quarta-feira, 23 de março de 2011

[ 6 ]

Ora bem, parece-me que estou a escrever capítulos que respondem uns aos outros muito proximamente, mas pronto :p Próximo não sei bem, mas lá para 2ª (é que tenho uma semana carregada de testes, não é que estude mas preciso de manter a média que a Universidade não perdoa pó ano, daí não saber bem quando volto, mas volto rapidamente )


- Ai sim? – sorriu-lhe dirigindo-se à água. Bill acenou afirmativamente vendo-a deslocar-se á sua frente, acabando por banhar o corpo sobre as águas límpidas das quais não se via o fim.
- Um dia… - chegou à beira da água e sorriu-lhe - … um dia conto-te o porquê.

- Ok. – ela riu-se saindo da água depositando-lhe um sensual beijo nos lábios. – Então um dia eu conto-te os meus projectos. – Bill sorriu.
- Combinado. Vamos? – perguntou. – Deixámos o meu irmão pendurado.
Ela riu-se. – É verdade. ‘Bora! – desatou a correr à frente dele e Bill foi obrigado a correr novamente atrás dela. – Ele não está cá. – Silvie informou quando chegou a casa.
- Vou ver dele então. – disse. – Até amanhã! – acenou e continuou caminho até à própria casa.
- Beeeeeem, tanto tempo? – Tom perguntou assim que ele chegou à sala. – Se não existisse tanta água nesta terra eu já tinha morrido à sede, meu!
- Ah tu agora bebes água salgada? – riu-se, sentando-se no sofá ao lado do irmão.
- Com o tempo que demoraste tive tempo de inventar uma máquina marada que retirasse o sal da água e por sua vez a tornasse potável. – explicou-se, Bill olhou-o, tipo ”Ok.” - Andaste a correr? – perguntou. – ‘Tás beeeeem suado! – pôs uma batata frita à boca.
- Pára de dar ênfase à palavra se fazes o favor. – pediu. – E sim, também estive a correr. – levantou-se e foi buscar uma garrafa de água fresca.
- Também? – perguntou voltando a pôr uma batata à boca.
- Sim, não fico aí a ganhar calorias e gorduras e afins sentado no sofá a comer batatas fritas como tu. – atirou.
- Logo à noite, vou sair e queimo todas as calorias e mais algumas. – pestanejou ao irmão. – Tradução: sexo. Que é algo que tu não tens. – riu-se.
- Se fosse a ti não me fiava na virgem.
- Em relação a quê? Aqui não devem faltar gajas… - olhou-o sem perceber.
- Pois, tens razão. – devia contar-lhe? Suspirou. – Vou tomar banho. – informou.

Tom encolheu os ombros, ele estava estranho mas não havia de ser nada.

[…]

Bill saiu pela manhã, não dizendo nada a Tom, e planeou ir dar uma volta pela praia. Estava atordoado com o que tinha acontecido no dia anterior àquele. Como? Como é que ainda pensava no facto de as suas partes íntimas desejarem outras iguais às suas quando não conseguia deixar de pensar no corpo de Silvie? Ela estava a deixá-lo louco sem realmente ter intenções disso.
Sentou-se à beira-mar apoiado pelos cotovelos e só se moveu quando sentiu Tom berrar por si.
- Oh Bill! – Tom aproximou-se acabando de apertar os cordões dos calções de banho.
- Que foi? – berrou de volta.
- Vamos ter com a Silvie? – perguntou aterrando na água de cabeça. – Convidá-la para almoçar? – perguntou escorrendo as tranças.
- Estás um bocado obcecado com ela, não estás? – perguntou.
- Vais-me dizer que não tens curiosidade em explorar o corpo dela?! Em tocá-la, em fazê-la tua… - divagou com ar sonhador.
- Vou. – Bill encolheu os ombros e Tom olhou-o.
- Estás a gozar comigo! – atirou rindo.
- Não, eu já fiz isso tudo que estás a imaginar, Tom. Não preciso de ter mais curiosidade quando já a matei! – rematou levantando-se. Tinha que lhe contar, por isso…
- Espera aí… - Tom olhou-o chocado, levantando-se também. – Tu já foste para a cama com… com ela? – apontou com o polegar para trás de si, o caminho que dava acesso à sua praia. Bill acenou afirmativamente.
- Foi sem querer… - encolheu os ombros. Tom riu-se, talvez de choque.
- Como é que se dorme com alguém sem querer? – perguntou.
- Ela começou e eu fui na dela. – cruzou os braços. – Se a queres comer, aconselho-ta. – disse normalmente, não queria saber das consequências.
- Isso nunca aconteceu… - Tom tinha o queixo no chão, praticamente. - … eu nunca fiquei com os teus restos! – refilou.
- Tu estás a chamar restos à Silvie? – perguntou parvo. – Tens noção do mulherão que ela é?! Han?! – Tom preparava-se para retribuir mas Bill cortou-lhe a palavra. – É que não parece nada, Tom!

- A cena não é ela! És tu!

- Eu? Porquê? Comi uma gaja primeiro que tu, foi? – perguntou.
- Mais ou menos… - encolheu os ombros sentando-se na praia. – Fui eu que a vi primeiro! – olhou-o.
- E? Estamos no básico ou assim? – retribuiu. – Ela é alguma revista ou algo parecido para ser alvo desses comentários?

- Tens razão, mas… - admitiu. - … é a Silvie.

- E? Podia ser outra qualquer! Para ti desde que seja boa serve-te! Comes tudo o que se mexa! – refilou, sempre dissera este tipo de coisas ao irmão, mas talvez nunca tivessem sido tão sentidas.
- Ok, não me batas mais! – esbracejou. – Já chega! Fica com ela. – virou costas e dirigiu-se a casa. Precisava de espairecer fora dali e com outro alguém que o fizesse esquecer a discussão que aos olhos de muitos não teria qualquer tipo de significado, mas Tom tinha um ego a defender.
Vestiu-se e pegou nas chaves do carro que tiveram alugado. Planeava dirigir-se à cidade e aliviar o stress, foder alguém e esquecer o mundo, isto segundo os seus próprios pensamentos.
Parou em frente ao Hotel mais próximo. De acordo com a sua experiência era lá que os seus assuntos mal resolvidos tinham um fim, e bem fofo por norma.
- Boa tarde… - antes que conseguisse dizer mais alguma coisa ao recepcionista, já tinha uma bomba loira e absolutamente morena chegar-se ao seu corpo. - … esqueça. – sorriu ao rapaz. – Posso ajudar-te? – perguntou, sentindo os lábios dela colarem-se aos seus em milésimas de segundo. Será que ela se fazia assim a todos ou ele era especial? Será que o conhecia ou era simplesmente uma mulher de serviço? “Foda-se, que se lixe!”
- Podes, se me seguires. – ela sorriu-lhe passando a mão sobre a parte dianteira das calças de Tom, fazendo-o suspirar.

O recepcionista fez um olhar enojado com o que acabara de se passar no seu próprio balcão e desejou por tudo que eles desaparecessem da sua vista o mais rapidamente possível, o que não demorou muito a acontecer, de facto.

~

**
- Até tenho medo de onde é que ele se possa ter metido. – Bill desabafou.
- Mas o que é que tu fizeste mesmo para ele sair disparado de casa? – Joe, o novo amigo conhecido na tour de Bill, perguntou referindo-se a Tom.
- Mete miúdas. – resumiu.
- Então já te decidiste por elas? – perguntou meio ofendido.
- Não. – respondeu directamente. – E não fiques chateado por amor de deus já me basta o meu irmão! – refilou.
- Já lhe contaste que estás a pensar virar gay?

- Eu não estou a pensar virar gay, rapaz – disse – e não, não disse nada ao Tom de tudo aquilo que já se passou entre nós.

- Realmente uns beijos e uns apalpanços foi muita coisa. – ironizou, referindo-se ao facto de Bill utilizar o termo “tudo”.
Bill levou a mão à testa pelo facto do amigo ser tão gráfico, quase parecia o seu irmão, credo.
- Mas não achas que está na altura de lhe contares? – retomou a conversa.
- Não sei, o Tom não é apologista destas coisas, não sei se sabes!

- Mas é teu gémeo, e daquilo que tu me contas ele apoia-te em tudo, fofinho.

- Não me chames fofinho se faz favor, uma pessoa nunca sabe se alguém está a gravar a conversa! – refilou, mais para si.
- Não sejas arrogante comigo e não faças filmes. – conseguiu rir-se. Era isso que gostava em Bill, os seus filmes, as suas histórias que não tinham pés nem cabeça a aliar, claro, à sua maneira divertida e extrovertida de ser. Gostava dele, mas o facto de Bill não estar seguro em relação a si e à sua própria sexualidade faziam-lhe confusão.
- Desculpa. – pediu sinceramente. – Mas eu estou muito confuso, Joe. E agora apareceu a Silvie…

- Quem é ela? Sabes que podes desabafar.

- É a rapariga mais gira de todos os tempos! – suspirou. – E… e ai Joe foi por causa dela que o Tom puff desta maneira!! – quase berrou.
- Mas não percebo… ele andava com ela e tu fizeste-lhe alguma coisa que não devias? – perguntou tentando arrancar alguma coisa de Bill.
- Ninguém andava com ela, eu simplesmente assisti a um momento de fraqueza dela e… pronto… coise! – explicou-se, ainda que por termos muito gerais, toda a gente percebia.
- Portanto, - começou – foste para a cama com ela! – deduziu.
- É, foi basicamente isso. – encolheu os ombros.
- E o teu irmão ficou todo coisinho por isso? – Joe não percebia Tom de maneira nenhuma. Admitia que ele era giro, mas de cabeça não lhe parecia assim tão inteligente.
- O meu irmão é a pessoa mais chata, parva, otária, cabeça dura, estúpida, egoísta, invejoso, burro e tudo o mais que eu conheço no mundo!! – quase berrou de tão tenso que estava.
- Tu não pensas isso tudo dele…

- Ok, talvez não seja burro, - ponderou - mas pá, as outras é de certeza! E no que toca a mulheres é muito pior! Então ficou desta maneira porque eu dormi com ela primeiro que ele?! Mas isto é minimamente normal para uma pessoa que está na maturidade dos seus 24 anos de idade!? – rebentou. Naquele momento, Bill Kaulitz, rebentou com tudo aquilo que já tinha entalado na garganta desde o momento em que Tom o abandonara na praia.
- Ahhh, então o problema está aí…! – agora sim percebera. Tom realmente era qualquer coisa do outro mundo, e não para melhor certamente. – E tu vais fazer alguma coisa?

- Eu? Que queres que faça, que o enjaule?

- Estou a falar a sério. – disse – Que tal explicares-lhe meeeesmo a situação? – acentuou. – Talvez fosse mais racional, não?

- Sim, talvez. Mas olha não sei. – bufou. – Vou dar um mergulho, falamos depois ok?

- Ok, beijinhos.

- Adeus, Joe. – e desligou.
**

Não sabia o que sentia no momento, não tinha a mínima pista de que lado da esfera se encontrava. Estava confuso e pelas suas contas continuaria confuso em relação à sua orientação até ao momento em que Silvie e Joe desaparecessem de vez da sua vida. Sim, porque se Silvie nunca tivesse cruzado o seu caminho, certamente que Bill Kaulitz já tinha virado gay há uns tempinhos.

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