Este capítulo É importante porque desvenda algo mais do passado da Silvie (sim, vocês vão andar a descobrir coisas dela até ao fim xD) e o próximo vai completar este. Desculpem estar pequeno, mas não deu para esticar mais.
Novamente, vos agradeço meus amores.
Beijinho*
- Eu sei que tens. – o rapaz alto, de cabelos loiros praticamente rapados e olhos demasiadamente escuros olhou-a com um sorriso pedrado nos lábios. – És minha namorada, tenho obrigações para contigo… e saber o que fazes é uma delas. – riu-se.
- E desamarrar-me não é uma obrigação tua? Tens algum fetiche sexual por realizar comigo em que eu precise de estar presa a uma cadeira desta maneira? – olhou-o percorrendo o seu corpo a cada milímetro. Sabia o que o deixava daquela maneira, sabia qual era a razão do porquê dele lhe fazer aquelas coisas mas nunca na vida lhe tinha conseguido pôr algum juízo naquela cabeça. Não conseguia fazê-lo e ao mesmo tempo não conseguia deixá-lo. Amava-o e os seus 16 anos não a deixavam contrariar-se. – Não faças isso à minha frente. – pediu quase que misericordiosamente. – Por favor. – odiava vê-lo fazer aquilo.
Jack injectou-se com algo que Silvie não fazia a mínima ideia do que era nem tão pouco queria saber. Enquanto ele sorria quanto mais fundo pressionava a agulha, Silvie fechava os olhos e dizia para si mesma que não os abrisse. Não suportava vê-lo drogar-se à sua frente e já tinha imagens e sustos terríveis por causa disso. Não conseguia dizer-lhe que parasse pois tinha medo de o perder para sempre. Tinha medo que a sua quase autoridade perante Jack o levasse a abandoná-la.
- Pára! – não aguentou mais tempo e berrou-lhe abrindo os olhos na sua direcção. – Jack!! – ele não lhe ligava minimamente continuando na dele até a substância estar toda em circulação pelo seu organismo.
- Sabes que funciono melhor quando estou mais animado… - sorriu-lhe deitando a seringa ao chão e ajoelhando-se em frente a Silvie. - … não sabes? – beijou os seus lábios de forma carinhosa. Sim, gostava dela mas o vício seria sempre maior que qualquer amor ou amizade que aparecesse pelo meio. Jack ainda não pesava consequências futuras, apesar de já ter idade para isso.
- Desamarra-me. – ela pediu novamente. – Está a magoar-me. – informou. Jack olhou os seus pulsos constatando marcas e subiu-lhe as cordas e a camisola para ver as marcas perfeitamente delineadas na pele morena da barriga da rapariga. Desamarrou-a.
Silvie sentou-se nas escadas de sua casa. Tinha aquela cena para sempre marcada na memória, afinal fora a última cena que vivera com ele.
- Jack? – Silvie chamou ao chegar à cave onde habitualmente se encontravam. – Jack?! – não o via e não obtinha resposta. Optou por se sentar na cama e esperar por ele, talvez não demorasse muito mais.
Mas demorou, Peter demorou a chegar até Silvie dar com ele.
Deitou-se sobre a cama e ao pender o braço sentiu pele fria em contacto com a sua. Olhou o chão daquele lado da cama e a sua visão imediatamente se tornou turva das lágrimas que se formaram. Um grito de medo e aflição apagou-se na sua garganta antes de ver a luz do dia e Silvie entrara em choque.
Jack estava… morto.
Sentiu um arrepio percorrer a sua espinha. Não iria admitir que o pequeno Peter ficasse sem pais da mesma maneira que ela ficara sem o namorado. A situação que vivera foi difícil de ultrapassar e as marcas eram visíveis nas suas costelas. Os cortes não eram meramente disparates, não eram apenas passagens falhadas na moda e não tinham começado por causa do trabalho. Jack fora a causa da maior parte dos traumas invisíveis de Silvie. Inspirou a brisa do mar que já praticamente não se via de tão escuro que o tempo ficara e entrou em casa.
Perdeu-se pelos tecidos que ainda tinha e pelos desenhos que continuava a criar. Estava no seu auge e não iria parar.
[…]
- Ouve lá, que puto é que tu falaste ontem? – Bill teve um flash enquanto apanhava sol com o irmão na praia em frente à casa alugada.
- Encontrámo-lo aqui na praia. – disse virando-se de barriga para cima na espreguiçadeira. – Andámos pela cidade com ele e depois lá encontrámos maneira de localizar os pais, eles vieram buscar o puto e depois eu e a Silvie fomos às compras. – disse misturando a realidade com a mentira que Silvie quisera contar na noite passada, ainda não percebia porquê mas iria chegar lá.
- Há crianças perdidas aqui? – Bill olhou Tom.
- Não, eu estou a inventar. – disse ironicamente.
- Ai que coisinho, não se pode perguntar nada! – refilou.
- Eu é que sou coisinho? – perguntou. – Eu é que sou coisinho e tu é que continuas a vestir essa cena mega curta!?
- Han? – Bill olhou para as suas partes íntimas, que Tom tinha apontado.
- Essa tanga, Bill Kaulitz. – apontou novamente - Não vejo porque raio continuas a usar isso! Já não te disse que te fica mal e pareces gay?
- Chato. – refilou cruzando os braços não gostando do comentário. Mas era suposto naquela idade começarem a criticar aquilo que o outro vestia?
- Eu sou sempre o chato, han? – refilou Tom – Porquê? – sentou-se na espreguiçadeira e olhou Bill.
Encolheu os ombros. – Porque me apetece e é verdade. – disse – Que é que queres que te diga?
- Mas eu sou mesmo assim tão chato e obcecado e essas coisas todas? – perguntou na confusão própria que aquela ilha lhe trouxera.
- Tu estás bem? – Bill riu-se – Desde quando é que tu te importas com isso? – Bill olhou o irmão. – Raptaram o verdadeiro Tom e eu estou à conversa com algum extra-terreste ou assim?
- Não sejas estúpido. – olhou-o cinicamente e voltou a encostar-se – Mas toda a gente está a dizer que eu sou chato, pá. – Tom não estava a refilar nem estava desanimado mas fosse o que fosse encontrava-se entre eles.
- Toda a gente são duas pessoas? – perguntou referindo-se a si e a Silvie. Tom bufou e levantou-se contrariado. – Isso é do período? – Bill riu-se.
- É. – Tom afastou-se da zona e dirigiu-se até à praia mais próximo que lhe era possível: a de Silvie. – São das companhias com alguém que usa essas coisas! – apontou os mínimos calções do irmão antes de abandonar a praia.
~
- É muito mau entrar à balda aqui dentro? – Tom chegou à sala e entrou. Não havia sinais de Silvie e o primeiro pensamento dele foi revoltear a casa à sua procura.
Entrou no quarto dela e deu-se mais uma vez ao espanto de a encontrar num longo vestido sem costas e decote em V.
- Brutal. – quase murmurou olhando-a, mas foi o suficiente para a fazer dar um salto com o susto.
- Caraças, pá! Então e bater, gritar por mim, não? – refilou segurando o vestido contra o peito. – Parvo, pá. – redobrou.
- Desculpa, - ele riu-se – mas como não te vi decidi ir entrando.
- Pois, é como se já fosses da casa, não é? – suspirou e sentou-se na cama olhando o espelho à sua frente.
- Ya, é isso. – riu novamente e olhou-a. – Também foste tu que criaste esse?
- Sim. – ela acenou. – Está bom? – perguntou.
- Sabes que de moda não sou grande ás, mas assenta-te mesmo muito bem. – pegou na mão dela e pediu-lhe que desse uma volta sobre si mesma. Enquanto isso Tom reparou nas marcas que até agora tinham passado despercebidas aos seus olhos e aos seus dedos. – O que é isto, Silvie? – perguntou afastando o vestido ligeiramente das suas costelas.
- Não é nada! – afastou-se dele ao reparar do que ele falava.
- Nada não, tu… mutilas-te?! – perguntou. Ela suspirou, um dia teria que ser descoberta, não era?
- Mais ou menos…
- Conta-me. – Tom abanou a cabeça e sentou-se na cama obrigando-a a sentar-se ao lado dele. – Vais desbobinar tudo.
- E se eu não quiser? – perguntou.
- Eu obrigo-te.
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