minha custódia.
- Mas tu já és maior de idade, Melanie já podes pensar por ti.
- Tens razão! – encheu o peito de ar e mostrou o seu melhor sorriso. – Não vai acontecer nada pior do que aquilo a que fui habituada.
- Assim é que é! – inclinou-se sobre ela e beijou-lhe a testa. Tom entrou no compartimento.
- Bom dia alegria! – disse espreguiçando-se com um sorriso.
- Estás muito feliz tu! – gozou-o Bill. Tom debruçou-se sobre Melanie e deu-lhe um beijo nos lábios.
- Achas que não tenho razões para isso? – sentou-se ao lado da namorada e passou-lhe um braço pelos ombros beijando-lhe a têmpora.
- Estás é muito fofinho. – Melanie gozou-o olhando-o.
- Estou lixado contigo, não estou? – riu-se.
- Não. – sorriu-lhe.
(…)
**
- MEEEEL! – Joe gritou do outro lado da linha.
- Então que tal está a Inglaterra? – perguntou ela.
- Cheguei ontem, e como era de esperar não tem o tempo que tem Portugal! – queixou-se.
- Perfeitamente normal! – ela riu-se. – Mas está tudo bem?
- Sim e por aí? Que tal o namoro… - gozou.
- Mesmo parvo, pá! – fez um som se desaprovação. – Mas muito bem! – riu-se no momento seguinte. – E a Mariana? Como é que ficou?
- Pff, na boa como se nunca tivéssemos tido nada, até enerva! – refilou.
- Uh, isso quer dizer que a coisa ficou tipo acabada? – perguntou.
- Sim, do lado dela sim, e do meu também não vou fazer nada, acho que não volto mais a Portugal…
- Pois, olha por falar em Portugal, não tem nada a ver… - fez Joe rir. - … estás em Londres?- Sim, porquê?
- Daqui a dois dias os Tokio Hotel têm concerto em Londres… não queres vir ter comigo ao Hotel…? – perguntou com um visível sorriso nos lábios.
- Claro que vou!! – disse de imediato – Vais ficar onde? – Melanie explicou tudo, falaram de como se encontrariam e tudo mais. Estava combinado que Melanie e Joe estariam novamente juntos dentro de dois dias.
**
- La la la… - Melanie cantava qualquer coisa em “las” entrando no compartimento onde os gémeos jogavam qualquer coisa na playstation.
- Ela vem feliz! – observou Tom – Que se passa? – fez pausa no jogo olhando-a.
- Vou estar com o Joe, vou estar com o Joe… - cantarolou tirando uma Coca-Cola do frigorífico.- Como? – Bill ergueu a sobrancelha esquerda.
- Ele está em Londres? – perguntou Tom a seguir.
- Han han! – confirmou. Tinha comentado com Tom que se Joe estivesse em Londres quando eles passassem por lá, talvez se conseguissem ver e passar uma noite juntos.
- Quando?
- Depois de amanhã. – respondeu sentando-se ao lado dele.
- Boa. – Bill sorriu-lhe. Melanie roubou o comando da playstation a Tom e segundo uma desaprovação da parte dele continuou o seu jogo.(…)
Duas batidas secas na porta do número 223 ecoaram dentro do quarto.
- Entra. – Melanie disse, vendo no segundo seguinte um rapaz de rastas loiras e roupas largas entrar no quarto. – JOEEYYY! – abraçou-se ao pescoço do rapaz com força tal, que por muito que Joe tentasse segurar-se sobre as pernas, não conseguiu. Caíram os dois no chão.
- MELANIE! – berrou abraçando-a pelas costas beijando-lhe a cabeça. – Tudo bem? – perguntou levantando-se, e levantando Melanie.
- Tudo óptimo! – sorriu-lhe beijando-lhe a bochecha. – Conta coisa! – pediu. – Tinha tantas saudades tuas. – voltou a abraçar-se ao melhor amigo.
- Eu também, Mel. – abraçou-a e fez-lhe festas no cabelo negro. – Muitas… - murmurou.
- Vamos comemorar estarmos juntos?! – perguntou levantando-se num pulo, estava completamente eléctrica.
- Sim! Que tens aí para se beber? – riram.
- Não sei, deixa procurar. – aproximou-se do bar que aquele quarto possuía e procurou por entre as garrafas. – Vodka, champanhe, whisky, martini, água com gás… - riu-se ao passar por essa - … e isto que não sei o que é. – elevou uma garrafa transparente no ar.
- Então vai ser mesmo isso! – riu-se e tirou-lhe a garrafa das mãos sentando-se de pernas à chinês sobre a cama, agarrou no comando e ligou a televisão num qualquer canal de música.
Enquanto as típicas conversas e parvoíces entre os dois surgiam, o conteúdo da garrafa transparente parecia que evaporava cada vez mais depressa.
- Então e estás a adaptar-te bem voltando tanto tempo depois para a Inglaterra? – perguntou Melanie já com um tom menos sóbrio.
- Sim. – sorriu-lhe, também já alcoolizado. – Encontrei velhos amigos.
Falaram a noite toda, tendo como banda sonora a MTV, e como aconchego de consciência o álcool ingerido. Eram 9 da manhã quando a conversa cessou e, para cada lado da cama, os corpos dos dois amigos caíram. Parecia que era tempo de tentar não acordar com ressaca.
*
- A Melanie? – perguntou Georg sentando-se no cadeirão do quarto de Tom, onde estavam todos reunidos.
- A Mel hoje dorme com o Joe. – disse Tom pegando no comando da PS.- Han? – perguntou chocado. – Com um rapaz?!
- És mesmo otário tu, não és? – riu-se.
- Ai! Tu conta-me tudo! – se estão a ver aquelas tias cuscas que gostam de saber tudo e que, do nada, se sentam ao pé de nós para ouvirem melhor as bisbilhotices, era assim que Georg tinha ficado. Tom, a entrar na onda dele, aproximou os seus lábios do ouvido do amigo e falou em tom mais baixo.
- Ela foi dormir com o melhor amigo. – riu-se no fim.
- Parvo. – Georg fez cara de poucos amigos e levantou-se pegando no outro comando da PS. – Vamos jogar, se faz favor. – pediu.
- Você manda. – Gustav e Bill riram. Era um bocado impossível ninguém se rir com tamanha estupidez da parte destes dois.
(…)
- Joe… - Melanie abanou-o gentilmente, pois a sua cabeça também não dava para muito mais. Não se podia mexer em condições ou o seu cérebro explodia de tantas dores que tinha.
- Hum. – ele emitiu um som estranho e virou-se na cama, levando imediatamente a mão à cabeça – Dói. – queixou-se, e lentamente, sentou-se na cama.
- A quem o dizes. – queixou-se. – Tinhas o telemóvel a tocar. – disse.
- Fantástico. Devem ser os meus pais. – disse, e dirigiu-se ao telemóvel confirmando que, de facto, quem lhe houvera ligado tinha sido a mãe. Ligou de volta e combinou encontrar-se com ela dentro de 15 minutos à porta do Hotel. – Tenho 15 minutos. – disse.
- Então arranja-te. – ela sentou-se na beira da cama a massajar as têmporas. – Credo, mas que raio de bebida era aquela? – perguntou-se.
- Cachaça. – leu Joe na garrafa.- Bom, bom. – levantou-se e lavou a cara na casa de banho. – Estou para morrer.
Saíram os dois do quarto e Melanie acompanhou Joe até ao lobby do Hotel.
- A gente fala-se. - Melanie abraçou-se à cintura do rapaz.
- Sim. – sorriu e beijou-lhe a cabeça. – Até à próxima, Mel. – sussurrou.
- Até à próxima, Joey. – beijou-lhe a bochecha.
O rapaz saiu do Hotel e Melanie dirigiu-se à sala de pequenos-almoços onde encontrou toda a banda e David.
- Bom dia. – cumprimentou sentando-se ao lado de Tom.- Que cara. – ele admirou-se. – Está tudo bem? – perguntou beijando-lhe os lábios.
- Estou de ressaca, não tenho fome nenhuma e tenho uma dor de cabeça do tamanho do mundo. – queixou-se.
- Está explicado! – Bill riu-se.

Sem comentários:
Enviar um comentário